tag:blogger.com,1999:blog-85790708791489694402024-02-21T11:43:38.661-03:00Coisas da AneViagens, curiosidades, críticas, opiniões mal-humoradas, enfim, coisas da Ane.<br>
Obs: Tudo o que escrevo neste blog reflete minhas percepções pessoais. Não sou dona da verdade, nem tenho intenção de ser. Sinta-se a vontade para discordar.Unknownnoreply@blogger.comBlogger227125tag:blogger.com,1999:blog-8579070879148969440.post-28891080084750752222021-01-16T14:16:00.003-03:002021-01-16T14:21:30.227-03:00Mãe, como o bebê vai pra dentro da barriga?<p> - Mãe, tem uma coisa que eu não consigo entender. Antes de existirem hospitais e tecnologia, como os bebês iam parar dentro da barriga?</p><p>Eu trabalhava em casa tentando acertar uma query SQL com um erro bizarro, quando Henrique, meu filho de pouco menos de dez anos fez a assustadora pergunta.</p><p>Há muito tempo ele sabia que era um bebê de proveta. Desde pequeno eu respondia a esse tipo de pergunta com "no teu caso a doutora pegou um pedacinho do papai e um da mamãe, juntou e te colocou na minha barriga". Esse assunto inclusive já foi motivo de bullying dele com o irmão mais novo. Quando eles brigavam, ele o ameaçava, dizendo que o caçula ficaria congelado de novo. Então o natural pra ele é que os bebês fossem colocados pra dentro da barriga por um médico.</p><p>Acontece que, nesse ano, ele passou a se interessar muito por história. E aí se deu conta que medicina e tecnologia são coisas recentes na história da humanidade. Logo, os bebês deveriam vir pra dentro da barriga de outra forma.</p><p>- Bom, o modo natural dos bebês nascerem é o pai e a mãe namorarem - respondo, ansiosa pra voltar pro meu SQL que a essa altura não parece tão complicado.</p><p>Ele suspira. Não, a conversa não terminaria aí.</p><p>- Mãe, isso eu sei, que tem uma sementinha do pai e da mãe e blá, blá. O que eu quero saber é como que namorando o bebê vai pra dentro da barriga?</p><p>Agora quem suspira sou eu. Sabe piloto, quando tem que decidir se pousa ou arremete num lapso de segundo? Deve ser igual. Mas, enfim penso que ele já tem quase dez anos e a pergunta foi bem direta. Acho que não tem escapatória. Explico.</p><p>Ele ouve, abre a boca em sinal de surpresa e, em seguida, faz uma expressão de nojo.</p><p>- Mas mãe, só quem faz bebê assim é quem não pode pagar o tratamento né?</p><p>Criança não é o ser mais adorável do planeta?</p><p><br /></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8579070879148969440.post-3389392237073662492019-04-27T15:51:00.005-03:002019-04-27T15:51:55.755-03:00O cara que não é 100%Recentemente assisti um seminário no qual foi apresentado o seguinte dado: 82% dos empregados de uma empresa não estão dispostos a dar aquele algo mais pela firma. O dado foi apresentado como alarmante, uma estatística que o bom líder precisa reverter.<br />
<br />
Não é preciso muita inteligência para concluir, então, que 18% dos funcionários estão dispostos a sacrifícios diversos pela empresa. Acho isso ótimo, acho que estes funcionários devem ser recompensados, é justo que atinjam os cargos executivos, etc e tal. O que não me parece correto é entender que os outros 82% são um problema a ser resolvido.<br />
<br />
Você assina um contrato de trabalho. Lá estão suas obrigações, sua carga horária e a contraprestação pelo seu trabalho. Você cumpre a carga horária. Você desempenha seu trabalho de forma satisfatória e eficiente. Mas você não está disposto a trabalhar 60 horas por semana, nem a viajar no domingo de manhã pra Cacimbinhas do Oeste. Você faz o trabalho para o qual foi contratado e as teses de gestão empresarial entendem que você é o indivíduo a ser conquistado.<br />
<br />
Graças a Deus não vivemos mais na primeira era industrial. Trabalho não é mais o fim último da vida de um cidadão. Então, como agora existem leis trabalhistas, as teorias empresariais tentam lhe convencer que todo mundo precisa dar mais do que o máximo por uma empresa da qual sequer é acionista. Isso pode fazer sentido se você tem vinte e poucos anos... basta um puff, uma máquina de salgadinhos e uma mesa e esnúquer no meio da sala de trabalho e você aceita qualquer desafio.<br />
<br />
Só que as teorias empresariais esquecem que, com a reforma da previdência que se aproxima, daqui a algum tempo teremos muito mais trabalhadores de 50 anos do que de 20. A maturidade, a menos que você se torne o cara que dá as palestras sobre empreendedorismo, faz com que você aprenda a valorizar o tempo para ficar com a sua família, praticar exercícios físicos, tocar um instrumento ou simplesmente ficar jogado no sofá assistindo sua série favorita a partir das 18h. Não me parece que algo esteja errado com você. Errado é tentar convencê-lo de que pra ser um profissional de sucesso você precisa dar muito mais do que aquilo para o qual foi contratado.<br />
<br />
Ah, mas se você estiver disponível para trabalhar às 2h da manhã do feriado de Natal, você poderá levar o seu filho no médico quando ele ficar doente numa segunda-feira à tarde. Pois bem, se você tiver que trabalhar em uma empresa onde seu superior imediato entenda que só profissionais diferenciados podem levar o filho ao médico durante o horário de expediente, é porque pouco evoluímos desde o fim da escravidão.<br />
<br />
O bom líder não é aquele que faz com que 95% dos funcionários deem o algo a mais pela firma. O bom líder é aquele que contrata o número de profissionais adequado à necessidade da empresa e coordena o trabalho de modo que todos façam aquilo para o qual foram contratados, no tempo para o qual foram contratados. O resto é só teoria.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8579070879148969440.post-8131278596693625952016-05-07T10:25:00.003-03:002016-05-07T10:25:42.741-03:00Dia das mães<div class="MsoNormal">
<span>Quando eu tinha 5 anos dizia que teria três filhas. Decerto tinha alguma amiga com duas irmãs e achava lindo. Até então
eu era filha única e achava uma chatice não ter irmãos.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span><span>Com 18, eu dizia que seria mãe
ainda que não encontrasse um pai. Na realidade eu nunca tive esse sonho de
casar, ter um marido e cozinhar pra ele. Mas ainda sabia que queria ser mãe...
de pelo menos uma criança. </span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span><span>O tempo passou, eu escolhi
trabalhar em uma profissão na qual passava longos dias e finais de semana
sentada em frente ao computador. O tal pai também não se fazia presente e era
uma época em que não se podia comprar material genético pela internet. O sonho
de ser mãe foi ficando esquecido.</span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span><span>Lá pelos 30, o pai apareceu e nós
estávamos felizes levando uma vida despreocupada. Trabalhávamos bastante, eu
corria, ele jogava o voleizinho, férias viajando pro exterior, feriadões de
viagens locais, trilhas no meio do mato e até, de vez em quando, almoçando (crianças tapem os ouvidos) sorvete. <span> </span>A gravidez não vinha
e eu nem sabia mais se valia a pena ter um filho num país em que provavelmente
ele teria muito menos oportunidades do que tive. A vida estava boa, eu não
tinha do que reclamar.</span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span><span>Então, muito mais por medo de
arrependimento futuro, nós tomamos uma decisão: faríamos um tratamento, uma
única tentativa de ter um filho. Se não desse certo, tudo bem. Se desse,
tudo bem também.</span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span><span>Deu muito certo.</span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span><span>Não fui daquelas criaturas que
"curtiu" a gestação. Pra mim ela era um mal necessário pra que o bebê
nascesse. Achava legal ver a minha barriga mexendo pra lá e pra cá como se
tivesse um alienzinho nela. Mas, no resto, tudo me incomodava: não poder
correr, não poder caminhar rápido, não conseguir dormir muito tempo na mesma
posição, ter que apoiar as pernas pra trabalhar, comer só um pouquinho e já sentir o estômago estourando. </span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span><span>Meu primeiro filho levou longas 40
semanas e 3 dias pra decidir vir ao mundo. E quando ele finalmente nasceu eu percebi
que, não importa o que te digam, você nunca está preparada pro que vem a seguir.</span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span><span>Quando ele nasceu, senti um misto
de orgulho e medo. Orgulho de ver aquela coisinha linda, perfeita, bebezinho de
comercial de fraldas descartáveis na minha frente. Medo porque ele chorava... e
como chorava. E aí, você olha pro lado e percebe que aquela coisinha é sua
responsabilidade. Não tem ninguém pra chamar, você vai ter que se entender sozinha
com ele.</span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span><span>O meu primeiro mês como mãe foi
narrado aqui:</span> </span><span><span><a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?hl=pt-BR&q=http://anelisec.blogspot.com.br/2011/04/diario-de-30-dias-como-mae.html&source=gmail&ust=1462713552206000&usg=AFQjCNGSGlr_BGdcjp8A-wHW8ZTY25hJAw" href="http://anelisec.blogspot.com.br/2011/04/diario-de-30-dias-como-mae.html" target="_blank">http://anelisec.blogspot.com.<wbr></wbr>br/2011/04/diario-de-30-dias-<wbr></wbr>como-mae.html</a>
. Hoje, olho pra trás e lembro de tudo rindo, até porque ser mãe é que nem
videogame, o nível 1 é o desafio básico, e conforme aumenta o nível, aumenta o
desafio... Mas, sério, na época eu ainda estava procurando a felicidade suprema
que as pessoas descreviam. Porque, sim, o amor é imediato e ele existe desde o
primeiro instante em que você olha pra aquela criaturinha. Mas entender o significado de
felicidade sendo mãe demora um pouco mais.</span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span><span>Os meus filhos nunca foram
bonzinhos. Não dormiam a noite toda. Eram exigentes e eu não sou dada a ler
como pais franceses educam seus filhos.</span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span><span>Eles faziam manha. Tinham refluxo.
Vinham dormir na cama da gente. Teve uma fase em que o Fê só comia arroz com
feijão... e desde que o feijão ficasse separado do arroz. Empacavam no meio da
rua. Destruíram o sofá, os fios do telefone, da internet e da TV. E não adiantava arrumar a casa. Pra que mesmo arrumar a casa?</span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span><span>Hoje, sujam quatro mudas de roupa
por dia. Quando finalmente me sento depois de dar a janta pra eles,
pedem
suco. Querem o mesmo carrinho, ainda que outros 15 estejam por perto.
Chamam
às 3h, às 4h, às 5h da manhã. O mais novo ainda faz xixi na cama. Quando
estão juntos, eles se arrastam e rolam pelo chão. Reclamam do lanche.
Reclamam
do tema. Reclamam de não poder ver TV. Reclamam que querem minha
atenção. Querem me contar todos os detalhes do desenho que assistiram
pela milésima vez. Querem que eu assista o desenho pela milésima vez com
eles.</span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span><span>Metade do tempo estou
preocupada com a educação deles. Na outra metade, com o mundo que eles terão. Se
eles batem no coleguinha, digo “não se resolve as coisas com
briga”. Se eles apanham, tenho que ensinar a se defenderem. Se eles querem só
brincar de uma coisa, ensino a aceitar a brincadeira dos
outros. Se eles só seguem os outros, tenho que ensiná-los a ter opinião
própria. <span> </span></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span><span>Questiono-me diariamente se sou uma boa
mãe. Porque sempre parece que a minha foi muito melhor, que não dou
atenção suficiente pra eles e que, se eles mordem o colega, a culpa é
minha.</span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<span><span>Então um dia olho pra um deles
e pergunto: por que Deus te deu essa mãe e não outra? E ele, na
sabedoria de
seus cinco anos, me responde: porque essa era a mãe "mais boa" pra mim.
Aí meus olhos se enchem de lágrimas e penso que apenas pra viver esse
breve e
efêmero instante de felicidade, faria tudo de novo. De todos os papéis
que já cumpri na vida, o mais importante, sem a menor sombra de dúvida, é
ser mãe. Um feliz dia para todas as mães de sangue e de coração!</span></span>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8579070879148969440.post-70654157321115585632014-01-24T18:03:00.001-02:002014-01-24T18:03:35.451-02:00O segundo filhoQuando uma amiga se torna nova mãe, sempre digo a mesma coisa: os primeiros 30 dias são terríveis, mas passam. Falo isso pelos conselhos que eu própria ouvi e também pelo que passei com o meu primeiro filho e que relatei no passado aqui no blog.<br />
<br />
O fato é que com o segundo filho não senti da mesma forma. Ainda estou dentro do chamado período caótico, mas está tudo relativamente tranquilo (até demais). Eu diria que se não fosse o comportamento do mais velho, que voltou a ser bebê em alguns aspectos, tudo estaria sob controle. Experiência? Em parte. A outra parte é um bebê bonzinho. Como essa segunda parte não é possível controlar, vou passar as dicas do que tem funcionado bastante com o nosso segundinho.<br />
<br />
1) Enrolar o bebê para dormir. No nosso caso, como é verão, muitas vezes ligamos o ar condicionado para que ele fique enrolado. Percebemos que isso ajuda bastante a manter o sono do bebê, porque muitas vezes eles se assustam dormindo, abrem os braços e aí percebem que há espaço em excesso. Então acordam e choram, não necessariamente nessa ordem.<br />
<br />
2) Não sair do quarto para amamentar à noite. No meu primeiro filho, eu tinha o hábito de ir pra sala, ligar a TV e luz pra que eu não dormisse enquanto amamentava. O resultado é que ele acordava bem, não identificava que ainda era noite e custava a dormir novamente. Desse modo, ele adormece novamente enquanto mama ou logo em seguida, porque tudo é escurinho e silencioso (deixamos uma lâmpada de abajur acesa somente).<br />
<br />
3) Trocar o bebê antes da mamada. Isso ajuda ele a estar mais acordado no momento de mamar, então acaba mamando mais e mais rápido. Se ele mama meio dormindo, mama pouco e em seguida acorda novamente porque sente fome novamente.<br />
<br />
4) Não acostumá-lo a dormir sendo embalado. Embalo só se ele está desesperado e chorando há pelo menos uns 20 minutos.<br />
<br />
Outra coisa que pra nós tem ajudado bastante é dar 3 gotinhas de Simeticona (Mylicon, Luftal) antes de dormir. Claro que não aconselho ninguém a sair dando remédio pro seu bebê sem falar com o pediatra antes, mas no nosso caso, observamos que ele tinha muitos gases, especialmente à noite. A partir da quarta semana de vida, ele passava a noite inteira resmungando e se contorcendo no berço. Então, antes de dormir hoje ele toma remedinho pra refluxo (que ele tem desde que nasceu), as gotinhas e, quando percebo que o nariz está meio entupido, ainda coloco um Sorine ou Rinossoro pra que respire melhor. Ele ainda se contorce um pouco, mas são raras as noites em que acorda mais de uma vez. O normal dele é mamar em torno das 9h30min da noite, depois entre 3h e 4h da manhã e aí só pela manhã.<br />
<br />
Uma coisa que meu primeiro filho teve apenas depois que começou com alimentação sólida, foi horário certo para mamar. Esse está funcionando quase que como reloginho de duas semanas pra cá. Mama 6 vezes por dia, em horários que quase sempre são os mesmos. <br />
<br />
Então, tirando a barriga que está demorando mais pra voltar ao normal, pra quem quer tentar um segundinho, eu diria que tudo parece bem mais fácil.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8579070879148969440.post-76240248002460591212013-12-26T16:13:00.001-02:002013-12-26T16:18:57.160-02:002013: um ano difícil e o nosso pequeno milagreEste 2013 que está indo embora foi um ano bastante difícil para a minha família. Perdemos entes queridos e outros adoeceram gravemente. Mas o balanço que fica desse ano não é negativo. O final dele está me mostrando que só se conta a batalha como perdida quando chega realmente o final. E a pequena história de vida do meu segundo filho está aí pra mostrar isso.<br />
<br />
Quem me conhece mais de perto sabe que tive muita dificuldade para engravidar do meu primeiro filho. Nós tivemos que optar por um tratamento que produziu mais embriões do que queríamos. Então, os mais "bonitos" (usando as palavras da minha médica) foram transferidos. Daí nasceu meu primeiro filho. Os demais ficaram congelados.<br />
<br />
Meu segundo filho não era um desses embriões bem bonitos. Mas ele ficou lá, quietinho, durante quase 3 (três) anos a espera de que nós decidíssimos tentar novamente. E tentamos. <br />
<br />
Em uma terça-feira, tive a confirmação da gravidez. A alegria durou pouco, porque já na quinta da mesma semana tive um sangramento forte. Que persistiu nos dias seguintes. O bebê ainda estava vivo, mas eu tinha um hematoma subcoriônico, que é uma espécie de deslocamento do saco gestacional. Quando esse hematoma é pequeno, geralmente regride em poucos dias. O meu era enorme, quase do tamanho do embrião. As chances da gravidez prosseguirem não eram boas. E mesmo que prosseguissem, os artigos da Internet me diziam que as chances de ter um parto prematuro ou um deslocamento de placenta mais adiante eram enormes.<br />
<br />
Troquei de obstetra, por motivos que nem vou relatar aqui.<br />
<br />
Esse hematoma ainda aumentou por duas semanas. Semanas de repouso absoluto, em que não podia sequer explicar pro meu filho mais velho as razões pelas quais ele não podia ganhar colo. Então, ele regrediu. E na semana seguinte sumiu. Era a décima-primeira semana de gestação. Alívio!<br />
<br />
Menos de um mês depois, uma sinusite. Morrendo de medo, tive que tomar antibióticos. Logo depois disso, a pior gripe que já tive na minha existência. Mais antibióticos. Antes do final da gripe, uma tosse que durou meses e nada fazia passar. Remédio para asmático, sem que nunca tivesse tido asma na vida. E o bebê lá, firme.<br />
<br />
Com 33 semanas de gravidez, coceira insuportável, o que fez minha obstetra suspeitar de colestase obstétrica, uma doença hepática que traz riscos para o bebê. Mais angústia até sair o resultado do exame de sangue. Não era. Só uma baita alergia mesmo.<br />
<br />
Então, com exatas 38 semanas, num sábado pela manhã, a bolsa rompeu. O problema é que não havia nenhuma dor ou contração. Só água escorrendo. O parto seria cesárea. Até aí tudo bem, o meu primeiro parto também teve que ser por ausência de dilatação. O problema é que meu primeiro parto foi rapidíssimo. Esse começou a demorar e eu a ficar angustiada. Possivelmente guardarei pra sempre na memória o interminável intervalo de tempo em que ouvi a médica pedir fórceps e o momento em que ouvi o choro do meu filho.<br />
<br />
E ele nasceu bem. Mais sujinho e roxinho do que o irmão, mas saudável, forte e com bons pulmões. É um menino bonzinho, que adora dormir, mas sabe fazer valer sua vontade quando a fome aperta.<br />
<br />
Por tudo isso, meu recado pra 2014 é esse: enquanto há vida, há esperança. Um 2014 de muita esperança pra todo mundo!Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8579070879148969440.post-86151272558852621662013-10-26T18:50:00.000-02:002013-10-28T18:50:17.974-02:00Ser ou não ser mãeO caderno Donna da Zero Hora de 20/10/13 trazia uma matéria sobre a
tendência de mais e mais casais não terem filhos. Trazia também vários
depoimentos de pessoas que fizeram essa opção.<br /><br />Durante muito
tempo estive incluída nesse grupo. Na verdade, com 20 anos eu dizia que
seria mãe aos 30, independente de ter ou não um parceiro. Com 30, eu já
tinha um companheiro legal, mas achava que ainda não era hora. Com 32,
iniciamos algumas tentativas e como as naturais foram infrutíferas,
tomei a decisão de não ter filhos, porque me parecia que não tinha muito
instinto maternal mesmo, já que achava as crianças lindinhas, porém não
tinha paciência pra ficar 24 horas em torno delas.<br />
<br />Um pouco antes de fazer 36, eu e meu marido tivemos uma conversa
séria e decidimos tentar um tratamento, muito mais pelo nosso medo de
arrependimento do que propriamente por vontade de ter um filho naquele
momento. Eu continuo achando que a natureza é cruel com nós mulheres,
porque temos que ter filhos nos nossos melhores anos. Se pudesse adiar,
teria deixado pra ser mãe lá pelos 45, mas infelizmente nessa idade as
possibilidades são muito menores. Engana-se quem diz que hoje a mulher
pode ser mãe quando quiser. Com seus próprios óvulos, apenas um pequeno
percentual consegue engravidar depois dos 40.<br />
<br />Pois bem, concordo com quase tudo o que foi dito na matéria da Zero
Hora. Não ter filhos simplifica bastante a vida. Eu diria que, se você
tiver saúde, não tendo filhos a sua vida vira uma "barbada". Você pode,
por exemplo, decidir trocar de profissão aos 40, sem grandes traumas ou
medos. É possível viajar muito mais, estudar mais, ler mais livros,
todas coisas <br />
que amo fazer. É possível chegar em casa, depois de um dia extenuante de
trabalho, se atirar no sofá e não fazer absolutamente nada. Ou decidir,
de última hora, ir naquela última sessão de cinema. Acredito até que um
casamento tem muito mais chance de dar certo sem filhos, porque você
pode se dedicar quase que inteiramente àquela relação. Enfim, acredito
que é possível ser plenamente feliz sem filhos. Eu era bastante feliz e
acho que, tirando alguns momentos de pressão familiar, continuaria sendo
bem feliz.<br />
<br />Todavia, posso dizer que a experiência de ser mãe mudou quase que
totalmente a pessoa que eu era. Poderia até dizer que me tornou uma
pessoa melhor, mas isso faria parecer que mães são mulheres melhores, o
que não é uma verdade absoluta. Ser mãe foi, pra mim, sim, a experiência
mais impactante pela qual passei em termos de amadurecimento pessoal.
Ser mãe me tornou mais desprendida, mais tolerante, muito menos egoísta.
Ser mãe me tornou menos impulsiva e mais corajosa. Não aquela coragem
que me fez saltar de paraquedas em uma ocasião, e sim aquela coragem pra
falar o que me incomoda ou pra calar diante do perigo. Ser mãe me
tornou mais preocupada em fazer a coisa certa, mesmo que seja a mais
difícil. Ser mãe me ensinou a cuidar mais de mim mesma, para que eu
tenha condições de cuidar de outra pessoa. Ser mãe faz a gente ser menos
filha. Fez sentir-me verdadeiramente adulta e orgulhosa de mim mesma,
ao ver que sou capaz de cuidar de alguém que depende de mim.<br />
<br />O próprio significado da palavra felicidade muda quando a gente é
mãe e é por isso que não vemos muitas mães arrependidas por aí. Há dias
em que você não dorme direito, não come direito, não tem tempo pra si,
mas sente uma espécie de "redenção" em tudo isso. Você faz coisas que
não são pra você sem esperar nada em troca e esse é pra mim o maior
significado de amor verdadeiro. E sendo bem honesta, eu jamais tinha
sentido algo assim antes de passar pela experiência da maternidade.<br />
<br />Então, me perdoem aquelas que são felizes sem serem mães. Eu
realmente acredito na felicidade de vocês. Porém, agradeço todos os dias
por ter tido a oportunidade de passar por essa experiência. E não é
porque acho meu filho lindinho e especial (como todas as mães acham). É
porque ele me ensinou que se doar pra alguém não é sacrifício, mas uma
das formas mais plenas de felicidade.Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8579070879148969440.post-27504837622788268372013-07-14T15:26:00.000-03:002013-07-14T15:26:06.830-03:00A arte de não sentir saudadeEsquecida no fundo de uma gaveta estava uma antiga foto, do ano de 2000. Era uma foto conjunta de toda a equipe da empresa em que trabalhava na época, uma empresa em formação, mas que pertencia a um grande grupo já estabelecido. Um de seus maiores projetos na época era justamente aquele do qual participei: um portal de internet que hoje é um dos mais conhecidos do estado, o clicRBS.<br /><br />Senti uma felicidade imensa ao ver aquela foto. Mas não foi uma felicidade de saudade. Eu não consigo sentir saudade daquela época. Explico: sinto imenso orgulho de ter trabalhado por quase 9 anos naquela empresa, assim como me orgulho de cada trabalho, voluntário ou remunerado, que tive. Sinto orgulho das 12 horas de trabalho por dia, dos feriados e finais de semana perdidos e até mesmo das muitas madrugadas em que fui acordada por algum problema técnico ao longo daqueles anos (ainda que contrariada). Só que isso não é saudade. Saudade é um sentimento que pressupõe sentir falta de algo ou de alguém. Sinto saudade de duas amigas queridas que se foram precocemente, sinto saudade dos meus avós e tios que se foram e também da jovem sonhadora que fui um dia. Mas não sinto saudade daqueles anos. Foram sim, uma parte importante da minha vida, feliz em muitos momentos, triste em outros. Foram anos que fizeram de mim quem sou hoje e me trazem boas memórias. Só. Passou. Nova fase.<br /><br />Vejo diariamente no meu trabalho (e que fique claro, não estou falando especificamente da empresa que mencionei antes) pessoas que ficam plantadas por 20, 30 anos na mesma empresa e vestem a camiseta de tal modo que se sentem donas daquilo. Fazem alianças estranhas, provocam demissões ou mudanças de cargo de colegas ou simplesmente não admitem que alguém faça qualquer comentário crítico a respeito de nada, como se tivessem a obrigação de trabalhar num lugar perfeito, mesmo que o mundo lá fora esteja desmoronando. Um dia elas se aposentam ou simplesmente vão embora, mandam um e-mail emocionado enumerando seus feitos lá dentro e esperam as honrarias. Só que no dia seguinte à sua despedida, já há outra pessoa ocupando aquele posto e a vida segue, como se aquele ser jamais tivesse existido.<br /><br />Veja bem, não estou aqui dizendo que ninguém deve ser comprometido. Pelo contrário. A arte de não sentir saudade pressupõe, quem sabe, trabalhar muitas horas, dedicar-se com afinco a uma tarefa, desentender-se com alguém. Ou não. O importante é fazer aquilo que é certo, ou que pelo menos parece ser naquele momento. Muitas vezes estive trabalhando, enquanto meus amigos festejavam. Em outras ocasiões, repreendi subordinados, briguei com colegas, aceitei soluções que sabidamente não eram boas, mesmo contra a minha consciência, apenas porque parecia ser o correto. Analisando pra trás hoje, vejo que não guardo grandes arrependimentos. Quiçá por isso não haja saudade.<br /><br />Há pessoas que dirão que eu nunca construirei nada com esse meu pensamento. Pode ser. O que me traz maior felicidade de ter construído não foram os sites ou softwares que desenvolvi ou coordenei. Até porque eles não serão perenes. O código que me deu o maior trabalho no ano de 2002 e ao longo dos anos seguintes está morto desde 2008. O que me traz maior felicidade mesmo é ver que, poucos anos após esse ano 2000, mais especificamente a partir de 2004, dei oportunidade a algumas pessoas de entrar no mercado de internet. Pessoas que hoje são grandes profissionais. Também me traz felicidade saber que trabalhei com algumas das pessoas daquela foto, pessoas que continuo admirando. Mas não saudade.<br /><br />Talvez o maior segredo de não sentir saudade seja justamente a renovação. A vida não pode ter uma única meta ou foco. Meu projeto atual é muito diferente daquele de 13 anos atrás. É ajudar uma criaturinha a entender e encontrar seu lugar nesse mundo maluco, sempre respeitando o direito dos outros de também terem seu espaço. Em breve, se Deus quiser, serão duas criaturinhas. Estou fazendo isso de corpo e alma, sem esperar retribuição futura. E igualmente espero um dia não sentir saudade. Apenas a felicidade do dever cumprido.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8579070879148969440.post-60512174471498367672013-06-14T09:10:00.000-03:002013-06-14T16:03:05.378-03:00Recebendo ordens de criançaMeu filho já está com 2 anos e 3 meses e a linguagem está bem desenvolvida. Ele já forma frases direitinho. Fala muito errado ainda, isso sim. Não tem jeito, por exemplo, de falar "comeu" ou "acabou". É "pomeu" e "apabou". Tablet é "pabit". A pediatra disse que essas trocas são preocupantes apenas a partir dos 4 anos. Então, por enquanto, apenas falo certo e peço pra ele repetir, mas não tem jeito. É "pomeu" mesmo.<br />
<br />
O desenvolvimento da linguagem traz consigo um outro fenômeno peculiar. A criança começa a dar ordens. Dias atrás, enquanto observava um cachorrinho na vitrine da pet shop, ele ordenava: <br />
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- Bebe água, cachorro, vai lá e bebe pra ficar forte.<br />
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Mesmo a avó dizendo que o cachorrinho estava cansado e precisava dormir, a ordem continuava:<br />
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- Não tá na hora de naná, tá na hora de tomar água.<br />
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Hoje pela manhã, quando pedi para levantar porque iríamos a algum lugar a resposta foi pronta:<br />
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- Acho bom levar o "pabit".<br />
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Dias atrás, fomos jantar na casa de uma amiga e quase morri de vergonha quando ele estancou na frente da máquina de lavar, ordenando:<br />
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- Tem que botar mais roupa.<br />
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A máquina era um modelo avançado. Aberta na frente e não em cima, ao alcance do tamanho do guri. Imaginem só a hipnose durante metade da noite.<br />
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A conclusão é: se você só achar bonitinho e não impor certos limites agora, já era.<br />
<br />
Também nessa fase, começa o replay interminável do mesmo desenho. Ele tem 3 ou 4 episódios do Peixonauta no tablet e os fica assistindo em loop (pros leitores não programadores, loop quer dizer repetição). Também adora outros desenhos que repetem quase que semanalmente o mesmo episódio. Agora entendo porque os canais infantis repetem tanto. Estão se adequando ao seu público.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8579070879148969440.post-70407873004422386532013-05-28T08:44:00.000-03:002013-05-28T17:44:59.843-03:00Os trabalhinhos da escolinha e o trauma da mãeA escolinha do meu filho recentemente mandou um "trabalhinho" para ser executado pela criança com seus pais. Veja bem: meu filho tem 2 anos, eu entendo que ele nem deveria estar fazendo trabalhinhos ainda, mas tudo bem.<br />
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O trabalhinho consistia no seguinte: a criança trouxe um boneco de pano para casa, feito de TNT com algum enchimento de espuma. O bonequinho vinha totalmente nu, ou seja, sem olhos, cabelo, nariz, boca ou roupas. A tarefa conjunta era completar o bonequinho.<br />
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Sempre tive trauma de trabalhos artísticos. Eu era péssima em qualquer coisa que envolvesse arte. Sabe aquelas crianças que criam coisas maravilhosas com argila? Eu nunca fui uma delas. Meus desenhos eram o básico: casinha, florzinha, árvore com frutas. Quer dizer, ser mãe é reviver todos esses traumas.<br />
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Sim, porque você acha que uma criança de 2 anos será capaz de costurar cabelos de lã em um boneco de TNT? Só ser for um superdotado em motricidade. Você vai dizer: "ah, mas é só colar, aí ele consegue". Pois bem, tente colar papel com cola escolar no TNT. Eu tentei em vão.<br />
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Pra resumir: passei a tarde de domingo costurando roupinhas em TNT pro boneco, depois costurando os fios de cabelo de lã do boneco, enquanto meu filho se divertia na pracinha com o pai dele, já que depois dos 2 minutos de empolgação iniciais, ele achou a tal atividade do boneco chata. Bela atividade de família. Depois a escola ainda vai expor trabalhos lindinhos feitos por crianças de 2 anos para alguns pais pensarem: "nossa, que crianças inteligentes".<br />
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Você vai dizer: "mas enfim você superou o trauma dos trabalhos artísticos". Não, não foi dessa vez que nasceu uma obra prima de arte. Melhor dizer que foi a criança de 2 anos que fez!Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8579070879148969440.post-1891268710813854152013-03-08T20:10:00.000-03:002013-03-08T20:10:01.133-03:00Diário de mãe: os 2 anosOs dois anos são um marco importante no desenvolvimento de uma criança. É quando a gente percebe que não tem mais um bebê em casa e, sim, um menininho. No meu caso, a proximidade dos dois anos trouxe alguns avanços importantes: fralda agora só para saídas mais longas ou para dormir. A segunda mudança foram noites muito melhor dormidas.<br />
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A proximidade dos dois anos também tornou possível nossa primeira viagem de avião para mais longe. Nosso menino já come direitinho em restaurante, o que era uma dificuldade há uns meses atrás. Claro, tem que ter o básico, arroz, feijão e carne pra isso, mas as possibilidades de comer fora de casa com esse pequeno detalhe aumentaram de forma exponencial.<br />
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A linguagem já está bastante desenvolvida agora. Ele já fala frases inteiras e mais complexas, como " A fumiga subiu na mamãe." (a formiga subiu na mamãe) ou "vovó tá na casa dele". Ainda erra o gênero, mas se comunica bem. Sabe pedir algumas coisas que quer como "quer fazer xixi", "mamãe faz papá". Entende o "esse pode" e o "esse não pode". Também aprendeu a dizer onde dói. Essas coisas somadas, fazem parecer a vida de mãe praticamente o paraíso, em comparação ao post do primeiro mês há longínquos 2 anos atrás. Longínquos, sim, pois a pessoa que sou hoje é muito diferente da mãe apavorada daquele primeiro mês e que ainda não se enxergava como mãe de verdade.<br />
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Atualmente, o programa preferido do guri é ir a aniversários. Ele sabe que vai encontrar piscina de bolinhas e cama elástica, seus brinquedos preferidos. Sim, aniversários, não são mais como no meu tempo. A ausência desses brinquedos para as crianças nas festas hoje é o mesmo que a ausência de brigadeiro do nosso tempo. Na saída, a gente não leva mais um balão, mas sim lembrancinhas personalizadas. Enfim, foi difícil explicar dias atrás que a festa tinha acabado e que no dia seguinte não ia ter festa de novo.<br />
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Estou percebendo que a socialização está iniciando. Meu menino tem preferência pela companhia dos coleguinhas da escolinha ao de crianças desconhecidas. Ele, inclusive, já os chama pelo nome e fica bem feliz quando esses o acompanham nas brincadeiras, fazendo o mesmo que ele está fazendo.<br />
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Não houve festa no aniversário de 2 aninhos, mas houve bolo e, ao contrário do ano passado, ele tinha plena consciência do que se passava a sua volta. Assoprou a velinha umas 10 vezes, cantou parabéns e sabia que era o dia do aniversário dele e não dos outros amiguinhos.<br />
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É com alegria que digo, pois, que agora é que a diversão está começando.Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8579070879148969440.post-52397114127536513762013-03-04T21:50:00.000-03:002013-03-05T13:50:40.160-03:00Depois que a dor passar<br />Levei algum tempo para escrever sobre o incêndio em Santa Maria porque queria fazer isso sem o impacto da emoção. Fui diretamente envolvida pela tragédia, pois um primo em segundo grau, Ruan, faleceu lá. Difícil entender como a morte escolhe pra levar um guri querido, estudioso, tímido, super apegado aos pais, que tinha entrado numa universidade federal pelo próprio mérito aos 16 anos e poderia ter um futuro brilhante. Um guri que era filho de gente batalhadora (não rica, como vi em alguns comentários maldosos), que acordava de manhã e ia trabalhar pra poder proporcionar a ele o que não teve. Mas agora, passado mais de um mês do fato e depois de toda a repercussão que as 240 mortes tiveram, começo a pensar que o Ruan e os outros jovens deixaram de ter um suas próprias vidas para, quem sabe, entrar para a história, o que de certo modo os eternizará.<br /><br />O que o tempo não trará, todavia, será uma cura para a dor dos pais e familiares próximos. Essa durará enquanto eles viverem. Ou sobrevirerem. Em tragédias como essa e em outras similares o que vemos é a comoção imediata da opinião pública, de autoridades que visitam familiares e prometem providências, o clamor por punições. Depois, o tempo passa e a vida continua. Uma das frases do filme "Um sonho de liberdade" (meu filme preferido) diz assim: "<i>Get busy living or get busy dying</i>". Traduzindo, seria algo como "ocupe-se de viver ou ocupe-se de morrer". Quer dizer, a vida tem que continuar mesmo e isso é uma coisa boa, já que a segunda opção não parece ser a mais sábia. Só acho que coisas como essas já aconteceram tantas vezes que deveríamos ter aprendido algo. E parece que não.<br /><br />Hoje, só se fala em punir culpados e em indenizar as famílias. E aí entra a minha crítica. Indenizar, nesse caso, não vai amenizar a dor de ninguém. É possível, inclusive, que as pessoas se sintam culpadas por aceitar um dinheiro (se ele vier) em virtude da morte de um filho, como se a vida desse filho tivesse um valor financeiro. Culpados? Adianta condenar os donos da boate e integrantes da banda? Houve negligência da parte deles? Parece que sim. Mas só fizeram o que 90% dos empresários da noite fazem. Provavelmente viram outros fazer antes e "nunca dar em nada". A única diferença é que os outros foram brindados com melhor sorte. Quantas vezes já me vi em lugares superlotados em que sabia, conscientemente, que não conseguiria sair se fossem incendiados ou se um maluco entrasse atirando? A negligência é do Estado, é dos empresários, mas é nossa também, que nunca denunciamos superlotação e que um dia já achamos 'maneiro' entrar num lugar onde não se consegue nem respirar direito, quem dirá dançar.<br /><br />Não pense, todavia, que eu acredite que devemos apenas esquecer. Na verdade, não podemos esquecer. Há 50 anos, um incêndio em um circo em Niterói, matou mais de 500 pessoas, 70% crianças. As causas? Segundo o <a href="http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/01/autor-de-livro-sobre-incendio-de-circo-em-niteroi-rj-lamenta-tragedia-no-rs.html" rel="nofollow" target="_blank">escritor Mauro Ventura do livro "O espetáculo mais triste da Terra"</a>, foram material inflamável, ausência de extintores e saídas de emergência, além de grades dificultando a saída. Não parece ser mera coincidência. Perguntei aos meus pais, que eram jovens na época se lembram do fato e eles não recordam. Não se encontra muita coisa na Internet sobre o assunto. Quer dizer: optou-se por esquecer e, esquecendo, aconteceu de novo. Infelizmente é preciso punir, pagar indenizações e mudar leis porque é a única forma de construir um legado palpável.<br /><br />O maior aprendizado que essa tragédia pode trazer, porém, é algo que jamais poderá ser medido e que pode levar muitos anos pra ser percebido. Um sobrevivente, dias atrás, falou o seguinte para o <a href="http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2013/02/nao-ha-como-esquecer-o-cheiro-de-queimado-diz-ferido-que-teve-alta.html" target="_blank">site G1</a>: “<i>As pessoas param de brigar por bobagens. Uma amiga que não falava comigo há dois anos veio se desculpar. Caras que não se davam bem por causa de mulheres deixaram as brigas de lado. As pessoas perceberam que a vida é muito curta e somos muito vulneráveis</i>”. Outro disse isso para o <a href="http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2013/02/tem-alguma-missao-especial-para-eu-fazer-aqui-na-terra-afirma-sobrevivente-da-tragedia-em-santa-maria-4040036.html" target="_blank">Jornal Zero Hora</a>: "<i>Tem alguma missão muito especial para eu fazer aqui na Terra.</i>"<br /><br />O que quero dizer é: muitos jovens estavam lá e sobreviveram a isso. Outros não estavam, mas perderam amigos ou familiares. Esses jovens, um dia, estarão na posição de quem toma decisões. Muito cedo, esses jovens tiveram a chance de perceber que NADA, mas NADA, tem mais valor do que a vida humana. E entender esse pequeno detalhe é o primeiro passo para construir uma comunidade, uma cidade, um país, em que pessoas de diferentes opiniões, credos ou times de futebol possam conviver em harmonia. Ou pelo menos com tolerância. Como diz outra frase do meu filme preferido: "<i>A esperança é uma coisa boa... talvez a melhor coisa. E tudo o que é bom nunca morre</i>". Deposito, então, minha esperança para que desta vez a gente aprenda.<br />
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8579070879148969440.post-47962761664818558522013-01-06T15:55:00.000-02:002013-01-08T15:57:03.622-02:001 ano e 10 mesesNos últimos dois meses a linguagem do pequeno deslanchou de vez. Ele passa o dia inteiro feito um papagaio repetindo tudo o que a gente fala. Repete sem parar expressões como "bate bumbum" ou "não pode" ou "ador desligado" (ventilador desligado) ou "dodói tá bom" ou "dodói da mamãe tá bom". A mais bonitinha dessas expressões é "luia no céu" (lua no céu).<br />
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Ele já fala expressões de 3 ou 4 palavrinhas, o que já pode caracterizar frases simples. Creio que o máximo de complexidade que ele atingiu foi "dodói caiu na rua", para se referir que ele caiu na rua e com isso fez dodói.<br />
<br />
Estão também começando a surgir as palavrinhas mais educadas como "culpa" e "obigada" (desculpa e obrigada). Elas surgem muitas vezes espontaneamente, sem que a gente peça pra ele dizer. Também surgem espontaneamente os beijinhos. Quando eu vejo, está ele agarrado nas minhas pernas, distribuindo beijinhos.<br />
<br />
Parece que meu guri não vai ser muito fã do sol. Várias vezes quando sai na rua ele comenta "sol tá quente" e "não, sol", meio que pedindo para que ele vá embora. Então, pára na sombra e diz "esse bom".<br />
<br />
Impressionante também como já nessa idade ele começa a manifestar sua opinião. Se o programa de TV não agrada, ele diz "esse chato" ou "esse ruim". Se eu dou água, ele pede "ota água", que é como ele chama o refrigerante que fica na geladeira (e que eu não dou mais que uns 6 goles).<br />
<br />
Também não parece muito fã de praia ainda. Ele vai, brinca um pouco na areia, brinca um pouco na água e pede "simboia" (se embora). Mas gosta bastante de meter a mão no balde de água com roupa de molho. E ajuda a varrer o chão.<br />
<br />
O fascínio pela máquina de lavar roupa aos poucos perde espaço para o fascínio por todo e qualquer tipo de ventilação. Tudo pra ele é "ador": ventiladores de teto, de chão, os cataventos do Parque Eólico e os splits. E ele pára para admirar todos eles, onde quer que estejam.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8579070879148969440.post-75075150538058064042012-11-06T08:47:00.000-02:002012-11-06T16:53:35.095-02:001 ano e 8 mesesEsse mês houve um baita aumento no número de palavrinhas que o guri fala. Ele também passou a repetir mais o que a gente fala. E para qualquer coisa agora é "esse é mamãe" ou "esse é papai" ou "esse é nono" ou ainda o "esse titio". Ou seja, qualquer, mas qualquer objeto mesmo tem que pertencer a alguém.<br />
<br />
Por essa razão, torna-se tarefa difícil ficar descalça na sala de casa. Daqui a pouco lá vem ele, carregando meu sapato e dizendo "esse mamãe". Mas carros, só podem pertencer ao papai ou ao nono. Pra ele, mamãe não tem carro, só sapato, brinco e relógio.<br />
<br />
Aliás, deve ser já o efeito da testosterona o fascínio que um carro exerce sobre ele. É capaz de ficar horas sentado no banco dianteiro mexendo na direção, no câmbio, no rádio e nos piscas. Fica realizado girando a direção e dizendo "brummmmm". E não é fácil enganá-lo pra tirá-lo de lá, não. Se eu digo, vamos voltar pra pegar a chave do carro, quando ele chega em casa procura a chave até encontrar e me dá pra voltar pra garagem.<br />
<br />
Desisti de fazê-lo dormir a noite inteira em sua cama. Azar, quando crescer ele aprende. Podem me crucificar todas as educadoras de crianças, mas eu não podia mais aguentar o olhar dos vizinhos de cima e de baixo no dia seguinte com o choro a 1h da manhã. O de cima, sequer me cumprimenta (ele sempre foi chato mesmo) e o de baixo olha pro guri com jeito de "vou te esfolar criança". Depois dizem que mulher sozinha é que tem mau humor. Pra desmentir mais esse mito, meus dois vizinhos são homens de meia idade e moram sozinhos.<br />
<br />
Por sinal, dias atrás o vizinho de baixo me veio com um conselho "que a criança chora porque vai dormir muito cedo". Na realidade, com o horário de verão, o guri vai dormir lá pelas 21h30min, o que não é exatamente cedo pra uma criança de 1 ano e 8 meses. Mesmo indo dormir mais tarde, tem um determinado horário na madrugada que ele acorda. Volta a dormir de novo, mas inevitavelmente acorda e se agita. Lógico que fiquei com vontade de perguntar "por um acaso você tem filhos?", mas apenas dei uma risadinha e suspirei.<br />
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Aliás, a idade está me deixando sem paciência pra dar explicações. Pense o que quiser e entre com uma medida cautelar contra mim quem se sentir incomodado. Pelo menos não vou ter custo com advogado.Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8579070879148969440.post-53024227967850864352012-10-18T17:07:00.004-03:002012-11-05T18:28:22.181-02:00Passeio no Pampa Safari<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt2QJ6IyJD61tds_dofPJgprAJVIPIEMcFXZ4ukJdVXYceVvn-FOH59QnCFq4QilqUWiKjoSTGWAyAmk2AYTqPIzekCyoThvegHq16UafIuybuWBYGqyfrjkTHxUMn3IcyiPTfrBw1tOM/s1600/pampa_safari1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt2QJ6IyJD61tds_dofPJgprAJVIPIEMcFXZ4ukJdVXYceVvn-FOH59QnCFq4QilqUWiKjoSTGWAyAmk2AYTqPIzekCyoThvegHq16UafIuybuWBYGqyfrjkTHxUMn3IcyiPTfrBw1tOM/s320/pampa_safari1.jpg" width="320" /></a></div>
Um passeio que pode ser bem interessante para crianças na região metropolitana de Porto Alegre é o Pampa Safari, em Gravataí. O parque tem uma área de 320 hectares, com mais de 2.000 exemplares de animais. Esses animais são observados "in natura", ou seja, não ficam em jaulas. Por esse motivo, o caminho é percorrido no carro, não é possível descer. Em algumas ocasiões você pode ter que parar para esperar que uma ema desocupe a estrada.<br />
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Existem zebras, camelos, hipopótamos, cervos, flamingos, emas, avestruzes, capivaras, antílopes, lhamas, macacos-prego, búfalos, cisnes e pavões.<br />
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O custo da entrada do parque é por veículo, ou seja, não importa quantas pessoas estão dentro do automóvel, o custo será o mesmo. Há um custo diferenciado para micro-ônibus.<br />
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Depois que o "safari" termina, é possível estacionar o carro e visitar o chamado museu ao ar livre, com locomotivas e trens antigos, bondes que circulavam em Porto Alegre e tanques de guerra. Também há uma pracinha, uma mini-fazendinha e alguns jardins, um deles com uma enorme estátua de Buda e outro com uma de dinossauro.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvf2o_TB2nIJ8WaUGW9j9k_Hg43t2Jds-h_c5ad1qUKUF5utgS7DDPnO_eGAIlwNKp1010JBaf2rrSBlWQ4Ftq-R21ZYIUnk7zdQbycMosOMTqGeaTc_V7SKuMwx2qIT_F0PaD82TGV1Q/s1600/pampa_safari2.JPG" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvf2o_TB2nIJ8WaUGW9j9k_Hg43t2Jds-h_c5ad1qUKUF5utgS7DDPnO_eGAIlwNKp1010JBaf2rrSBlWQ4Ftq-R21ZYIUnk7zdQbycMosOMTqGeaTc_V7SKuMwx2qIT_F0PaD82TGV1Q/s320/pampa_safari2.JPG" width="320" /></a>Quando menina, visitei o parque e fiquei um pouco desapontada apenas com o estado em que se encontra. As locomotivas e bondes estão se deteriorando, velhos e enferrujados. A infra-estrutura da lancheria também é um pouco precária. Há apenas biscoitos e salgadinhos prontos, embora se possa pedir que seja feito um cachorro-quente ou uma torrada. Creio ser mais agradável e divertido para as crianças programar um piquenique (há umas poucas mesas próximas à pracinha) do que esperar pela lanchonete.<br />
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De qualquer modo, as crianças se divertem vendo os bichos e com o playground da pracinha. Como eles vivem muito fechados em apartamentos, pelo menos podem aprender a reconhecer determinados bichos e que esses não têm botão de liga e desliga. Mesmo o meu pequenino, que tem 1 ano e meio, gostou bastante do "bambi" que ele chama de "bei". Juntando a criançada num piquenique, então, dá pra passar uma tarde divertida e com custo baixo.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8579070879148969440.post-71538824556146832762012-10-15T11:06:00.000-03:002012-10-23T13:41:38.891-02:00UgunCom 1 ano e 7 meses, o fascínio do meu bebê voltou-se quase que exclusivamente para o objeto que ele chama de "ugun". Trata-se da máquina de lavar roupa. O guri é louco por ela, se deixar fica horas olhando-a lavar, enxaguar e centrifugar. Se está desligada, ele quer pegar a roupa e colocar lá dentro, porque, segundo seu raciocínio, assim, ela voltará a funcionar.<br />
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Agora ele consegue não apenas subir, mas descer a escada, segurado pela mão. Está começando a atinar também que pode subir a escada com os dois pés. Até então, ele dava um passo, colocava o pé no mesmo degrau e só então subia o outro.<br />
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Estamos tentando fazer com que aprenda a pilotar um triciclo, mas ele não tem paciência pra ficar muito tempo sentado nele. Prefere empurrar. Prefere, na verdade, qualquer brincadeira que envolva rua e corrida. E está aprendendo a chutar a bola. Pega suas duas bolas e se encaminha pra porta quando quer sair.<br />
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Não percebi grande evolução silábica no mês. Uma meia dúzia de palavras novas apenas. Algumas ele fala uma vez e depois nunca mais, como "pota" (porta). A pediatra diz que nos meninos isso é assim mesmo.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8579070879148969440.post-22821541629486794742012-09-27T09:24:00.000-03:002012-09-27T17:25:07.155-03:001 ano e meioÉ inacreditável como o tempo voa quando você tem uma criança pra cuidar. Parece que foi ontem que eu cheguei em casa com um bebezinho de 49cm. Hoje esse bebezinho é um bebezão com quase o dobro desse tamanho.<br />
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Nos últimos dois meses, os dentes se multiplicaram. Há dois meses, ele tinha apenas 6 dentes. Agora já são 11. Já apontaram 3 dos 4 pré-molares, o que faz com que as mordidas estejam cada vez mais perigosas. Qualquer hora, um dedo meu será arrancado.<br />
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No último mês, adquiriu a habilidade de subir escadas quase sozinho. Basta segurá-lo por uma das mãos agora e ele praticamente vai. O resultado é a resistência em utilizar o elevador. Um dos comportamentos indesejados que tem se intensificado, aliás, é a chamada birra. Não adianta mais apenas fingir que estou indo embora. Quando ele quer ficar em determinado lugar, muitas vezes grita e se joga no chão, o que é meio caminho para o castigo. Não tenho muita paciência pra esse tipo de comportamento. Havendo possibilidade, quando isso acontece ele vai pra casa e fica sentado, pensando no que fez. E incrivelmente ele fica sentado.<br />
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Por outro lado, ele é uma criança super carinhosa, que chega, abraça a gente, faz carinho, pula nas nossas pernas. E na escolinha dizem que é "super educado" e come sozinho sem fazer sujeira. Difícil de acreditar. Em casa ele até come sozinho, mas em regra, dou uma colher na sua mão, ele fica remexendo a comida, mas come mesmo quando eu lhe dou com a minha colher. Talvez até comesse sozinho, porém me falta paciência para esperar por enquanto.<br />
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Andei lendo em sites que espera-se que a criança aos 18 meses possua um vocabulário de cerca de 50 palavras e seja capaz de juntar duas palavras, como "quero colo". Meu filho ainda não tem essa habilidade frasal. Diz apenas uma palavra para expressar o que quer. Ultimamente a palavra preferida tem sido "bua" (rua).<br />
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Contei as palavras que diz e não consegui somar as 50 também. Creio que fale umas 30, contando com os sons ininteligíveis, como "adita" que parece se referir a canetinha (hidrocor), que ele adora, e "dish" (lixo). Talvez não fale porque não lhe interessa, uma vez que entende praticamente tudo e tem boa memória. No supermercado, é capaz de encontrar cenouras, batatas e bananas quando eu peço para me mostrar, dizendo "aí" ou "ali". Dias atrás, eu estava guardando a roupa limpa (minha, dele e da casa) e pedi para que segurasse uma toalha de rosto. Para minha surpresa, ele pegou a toalha e levou para o banheiro, colocando-a no armário no exato lugar em que eu guardo as toalhas de rosto.<br />
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A sabedoria popular diz que meninos são mais enjoados pra falar que meninas. Estou começando a achar que é verdade, entretanto, por via das dúvidas, vou questionar a pediatra sobre isso na próxima consulta.Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8579070879148969440.post-66195951185618239312012-09-16T18:18:00.000-03:002012-09-17T18:18:37.378-03:00DesfechoEspero que esse post encerre o assunto que iniciei <a href="http://anelisec.blogspot.com.br/2012/01/angustia-da-espera.html">aqui</a> e depois continuei <a href="http://anelisec.blogspot.com.br/2012/07/ah-os-medicos.html">aqui</a>.<br />
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O fato é que, não conformada com as duas opiniões anteriores, marquei com uma terceira médica mastologista, essa bastante conhecida e conceituada. Fui atendida inicialmente por seu assistente que já me adiantou que eles creem que "a melhor cirurgia é aquela que não necessita ser feita".<br />
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De cara, senti mais confiança. Graças aos céus havia encontrado alguém que entendia que uma cirurgia só deveria ser feita em casos imprescindíveis. Foi solicitado novo exame, com um radiologista que trabalha no mesmo serviço que essa médica.<br />
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Então, durante o exame, a revelação: nada foi encontrado. O nódulo havia simplesmente desaparecido. Há tempos que eu já não o sentia, mas como no último exame a radiologista havia dito que ele continuava lá, não questionei o diagnóstico.<br />
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Qual o mistério? Não se sabe. O radiologista que me examinou por último disse que um nódulo categorizado como IV-b não desaparece espontaneamente, então, ele acredita que houve um erro de categorização no primeiro exame. Mas IV-b ou não, ele sumiu.<br />
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Não quero aqui que pensem que devemos duvidar de todos os diagnósticos médicos, porém, no meu caso, a dúvida e a minha resistência em operar algo que havia sido biopsiado como benigno acabou me livrando de uma cirurgia, de uma anestesia e de todas as suas possíveis implicações. Então, a lição que fica é a de não aceitar o primeiro diagnóstico, pesquisar e encontrar alguém com que você realmente se sinta confortável.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8579070879148969440.post-65403077655238234772012-09-04T08:23:00.000-03:002012-09-04T10:05:00.538-03:00Aprendendo a usar o peniquinhoTalvez ainda seja muito cedo para tirar as fraldas de uma criança de 1 ano e meio, mas o meu gurizinho começou a dizer "cocô" quando fazia o número 2. Então, achei que poderia orientá-lo a ir pro peniquinho antes de fazer isso.<br /><br />No início foi muito difícil. Ele odiou o peniquinho, não queria sentar nele de jeito algum. Nem a musiquinha ajudou.<br /><br />Então, deixamos lá num canto e sempre perguntávamos antes do banho se ele queria usá-lo (pra ele o líquido e o sólido são a mesma coisa: cocô).<br /><br />Depois de mais ou menos uma semana, ele pediu para sentar no vaso de gente grande. Seguramos ele lá e ele começou a pelo menos fazer o xixi antes do banho lá. Depois disso, começou a fazer nos dois lugares: no vaso e no penico. Ultimamente tem anunciado quando faz o xixi na fralda e se perguntamos se quer fazer no peniquinho, ele faz força e o xixi vem. Claro que a maioria do xixi ainda fica na fralda, mas ele já está adquirindo a consciência de que existe um lugar pra fazer aquilo.<br /><br />Também já vínhamos fazendo o seguinte depois do cocô: eu tirava a fralda e o levava comigo até o banheiro para que ele me visse despejar o número 2 no vaso sanitário e dar a descarga. Esse procedimento exerce, por incrível que pareça, fascínio numa criança de 1 ano.<br /><br />Então, hoje, pela primeira vez, consegui com que fizesse o número 2 no peniquinho. Ele ficou muito faceiro com isso.<br /><br />Não pretendo tirar a fralda ainda, vou esperar mais para o verão, mas se ele já consegue entender o que deve usar, creio que não será tão difícil.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8579070879148969440.post-78638666284522751972012-08-19T16:06:00.000-03:002012-08-20T16:06:33.649-03:001 ano e 5 mesesImpressionante como ao longo do último mês, meu filhote fez vários avanços silábicos. Claro, ele só fala aquilo que lhe interessa, mas é bonitinho de vê-lo se comunicando.<br /><br />Aprendeu a dizer "esse" para o objeto que está escolhendo. Também diz "aqui" ou "ali" para mostrar onde está determinada coisa ou pessoa. Já fala direitinho "papai" e "mamãe". Também diz "mãe" e atira objetos no chão apenas para dizer "caiu".<br /><br />Ele tem palavras (embora não corretas) para mostrar o que quer: "adi" significa "abre", "muma" significa "arruma", "ninina" é "menina" e "au" seguido de um abano é "tchau". <br /><br />"Din don" é o balanço da pracinha. Ele ama ir pra pracinha. Pega a chave, corre pra porta e diz "din don". Não sei como ele aprendeu, mas sobe sozinho no escorregador. Quando chega lá em cima, senta direitinho. O único problema é escorregar propriamente. Ele ainda se desequilibra pra escorregar e a gente tem que ficar de olho.<br /><br />Também aprendeu a dizer "cocô" quando enxerga sua fralda suja. Aliás, quando faz cocô, ele chega perto da gente e anuncia. O próximo passo é fazê-lo dizer isso antes de sujar a fralda.<br /><br />Não sei se com todas as crianças é assim, mas o espertinho testa cada vez mais seus limites. Se antes ele parava quando a gente dizia "não", agora ele sabe que é "não", mas faz mesmo assim, encarando. Obviamente que ele aprendeu o significado da palavra castigo. Não tem sido muito eficiente deixá-lo sentado num cantinho, como as psicólogas orientam, já que ele é muito inquieto. Mas colocá-lo no quarto e fechar a porta por 1 minuto, tem ajudado bastante. Ele volta bem comportado.<br /><br />Essa coisa do castigo, aliás, tem-me feito passar por situações embaraçosas na rua. Nós o ameaçávamos dizendo que se fazia algo errado era "pá". Pois agora, na rua ou no supermercado, quando eu olho bem séria, ele imita o "pá" batendo na perninha. As pessoas devem pensar que o coitado é espancado em casa.<br /><br />Ele está naquela idade em que faz escândalos, esperneando quando contrariado. Hoje mesmo, na rua fez dessas. Quando faz isso, não cedo para ele ficar quieto. Eu o retiro do lugar onde está falando baixo, mas bem sério. Não sei se é o melhor remédio, mas sempre odiei criança birrenta e prefiro os olhares de reprovação do que filho mal-educado.<br /><br />A questão toda é que o mau humor e sua birra são na maioria das vezes em casa. Na pracinha, ele brinca direitinho, não tira brinquedo das outras crianças, fica ao lado, esperando a sua vez. Sabe repartir os brinquedos. Quando quer brincar com algo, ele dá uma coisa sua em troca. O problema é que ele simplesmente não gosta de voltar pra casa, como se o lugar em que mora fosse o consultório do dentista.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8579070879148969440.post-13442060700847386242012-08-13T08:37:00.000-03:002012-08-13T18:37:47.925-03:00Honrarias olímpicasSeguindo o exemplo do post de 2008, fecho aqui o balanço de Londres com os vencedores nas categorias do blog:<br /><br /><span style="color: #cc0000;">Medalha "já não vi esse filme antes?"</span>: para seleção masculina de futebol - sem comentários adicionais.<br /><br /><span style="color: #38761d;">Medalha "já não vi esse filme antes? - parte 2"</span>: para Fabiana Murer e o vento que não a deixou passar de 4,55m.<br /><br /><span style="color: #0b5394;">Medalha "eu continuo sendo o cara"</span>: para Usain Bolt que parece não ter percebido o tal vento e quebrou todos os recordes olímpicos das provas em que participou.<br /><br /><span style="color: #bf9000;">Medalha "eu não sou mais o cara"</span>: para César Cielo que dominou a prova dos 50m da natação nos últimos quatro anos e deixou pra perder justo na olimpíada.<br /><br /><span style="color: #741b47;">Medalha "a injustiçada da olimpíada"</span>: para a pobre esgrimista coreana Shin A. Lam que perdeu uma luta em que faltava um segundo para o fim (houve 3 reinícios, que levam mais do que 1s e o cronômetro permaneceu travado) e ficou sentada na pista por mais de 40 minutos, aos prantos. <br /><br /><span style="background-color: #e06666; color: #38761d;"><span style="background-color: white;">Medalha "escolhendo adversário"</span></span>: para a seleção feminina da Noruega de handball que se fez de morta, classificando-se em 4o na chave e derrotou o Brasil, que tinha sido 1o nas quartas de final quando este chegou a estar a frente por diferença de 6 gols.<br /><br /><span style="color: #cc0000;">Medalha "a gente veio pra semifinal"</span>: pra delegação de natação brasileira que parou quase inteira nas semifinais.<br /><br /><span style="color: #45818e;">Medalha "o chorão da olimpíada"</span>: para o dominicano Félix Sanchez, de 37 anos que ganhou os 400m com barreira e chorou desconsoladamente no pódio<br /><br /><span style="color: #674ea7;">Medalha "cena marcante"</span>: para a troca de número de identificação entre Kirani James e Oscar Pistorius (o atleta amputado, que corre com próteses) na semifinal dos 400m rasos. Nesse caso, o vencedor<br /><br /><span style="color: #e69138;">Medalha "a persistência é a alma do negócio"</span>: Pra seleção de basquete da Lituânia (já falei deles aqui em 2008), a única seleção que conseguiu fazer alguma frente pro basquete dos EUA, por algum tempo.<br /><br /><span style="color: #660000;">Medalha "sem pudor"</span>: pra atleta tcheca flagrada tirando a calcinha em pleno estádio olímpico.<br /><br /><span style="color: #3d85c6;">Medalha "se fazendo de morto"</span>, para os quartos colocados que saíram campeões ao final: feminino do Brasil no vôlei, handball feminino da Noruega, Arthur Zanetti (que tinha sido quarto na classificatória).<br /><br /><span style="color: #cc0000;">Medalha "batendo na trave"</span> (alguns de novo): pros brasileiros Thiago Pereira, Bruno Fratus, Diogo Silva, Thiago Camilo, Maria Suelen e Marilson dos Santos. Todos ficaram em quarto ou quinto.<br /><br />A frase mais cliché: "A ficha não caiu..." - dita por todos os brasileiros que ganharam uma medalha.<br /><br />Segunda frase mais cliché: "Não sei o que aconteceu." - dita por quase todos os brasileiros que perderam.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8579070879148969440.post-33673323563063292182012-08-06T22:14:00.000-03:002012-08-07T10:27:44.060-03:00Pitaco olímpicoTenho bem mais interesse por esporte olímpico do que de futebol, então, apesar de não ser especialista, sinto-me habilitada para dar meus pitacos aqui de quatro em quatro anos.<br />
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Quem costuma acompanhar Olimpíada sabe que sempre se falou no baixo número de medalhas trazidas pelos atletas brasileiros relacionando tal fato à falta de investimento no esporte olímpico e à falta de infra-estrutura de treinamento.<br />
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Creio que esse mito foi definitivamente derrubado. Nunca se investiu tanto em esporte no país como no último ciclo olímpico, os sites de notícias não param de anunciar. O problema é que não basta só dinheiro. É necessário dinheiro bem empregado. Como somos campeões da modalidade de mau uso do dinheiro público, por que seria diferente no esporte? Nesse ano, foi montada uma superestrutura para os atletas em Londres. A pergunta é: de que adianta superestrutura dias antes dos jogos?<br />
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Iniciativas como bolsa-atleta são interessantes, mas o maior volume de dinheiro deveria ser investido mesmo em educação. E quando falo em educação, falo em escolas com infra-estrutura decente e não onde faltam até mesmo vidros e portas. Escolas que tenham computadores, mas também tenham quadras esportivas e ofereçam esportes como atividades extraclasse aos alunos. Aliás, que ofereçam outras atividades pra quem também não gosta de esporte, como música. Isso sim, traria a transformação social que se almeja, porque colocaria foco na cabeça de crianças e adolescentes que hoje estudam em um turno e no outro ficam por aí. E desse volume de gente é que uns poucos se sobressairiam e aí, sim, teriam apoio pra fazer disso uma profissão.<br />
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Mas isso é sonho.<br />
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A realidade é que tivemos bons e maus exemplos nesses últimos jogos. Não vou falar aqui de atleta que amarela, porque em toda seleção há atletas que falham. O nosso problema é ter poucos atletas bons o bastante pra ganhar medalha. Se o volume fosse maior, a falha de um ou de um time, não teria tanto peso.<br />
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Talvez seja cedo para dizer, mas me parece que o boxe está fazendo bom uso do investimento. Saltamos de nenhuma representatividade para 2 medalhas e outras tantas quartas de final. O judô parece ter feito uma preparação adequada e também teve resultados bem mais significativos, principalmente no feminino, do que em outros jogos.<br />
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Já não se pode dizer o mesmo da natação. Creio que o único nome novo com representatividade surgido nos últimos quatro anos (apesar de não ganhar medalha) foi Bruno Fratus. Quase a totalidade da delegação piorou seus tempos pessoais nessa olimpíada. Isso só pode significar uma coisa: preparação mal feita, afinal a maioria dos atletas costumam melhorar marcas pessoais nos jogos. Se quase uma delegação inteira piorou é porque algo está errado.<br />
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Ginástica é um caso a parte. Existe uma richa na confederação da categoria formada pelos atuais dirigentes, que defendem que o monopólio do esporte permaneça com determinados clubes (como o flamengo) e os antigos, que defendiam a manutenção de uma seleção permanente. Quando houve a mudança de dirigentes, os técnicos estrangeiros foram embora, o que pode explicar a questão da ausência de renovação na seleção feminina. Aliás, achei muito legal a medalha de ouro não ter saído de um desses clubes de peso (lembrem-se que os irmãos Hypólito e Jade Barbosa são atletas do flamengo) e sim de um atleta que há bem pouco tempo só recebia apoio da prefeitura de sua cidade. Mostrou que o atleta pode ser vencedor, apesar da sua confederação. Antes da competição iniciar quem entende de esporte sabia que se alguém tinha alguma chance na ginástica era o Zanetti e não o Hypólito.<br />
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Lembro que uma vez Oleg, o ucraniano que treinava a seleção feminina de ginástica, ter dito que não se fazia uma seleção de ginástica com 5 meninas boas, já que as lesões no esporte são muito comuns. Países como a China tinham 100 em condições, de modo que uma ginasta poderia ser substituída às vésperas da competição sem grande prejuízo. Talvez seja uma lição que a gente tenha que aprender em vários esportes.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8579070879148969440.post-69816505690513825632012-07-23T19:10:00.000-03:002012-07-23T19:10:00.687-03:00Ah, os médicos...Desconfio que em breve os médicos de Porto Alegre alertarão suas secretárias para que não me deixem agendar consultas com eles, mas enquanto isso não acontece, continuo com minha campanha pela humanização da medicina que iniciei no post <a href="http://anelisec.blogspot.com.br/2012/01/angustia-da-espera.html">A angústia da espera</a>. Poderia até dizer que esta é uma parte 2 daquela explanação.<br />
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O fato é que, passados 6 meses daquele post, finalmente fui consultar outro mastologista para pedir uma segunda opinião sobre operar ou não o nódulo (supostamente benigno) que tenho no seio. Desta vez escolhi uma mulher, acreditando que ela valorizaria mais o pedaço do meu seio que querem arrancar.<br />
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Ela foi simpática, atenciosa, etc, mas disse exatamente essas palavras: "não tenho a menor dúvida de que tem que operar". Pior: elogiou o ser antipático que me atendeu em janeiro, dizendo que eu deveria fazer a cirurgia com ele, porque ele é ótimo. Super ética, não me quis como paciente, me mandou de volta pro bossal!<br />
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Juro que estou começando a acreditar que eu deva ter um karma de outra vida com o bossal!<br />
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O problema dos médicos (e tenho uma irmã médica) é justamente acreditar que basta o cara ser tecnicamente bom pra ser um bom médico, o que, do ponto de vista do paciente, é uma inverdade. Do nosso ponto de vista, pro cara ser bom, ele tem que ser um pouco mais que isso. Valorizo atitudes como atenção, saber ouvir e demonstrar um mínimo de interesse pelo meu conforto e bem estar. Médico interessado em operar na sexta-feira de tarde, pra me deixar dormir no hospital, porque ele tem mais o que fazer do que esperar 3 horas lá pra me dar alta, não tem a menor chance comigo... Pessoas que retiram tumores saem do hospital no mesmo dia, por que eu, que vou tirar um pedacinho de nada, tenho que dormir lá?<br />
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Quem não gosta de gente, tem que fazer faculdade de ciências da computação, não medicina (ah, mas aí o cara não vai ter o "status").<br />
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Então, se algum doutor estiver lendo isso, aprenda. Eu vou continuar procurando um mastologista de confiança, porque está bem difícil.Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8579070879148969440.post-33581612886993258012012-07-09T19:50:00.000-03:002012-07-09T19:50:00.454-03:0016 mesesNão sei se existe uma idade em que as crianças passam a entender as coisas, mas posso dizer que com 1 ano e 4 meses, meu gurizinho já entende pra caramba o que a gente diz. O vocabulário dele continua pequeno, mas entende tudo. Sabe quando vai passear, quando vai tomar banho, que tem que colocar babeiro pra comer, que tem que levar o prato pra pia depois de comer, enxerga o que há na mamadeira... sabe quando é xingado e o que fez de errado pra ser tratado daquela maneira.<br />
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Já sabe que precisa esperar o "homenzinho verde" aparecer pra atravessar a rua, que deve dar a mão para atravessar a rua, que chaves abrem portas e portões e que certas coisas devem ser colocadas no lixo (mas não a mamadeira dele).<br />
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Meu guri sabe mostrar seu nariz, seu umbigo, sua cabeça, sua língua e sua orelha. Mostra também a mão e o pé. Quando digo "vamos escovar os dentinhos", corre para o banheiro e espera a pasta de dente.<br />
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Já sabe mandar beijo, mas só quando ele está a fim. Não gosta de trocar fraldas, mas gosta de colocar o casaco, porque faz isso antes de ir para a rua.<br />
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Sabe o que é "cacaca" e insiste em colocar na boca mesmo assim.<br />
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E o mais bonitinho de tudo: sabe rodopiar e sambar.Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8579070879148969440.post-3677136004752758882012-06-24T18:42:00.000-03:002012-06-25T18:43:37.191-03:0015 mesesAchei que quando o menino completasse 1 ano e 3 meses seu repertório de palavrinhas estaria maior, mas que nada. A única adição de palavra no mês foi o "cacaca". Para qualquer coisa agora ele diz "cacaca" antes de levar à boca. Qualquer coisa mesmo: terra, inseto, papel, seu próprio sapato, o controle remoto da TV, nada escapa.<br />
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O que estou gostando nessa fase é que os livros de histórias estão começando a chamar a sua atenção. Ele tem um livro de bichinhos de fazenda, adora folhear o livro e fazer os barulhinhos dos bichos. Minha mãe também guardou alguns livros de histórias do nosso tempo de infância que ele adora folhear.<br />
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Muito mais do que falar, seu interesse atual consiste em: subir e descer do sofá, ligar e desligar a TV sem parar, trocar de canal sem parar. Quando desliga a TV, gesticula com os bracinhos e fala "bou", de "acabou".<br />
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O que continuo não gostando é de acordar no meio da noite (logo eu, que acho que a noite foi feita para se dormir). Pois de uns tempos pra cá, o menino resolveu acordar no meio da noite e ficar acordado, se remexendo na cama. Chega a levar 2 horas para dormir novamente. Lógico que tentamos deixá-lo no próprio berço, mas aí ele fica em pé por horas. E como tenho medo que ele se jogue do berço, acabo ficando acordada também. O mais engraçado dessa história é que ele não tem dificuldade para dormir às 9h da noite, é muito tranquilo. Mas perde o sono de madrugada e aí não tem jeito.<br />
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A única coisa que faz com que ele durma uma noite completa é Hixizine (um antialérgico que dá sono). A pediatra disse que eu poderia usar por 10 dias. Foram dias melhores, mas tive que parar e aí o inferno voltou. Meu marido acha que ele é mal-educado e indisciplinado por minha causa, mas não me considero uma mãe permissiva, pelo contrário passo quase o dia inteiro xingando o guri. Deve, sim, ser castigo divino porque nunca tive a menor paciência com meninos hiperativos. Aliás, estou convencida de que mesmo com pais não-permissivos, algumas crianças são difíceis mesmo.<br />
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Ao que tudo indica o guri não vai ser daqueles que deixa a casa desorganizada. Ele adquiriu um novo hábito que é o de levar a mamadeira para a pia quando termina. Também já sabe colocar embalagens vazias no lixo. E o mais engraçado de tudo: ele pega o papel higiênico e passa no meio das pernas (por cima da roupa) como se estivesse se limpando.<br />
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Com 1 ano e três meses, foi necessário fazer o reforço das vacinas Pentavalente e Pneumo. Ele nunca tinha feito escândalo pra tomar a picada, mas dessa vez, fiquei envergonhada. Entrou na sala de vacinas e já começou a chorar. Será que ele lembra da última vez? Impossível.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8579070879148969440.post-46683325057503155572012-05-29T22:15:00.000-03:002012-05-30T22:17:37.178-03:00Mau momentoDias atrás me deparei com um texto que expressa muito bem o que aconteceu com minha família recentemente. Foi escrito por Cláudia Laitano, para a Zero Hora e publicado em 07.04.2012. Chama-se "<a href="http://www.resultato.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=402&Itemid=45">Cair do Cavalo</a>". Em resumo, o que ela comenta é que todo mundo um dia cai do cavalo (alguns literalmente).<br />
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Meu pai submeteu-se a uma cirurgia de grande porte semana passada. As primeiras 48 horas seriam determinantes pro sucesso. A cirurgia foi super bem sucedida, as primeiras 48 horas foram tranquilas e ele já contava com a alta da UTI no dia seguinte. Todos nós contávamos. Cheguei em casa na noite de quinta-feira feliz e aliviada. Então, na última noite de UTI, sofreu um infarto que o colocou numa situação bem mais complicada.<br />
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Agora estamos todos aqui, tentando assimilar o que aconteceu, rezando e tentando tocar a vida. Claro que como toda a desgraça vem acompanhada de desgraças menores, estamos tendo outros pequenos problemas pra resolver. E a gente fica o tempo todo pensando que o dia de amanhã vai ser melhor.<br />
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Segundo o texto que citei acima (que peço a licença para transcrever), "para Montaigne, a vida é aquilo que acontece quando estamos fazendo outros planos, e nossa atenção tem que estar o tempo todo sendo reorientada para onde ela deveria estar: aqui e agora. Cair do cavalo pode ser inevitável, mas prestar atenção na paisagem é o que faz o passeio valer a pena".<br />
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O problema numa hora dessas é tentar tirar alguma coisa de positivo sem pensar em futuro. Porque a gente passa a maior parte do tempo pensando que amanhã vai ser melhor. Aliás, ao longo dos últimos anos, tenho sempre pensado que tudo vai melhorar. Meu filho passava noites chorando enquanto bebê? Até ele completar um ano passa. Ele já está com um ano e continua a berrar. Então, penso que quando ficar um pouco mais velho passa. O trabalho está ruim? Vou passar num concurso melhor. E aí se vão mais de 3 anos no mesmo trabalho ruim e sem a menor perspectiva de um novo concurso.<br />
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Nesse tempo, se eu não prestar bem a atenção, talvez eu não perceba como é bom dormir com meu filho ao meu lado na cama e talvez esqueça que este mesmo trabalho ruim me dá a chance de ficar mais tempo com ele e também de desenvolver outros projetos, que podem não render nada financeiramente, mas que são importantes pra que me sinta útil na sociedade.<br />
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Então, por mais difícil que a situação se apresente, não dá pra pensar em ser feliz amanhã. A vida tem que seguir o seu curso e se a gente não encontrar uma forma de ser feliz com o que tem, talvez não seja feliz nunca.Unknownnoreply@blogger.com2