segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Enfim um comercial criativo

Comerciais de TV são normalmente chatos. A maioria dos publicitários afronta a minha inteligência achando que eu vou comprar em determinada loja só porque o Gianecchini está na propaganda. Pior, acham que eu vou começar a beber cerveja por causa da Juliana Paes.

No meio do mar da ausência de criatividade, sou obrigada a elogiar os comerciais da Topper incentivando o rugby que passam na TV a cabo. Sem efeitos especiais, sem grandes atores e bem humorados, exploram justamente o fato de que o esporte no país é desconhecido, com uma mensagem final incentivadora. Se você nunca viu:





Dois pontos me parecem bem inteligentes nos comerciais: 1) a alusão à marca é feita apenas no final; 2) deixa um gancho pra o dia em que o país ganhar alguma coisa, como aconteceu há algumas semanas quando a seleção obteve uma inédita vitória sobre a Argentina. Afinal, a Topper poderá dizer um dia algo como "a gente sempre soube que o rugby no Brasil ia ser grande".

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A burocracia acima da lógica

Você já parou para pensar nas razões que levaram à criação da burocracia? A burocracia foi criada pela necessidade de um modelo de organização racional capaz de caracterizar todas as variáveis envolvidas, bem como o comportamento dos membros dela participantes. Para Max Weber, é a organização eficiente por excelência. Para conseguir esta eficiência, a burocracia precisa detalhar antecipadamente e nos mínimos detalhes como as coisas devem acontecer.

Em resumo, as empresas estavam se tornando muito grandes e difíceis de administrar. Não havia mais lugar para decisões pessoais, então se procurou normatizar a forma como as decisões seriam tomadas para que houvesse mais eficiência.

Pois bem, a palavra chave é eficiência. O engraçado é que se você perguntar para qualquer pessoa hoje o que pensa sobre a burocracia, ela dirá que torna tudo mais demorado. Em resumo: ineficiente.

O que a gente vive hoje é a chamada "burocracia racional", ou melhor, a ditadura do funcionário. Ela apoia-se na crença na legalidade de ordens estatuídas e dos direitos de mando dos chamados por essas ordenações a exercer a autoridade.

Uma amiga passou recentemente por uma situação que me fez ter a certeza de que se dá mais valor à burocracia do que à lógica. O médico da empresa na qual trabalha negou-se a lhe conceder a licença-maternidade a partir do dia x, porque o atestado da obstetra era a partir do dia x-1. Então, ele só podia se ater ao que dizia o atestado, mesmo que a pessoa tivesse trabalhado no dia x. Diga-se de passagem que se a pessoa trabalhou no dia x, foi porque era necessário para cumprir determinadas tarefas no interesse da empresa.

Quando a pessoa comentou: "doutor, por uma questão de lógica se eu vim trabalhar, não significa que o atestado não está contando a partir de x-1?" ele respondeu algo como "lógica não é comigo, lógica é com o teu chefe, eu não posso mudar o que está escrito aí".

Aí, eu me pergunto: pra que serve essa burocracia, então? Não é pra tornar mais eficiente uma empresa? Pra que serve o médico da firma se ele não pode tomar uma decisão simples como "se tu estás te sentindo bem e estás aí trabalhando, então podes trabalhar mais um dia".

Só consigo chegar a uma conclusão: a burocracia deixa as pessoas com medo de tomar qualquer atitude ou decisão que fuja do padrão. Uma pena, porque o mundo só evolui quando alguém tem coragem de tentar o diferente.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Transporte público em Vancouver

Existem basicamente três meios de transporte público em Vancouver: ônibus, Skytrain e Seabus. O tipo de transporte utilizado vai depender do trajeto.

Ônibus é o meio de transporte mais utilizado para a área central e para o transporte em North Vancouver, onde estão várias das atrações turísticas. Um detalhe que é importante saber: não há cobradores nos ônibus. Se quiser pagar em dinheiro, precisa ter o valor exato da passagem, porque o motorista não lhe dará troco. Quem paga em dinheiro deposita numa espécie de "cofre" na entrada do ônibus. Aqui já começa a diferença com o Brasil. O motorista não confere se você está com o valor exato. E provavelmente as pessoas pagam o valor correto.

O Skytrain é um misto de metrô e trem de superfície. Parte de seu trajeto é subterrâneo, parte é na superfície. É o meio de transporte mais rápido para distâncias maiores. O intervalo entre um trem e outro fica entre 2 e 8 minutos, dependendo do horário.

O Seabus é um ônibus de água, ou se preferir, uma balsa bem confortável. Ele liga a parte central de Vancouver ao norte. Há ligação com terminais de ônibus tanto no terminal do centro, quando no terminal em North Vancouver, o que é algo bem inteligente. Você sai do Seabus que apenas fará a travessia na água e ao lado já tem acesso a várias linhas de ônibus. O terminal do centro é chamado de Waterfront e é bem fácil de ser localizado. A travessia é curtinha, dura em média 12 minutos e os intervalos entre um Seabus e outro são de 15 minutos nos horários diurnos.

Para fins de transporte público, a região de Vancouver é dividida em 3 zonas. É importante saber disso, para não pagar mais ou menos do que deve pelo ticket. Para andar na região do centro, é necessário bilhete para 1 zona apenas. Se quiser ir até as atrações em North Vancouver ou para o aerporto, por exemplo, você precisará de bilhete para 2 zonas. Dificilmente você precisará de bilhete para 3 zonas para visitar atrações turísticas, o de 2 zonas é mais do que suficiente.

É importante saber também que o bilhete para 1 zona, que é mais barato, vale para ir para qualquer lugar após às 18h30min nos dias úteis e durante todo o dia em sábados, domingos e feriados.

Uma passagem dá direito de usar qualquer dos três meios de transporte durante 90 minutos e nas três zonas. Isso significa que você pode pegar o Skytrain + 1 ônibus ou 2 ônibus, por exemplo, desde que no período de 90 minutos com apenas o valor de uma passagem.

São vários os tipos de passes também. Para turistas que pretendem ficar pouco tempo, sugiro duas opções: o daypass, que dá direito a utilizar os três meios de transporte público, nas três zonas ilimitadamente durante um dia. Custa C$ 9 dólares (em fevereiro/2010). A outra opção é comprar blocos de 10 passagens. Esses blocos e passes são facilmente encontrados em mercadinhos, farmácias e lojas de conveniência. Se houver um desses desses próximo do ponto de ônibus, pode apostar que ele vende os passes.

Quando você compra o daypass ou o talão de passagens, eles não vêm com a data e horário de uso. Então na primeira vez que for usá-lo você precisará validá-lo. Se for no ônibus é fácil, basta entregar ao motorista. Se for no Skytrain, existem uma máquinas azuis na entrada das estações para isso.

Se você for ficar bastante tempo, como foi o meu caso, o melhor é comprar um passe mensal. Como o nome diz, esse passe dá direito de utilização por um mês ilimitadamente. Mas você não pode comprá-lo, por exemplo, para usar do dia 15 ao dia 15. Todo início de mês você adquire um, que é um cartão. Você só precisa apresentá-lo no momento do uso. Esses passes mensais são comprados por zona (para 1 zona, 2 zonas ou 3 zonas), possuindo, obviamente, um custo diferenciado, dependendo do número de zonas.

O transporte público é seguro e eficiente, mesmo para o horário noturno. E, acredite: não é tão complicado como possa parecer lendo este texto.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

7 erros comuns na gestão de pessoas

Já falei sobre o pesadelo da gestão das pessoas aqui e volto a bater na mesma tecla. Não é fácil gerir gente. Existem profissionais que são excelentes técnicos ou que possuem uma visão de estratégia de mercado privilegiada, mas que não são bons gestores de pessoas. Creio que assim como existem os excelentes técnicos, existem pessoas que possuem uma habilidade ímpar de gerir pessoas, mas infelizmente tais profissionais não são tão valorizados nas empresas. Prova disso é que se você conversar com 10 amigos que trabalham em empresas diferentes, pelo menos 8 deles terá muitas reclamações sobre o chefe. Eis os erros mais comuns que gestores (mormente os de TI) cometem:

1) Acreditar que precisa definir tudo o que precisa ser definido, mesmo a cor do papel higiênico do banheiro
O papel do gestor não é ser o autor de todas as melhores ideias, nem ter resposta para tudo. O gestor que acredita que precisa ser o responsável por toda e qualquer "grande ideia" desvaloriza e desmotiva seus subordinados. O papel do gestor é mediar, enxergar quando a ideia de seu subordinado é boa e referendá-la, atribuindo-lhe o devido crédito. Quando não há consenso, cabe ao gestor decidir. Ele não precisa se desgastar com cada um dos detalhes do dia-a-dia. Coisas menos estratégicas devem ser delegadas, até para que o profissional sinta que tem alguma importância e não é apenas um marionete.

2) Dar nomes aos bois quando o time comete um erro
Humilhação pública não é o melhor quando um funcionário comete um erro. Se ele já não gosta do chefe, terá um motivo a mais para liderar a tropa das reclamações. Se um membro do time comete um erro, o bom gestor deve assumir esse erro como um erro coletivo perante as demais áreas da empresa e falar com esse funcionário em particular, mesmo que a conversa particular seja dura. Expô-lo na frente dos colegas não fará com que o recado seja dado com mais clareza.

3) Ficar de 5 em 5 minutos em volta perguntando se a tarefa foi concluída
Um chefe que conhece seus funcionários sabe quais são aqueles que só trabalham sobre pressão e aqueles que vão entregar a tarefa quando ela estiver concluída. A grande maioria dos funcionários sabe suas responsabilidades e odeia ser tratada como criança. Existem aqueles que precisam do chefe em volta para render? Sim, existem, mas eles são a minoria e vão se mostrar. Assumir que todos precisam de supervisão constante sem nenhum acontecimento passado que justifique, só fará com que aumente a insatisfação.

4) Criticar quando algo sai errado e não elogiar nunca
Esse é o erro mais comum. Gestores adoram fazer reuniões para lavar roupa suja, mas jamais se lembram de elogiar publicamente aquele funcionário que cumpriu suas tarefas com eficiência e no prazo. Todo mundo gosta de ver seu trabalho valorizado e reconhecimento algumas vezes traz mais satisfação do que 5% de aumento de salário.

5) Ignorar que o funcionário possui uma vida fora da empresa
Por vezes, os problemas pessoais são tão graves que não conseguem ficar do lado de fora da porta da empresa. Um funcionário exemplar, pode ter uma fase de baixa se, por exemplo, está com um familiar doente, está fazendo uma reforma problemática na sua casa ou está se divorciando. Um bom chefe, às vezes, precisa ser psicólogo, precisa ouvir e ter a sensibilidade de baixar o nível de exigência em determinados momentos. Afinal, se aquele funcionário sempre foi bom, ele vai voltar a ser.

6) Deixar os subordinados se autogerirem
Existe o tipo de chefe qeu acredita que a área se "autogere" e que não precisa realizar reuniões nunca. Em lugares assim, cada funcionário acaba fazendo aquilo que acha que é o certo, pois ninguém lhe orientou sobre o que é para ser feito. É o primeiro passo para criar panelinhas de colegas, encabeçados por alguma liderança que vai dissidir com outra panelinha, com outra liderança. As consequências podem ser trágicas: na melhor das hipóteses cada panelinha adota um procedimento ou desenvolve a mesma coisa de modo diferente e ambas continuam trabalhando. Na pior, uma panelinha vence a briga no tapa e adota-se a pior ideia.

7) Escolher quem vai assumir a responsabilidade por determinada tarefa por amizade e não competência
Obviamente que existem alguns subordinados em quem o gestor confia mais, muitas vezes por uma questão de afinidade ou até amizade. Porém, isso não quer dizer que esse "amigo" seja a pessoa mais competente para assumir determinada tarefa. Selecionar sempre a mesma figurinha para as tarefas ou projetos mais interessantes é passar a seguinte mensagem pros demais membros do time: o mais puxa-saco vence.