domingo, 26 de setembro de 2010

Compras no Paraguai

Garimpei algumas dicas sobre compras no Paraguai, para quem quiser aproveitar a viagem em Foz para umas comprinhas.

1) Não é necessário contratar um serviço de táxi ou de transporte privado para ir às compras em Ciudad del Leste, no Paraguai. Existe um ônibus que passa seguidamente, ao custo de R$ 3,30 a passagem. Não tente compará-lo com o ônibus que vai para a Argentina, por favor.

Esse ônibus não pára no TTU (o terminal central de Foz). Então, você pode pegá-lo em frente ao Mac Donalds da Av. Jorge Schimmelpfeng (que é uma continuação da Av. das Cataratas) ou na Av. Juscelino Kubitschek. É importante pegar este ônibus e não outro, porque este cruza a Ponte da Amizade. O final da linha é logo depois da fronteira. Fomos desaconselhados a cruzar a ponte a pé, muito embora seja mais rápido.

2) Evite ir a Ciudad del Leste nas quartas, sábados e feriados, dias reconhecidos como pertencentes aos sacoleiros. Fomos em uma segunda-feira e foi relativamente tranquilo, se é que Ciudad del Leste pode ser considerada tranquila.

3) Optamos por não levar máquina fotográfica. A confusão é grande e você pode facilmente perdê-la ou sofrer um furto.

4) Cuide do que vai comer. Vende-se churrasquinho, frutas e toda espécie de coisa pelas ruas. Eu não arriscaria. Como já comentei em outro post, encontramos um Burguer King barato e limpinho lá. Também há restaurantes com um aspecto bem limpo, normalmente nos chamados shoppings, que nada mais são do que galerias de lojas. Dizer shopping seria forçar um pouco.

5) Você pode comprar seus produtos em lojas de departamentos, como a Monalisa e também nos camelôs ou nas galerias. Eu não compraria eletrônicos de camelôs, procuraria comprar em lojas de certo nome. O mesmo vale para perfumes e bebidas. Você encontra bons preços de eletrônicos, mesmo em lojas. Já para perfumes e cosméticos, o preço basicamente é o mesmo do free shop de Porto Iguaçu na Argentina.

6) A cota atual ou limite de isenção é de US$300 e só pode ser usado uma vez a cada 30 dias.

7) Os preços são sempre em dólares, mas lojas e camelôs aceitam reais.

8) Em geral as lojas abrem às 7h e fecham por volta das 17h.

9) Uma última dica: tenha paciência. O lugar é caótico, o trânsito é resolvido no grito, quase não há espaço nas calçadas para caminhar e você será assediado por vendedores ambulantes a cada passo que der nas ruas. Eles chegam a acompanhar você por quadras (aliás, tivemos que entrar numa galeria pra fugir de um). É muito pior do que qualquer lugar de comércio que você já tenha ido. Então, esteja preparado.

10) Pra finalizar: observe um pouco a sua volta e você verá cenas engraçadas. A primeira foi uma ambulante que andava com um cesto de maçãs na cabeça e sua bolsa da grife Dolce Gabbana a tiracolo. A segunda foi a resposta de uma vendedora que pediu pra trocar uma nota de 10 dólares que havíamos dado em pagamento. Quando perguntamos se a nota era falsa, ela respondeu: "amigo, você está no Paraguai. Aqui não importa se é falso ou verdadeiro".

domingo, 19 de setembro de 2010

Passeios em Itaipu

A maioria das pessoas que visita Itaipu faz apenas o passeio panorâmico. Se você nunca fez é interessante fazê-lo ao menos uma vez para conhecer a usina, mas o passeio não é muito bonito, nem empolgante, a menos que o vertedouro esteja aberto. O vertedouro é a estrutura mais conhecida da usina, por onde é escoada a água em excesso que chega ao reservatório durante o período de chuvas. Normalmente é o que aparece nas fotos e vídeos que você encontra de Itaipu. O que pouca gente sabe é que ele fica fechado 90% do tempo. Só é aberto em época de cheia. Então, esqueça aquelas imagens de água vertendo numa imensa onda, porque será exceção você ver essa imagem. Ainda, assim, descrevo os passeios que fizemos em Itaipu, pois alguns deles são bem legais.

Como chegar:
A alternativa mais barata é o transporte público. O ônibus que chega à usina é o "Conjunto C" (tanto faz se norte ou sul) que você pega no TTU, o terminal integrado. A linha é meio demorada, especialmente à noite. Descobrimos, inclusive, que depois de determinado horário a linha dificilmente chega até ao ponto de ônibus da usina, quer dizer, faz a volta antes. O conselho se fizer algum dos passeios noturnos é cuidar para pegar o ônibus que passa mais ou menos às 21h20min. Quando tem iluminação noturna (sextas e sábados), ele passa no ponto e chega incrivelmente rápido no centro.

Se não quiser confiar no ônibus, é melhor marcar com algum motorista de táxi antes. Não existe ponto de táxi na usina e os motoristas não vão até lá esperar passageiro.

Um táxi do centro até Itaipu deve sair em torno de R$ 40 (preços de agosto de 2010).

Os passeios:

Visita Panorâmica: A visita tem cerca de 1h30min de duração e costuma haver saídas de hora em hora. Primeiro, assistimos a um vídeo institucional de 20 minutos. Depois, embarcamos em um ônibus de 2 andares, daqueles em que a parte de cima é aberta. A visita tem duas paradas para observação: a primeira na represa, a segunda no lago. Como já falei acima, é uma visita interessante, mas não chega a empolgar.

Na foto ao lado você observa as unidades geradoras de energia. Por cada cano branco daqueles passa 700 mil litros de água por segundo que movimentam as turbinas da usina.

Iluminação da Barragem: Ocorre apenas nas sextas e sábados às 20h (21h no horário de verão). Subimos no mesmo ônibus de dois andares da visita panorâmica. Um detalhe importante: se for inverno e você optar por ir no andar superior, leve casaco. Venta muito com o ônibus em movimento e você não conseguirá aproveitar o passeio se estiver com muito frio. Somos levados até a barragem para observar o espetáculo das luzes. Assistimos a um vídeo e depois disso, ao som de uma música, a iluminação vai sendo acesa. Quando a música termina, a barragem está totalmente iluminada. Bonitinho, mas eu esperava mais.

Depois disso, voltamos para o ônibus e ele dá mais uma volta pela usina para observar mais de perto a iluminação. O roteiro é semelhante ao da visita panorâmica, mas um pouco mais curto. Todo o passeio leva cerca de 1h.


Refúgio Bela Vista: Foi o passeio que mais gostei em Itaipu. O refúgio foi criado nos anos 70 para receber os animais “desalojados” pela construção da usina. Ali hoje, Itaipu pesquisa a produção de mudas florestais, plantas medicinais, a reprodução de animais silvestres em cativeiro e a recuperação de áreas degradadas.

O que vemos no passeio na verdade é uma pequena parte do refúgio, já que os animais estão soltos por uma área de mais de  1.000 hectares. O passeio sai da sede de Itaipu em um veículo similar a um trenzinho que sacode pra caramba quando entra nas ruas com calçamento. Mas faz parte da diversão.

Quando chegamos à sede do refúgio a primeira coisa que chama a atenção é o telhado das construções. Ele é inclinado e todo coberto com grama. Isso porque é muito quente em Foz no verão e pesquisas demonstram que cobrir o telhado com vegetação ajuda a diminuir a temperatura no interior das construções.

Acompanhados por uma bióloga vamos percorrendo a trilha dos animais, onde vemos uma amostra dos animais que vivem nos 1000 hectares do refúgio. Na realidade, os animais que estão ali já são velhos ou possuem algum probleminha que tornaria a vida deles soltos pela mata inviável. Por este motivo eles são cuidados e podem ser observados ao longo da trilha. Eles não ficam em jaulas, ficam em espaços bem maiores do que ficariam em um zoológico. Encontramos uma jaguatirica, corujas, um casal de furões, aves, jacarés, um tamanduá, macacos, um veado, 2 onças, entre outros animais. A ideia do refúgio é que eles sejam observados, mas sem domesticá-los, para que não percam seus instintos naturais, pois alguns deles serão novamente soltos quando tiverem condições de caçar.

O passeio dura cerca de 2h30min e agrada bastante tanto as crianças como adultos que gostam do contato com a natureza.


Pólo astronômico: Este é um passeio novo e não é exatamente turístico, mas pra quem não está acostumado a frequentar lugares do tipo é uma excelente opção para ter um contato inicial com astronomia. O lugar reúne planetário e observatório astronômico e, neste passeio, você tem a oportunidade tanto de assistir a uma sessão de planetário, quanto de olhar em um telescópio. O mais interessante é fazer o passeio noturno, que inicia às 19h (no inverno) e tem cerca de 2h de duração (no nosso caso foram 2h30min).

A noite em que fomos não estava muito propícia para observação, pois era lua cheia e o céu não estava muito limpo. O melhor período para observar planetas é quando a lua não está tão brilhante no céu. No início da noite seria em períodos de lua crescente. Mesmo assim, fizemos algumas atividades:

1) Assistimos um vídeo sobre a história da astronomia.
2) Fizemos uma observação do céu a olho nu, à noite, deitados em cadeiras de praia, com algumas explicações sobre as estrelas e astros que víamos.
3) Cada membro do grupo pôde observar a lua no telescópio (naquela data não era possível observar os planetas).
4) Assistimos à sessão do planetário, segundo explicações, um dos poucos programas adaptados para o céu brasileiro existentes.

Gostei do passeio, as explicações foram muito bacanas e geraram um conhecimento que não se perde. Uma pena não termos pegado uma noite mais propícia.

Para valores das entradas, descontos e isenções, consulte o site www.turismoitaipu.com.br. O Ecomuseu estava fechado durante a nossa visita, por este motivo não falamos nada sobre ele.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

As Cataratas do Iguaçu - lado argentino

Você só fará uma visita completa as Cataratas do Iguaçu se visitar o lado argentino. Posso dizer isso com convicção, pois na primeira vez em que estive lá, há cerca de 10 anos, visitei apenas o lado brasileiro. Achei a visão linda, mas o que me impressionou mesmo foi quando cheguei pertinho da Garganta do Diabo, no lado argentino desta segunda vez. A trilha argentina faz com que você veja a Garganta do lado de cima e ali você consegue ter a noção exata da quantidade de água que cai. E é muita, como se pode observar na foto ao lado.

Mas vamos do início. Para chegar ao lado argentino, você pode contratar algum passeio em Foz ou optar pelo ônibus de linha. A vantagem de optar pelo passeio particular é que você não precisa se preocupar com nada: não precisa trocar reais por pesos, não precisa descer na fronteira para fazer a entrada na Argentina, não precisa trocar de ônibus e ainda tem a vantagem de ser acompanhado por um guia que sabe das manhas para não ser atropelado por milhões de pessoas e pegar as melhores fotos. Fizemos o nosso passeio com o Roberto (e-mail: crsmaha@hotmail.com). Ele leva apenas grupos pequenos de até 6 pessoas e faz o passeio completo: Parque das Cataratas argentino, Porto Iguaçu com o marco das 3 fronteiras e, ainda, parada no Free Shop de Porto Iguaçu na volta.

Se optar pelo ônibus de linha e você estiver hospedado em um dos hotéis da Av. das Cataratas, pode pegá-lo ali. O ônibus também passa pela Av. Juscelino Kubitschek, aquela que fica próxima ao TTU. O conforto nem se compara ao ônibus que vai para o Paraguai. Tem ar condicionado, poltronas confortáveis e até balinha oferecida pelo motorista. Ele passa de 30 em 30 minutos e você precisa cuidar apenas o último horário de retorno que é às 18h30min. Vai precisar também descer na fronteira e levar sua carteira de identidade original e sem rasuras ou passaporte. Não vale carteira de motorista, nem aquelas carteiras de conselhos profissionais, como da OAB. O custo em agosto de 2010 era de R$ 3,00.

Esse ônibus lhe deixa na estação rodoviária de Porto Iguaçu. Lá mesmo, você pega outro ônibus que vai direto ao parque. Esse ônibus passa em intervalos de 15 minutos. É importante trocar reais por pesos quando chegar a Porto Iguaçu ou antes de sair de Foz, pois não são aceitos reais para pagamento da entrada do parque. Dentro do parque, nas lanchonetes, são amplamente aceitos.

Dentro do parque argentino, a locomoção é feita através de um trem. São três estações: Cataratas, Central e Garganta. Aconselho a pegar o trem na Estação Central. É mais rápido caminhar pela trilha que leva até esta estação do que esperar para pegar o trem na estação Cataratas e descer na Central. São cerca de 700m e você caminha por uma trilha com calçamento que passa no meio de um bosque.

Conselho que para nós deu muito certo: vá primeiro na Trilha da Garganta do Diabo. Pegue o trem na Estação Central e procure ser dos primeiros a descer. Se não for dos primeiros, é mais negócio esperar uns 15 minutos no bar antes de entrar na trilha. Como conseguimos descer primeiro e somos rápidos, conseguimos boas fotos. Depois da descida do trem, você vai precisar caminhar cerca de 1Km pela trilha até a Garganta. A trilha é toda em passarela suspensa com estrutura de metal. O chão é todo "furado".

O parque todo é muito bonito e todas as trilhas oferecem bonitas visões sob diferentes ângulos, mas a Garganta realmente impressiona pelo volume de água. A água é tanta que, dependendo do volume, forma uma névoa que torna difícil enxergar lá embaixo.

De volta ao trenzinho e desembarcando na estação central, você pode percorrer as outras duas trilhas que não exigem barco: o Circuito Superior e o Circuito Inferior. Como o nome diz, a primeira é um circuito que vai passando por diversos saltos, todos pelo seu lado superior. A segunda, que possui várias escadas, vai passando por vários saltos pelo seu lado inferior. Essa trilha também leva até o passeio de barco que chega pertinho das quedas. Esse passeio também é oferecido no Brasil, mas dizem que o passeio argentino é mais emocionante. O meu atual estado de saúde não me permitiu fazer esse passeio (ele tem algumas restrições, como grávidas e cardíacos, porém, é liberado para crianças de qualquer idade), mas o Juliano fez e adorou.

As outras três trilhas do parque são na Isla San Martin que é uma ilha dentro do próprio parque. No entanto, o acesso se dá apenas por barco (sem custo) a partir da trilha do circuito inferior. Esse barco se toma no mesmo local das saídas para o passeio do Macuco. O trajeto é curtinho, mas tem um porém: a ilha passa a maior parte do tempo fechada. Se as águas sobem um pouco, eles já fecham. Nós não conseguimos fazer essas trilhas por isso. E o pior é que não tem um aviso bem visível na entrada do parque alertando sobre isso.


Dicas Finais:

  • Conselho importantíssimo: chegue cedo ao parque, de preferência antes das excursões se quiser aproveitar e tirar boas fotos. O parque argentino é bem mais movimentado que o brasileiro.
  • Às mulheres: Nem pense em usar qualquer coisa de salto que você não vai conseguir andar nas passarelas. Elas são parecidas com a foto ao lado.
  • É proibido alimentar os quatis e você deve tomar muito cuidado para se alimentar ao ar livre, na presença deles. Vi um quati pular em uma senhora para roubar sua empanada e um grupo de quatis roubarem um pacote de salgadinho. Apesar da cena engraçada isso é um perigo para os bichinhos: além de não ser o tipo de alimentação mais recomendada para estes animais, eles se tornam obesos e  ficam sem forças para fugir dos predadores naturais.

domingo, 5 de setembro de 2010

Trilha do Poço Preto no Parque das Cataratas

Ainda no lado brasileiro do Parque Nacional das Cataratas há um passeio relativamente leve e bastante interessante de ser feito para quem gosta de apreciar a natureza: a Trilha do Poço Preto.

O início do passeio é na primeira parada do ônibus que circula por dentro do Parque Nacional brasileiro. O ingresso é a parte e ele só pode ser feito com guia. Primeiramente, percorrem-se 9Km de trilha por dentro da mata até o Rio Iguaçu. Essa trilha pode ser percorrida a pé ou de bicicleta (fornecida por eles) e é bem leve,
quase que totalmente plana ou com descida. Existe uma pequena subida de pouco mais de 1 Km apenas lá pelo Km 5.

Optamos por percorrer de bicicleta e não nos arrependemos. A trilha é na verdade uma estradinha de chão e o passeio de bicicleta foi mais divertido do que caminhar 9Km. Além do mais, caminhando levaríamos quase 2 horas, enquanto de bicicleta, levamos 1 hora e 15 minutos. E fomos devagar.

No final dessa trilha, embarcamos num pequeno barco para um passeio pelo alto do rio Iguaçu, passando pelo Arquipélago das Taquaras. Não  gosto muito de passeios de barco, pois enjoo bastante, mas esse foi ótimo. O rio nesse ponto é calmo e nesse dia, pela ausência de vento, estava ainda melhor. Conseguimos observar vários pássaros e jacarés (foto ao lado). Descobrimos, ainda, porque a trilha tem esse nome. De barco, alcançamos um ponto chamado de Poço Preto, um buraco redondo, na verdade uma falha geológica, mas que parece um poço mesmo dentro do rio, com 27m de profundidade e que torna a água naquele ponto mais escura.

Depois disso, o passeio oferece ainda a possibilidade de você remar num caiaque por cerca de uns 800m (acho) no Rio Iguaçu, até o ponto em que o barco atraca. Não se preocupe, pois o barco e o guia permanecem por perto durante todo o tempo. Por fim, atracamos no ponto da Trilha das Bananeiras e percorremos mais uns 1.200m na mata até o ponto do ônibus.

Ficamos sabendo que ali que, embora improvável, é possível, inclusive, avistar onças. Um grupo que passou por ali dias antes viu uma dupla. Os biólogos dizem que são irmãos e que um deles está com algum tipo de problema físico, de modo que o outro de certo modo o protege, o que é incomum com onças, que são animais solitários.

Nosso guia nos dá ainda um conselho caso nos deparemos com uma: jamais correr, pois o animal está acostumado a perseguir a presa em movimento, é nessa situação que ele é melhor. O conselho é ficar parado com os braços para cima, para parecermos maiores e gritar. A onça não reconhecerá os gritos como os de nenhum animal a que ela está acostumada e provavelmente fugirá.

De bicicleta, o passeio todo durou pouco menos de 3h. Se fosse a pé duraria mais de 4h, segundo o guia. Enfim, é uma atividade interessante, divertida, e, sem ser nada radical, ainda agrega conhecimento sobre a natureza.