segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

7 erros comuns na gestão de pessoas

Já falei sobre o pesadelo da gestão das pessoas aqui e volto a bater na mesma tecla. Não é fácil gerir gente. Existem profissionais que são excelentes técnicos ou que possuem uma visão de estratégia de mercado privilegiada, mas que não são bons gestores de pessoas. Creio que assim como existem os excelentes técnicos, existem pessoas que possuem uma habilidade ímpar de gerir pessoas, mas infelizmente tais profissionais não são tão valorizados nas empresas. Prova disso é que se você conversar com 10 amigos que trabalham em empresas diferentes, pelo menos 8 deles terá muitas reclamações sobre o chefe. Eis os erros mais comuns que gestores (mormente os de TI) cometem:

1) Acreditar que precisa definir tudo o que precisa ser definido, mesmo a cor do papel higiênico do banheiro
O papel do gestor não é ser o autor de todas as melhores ideias, nem ter resposta para tudo. O gestor que acredita que precisa ser o responsável por toda e qualquer "grande ideia" desvaloriza e desmotiva seus subordinados. O papel do gestor é mediar, enxergar quando a ideia de seu subordinado é boa e referendá-la, atribuindo-lhe o devido crédito. Quando não há consenso, cabe ao gestor decidir. Ele não precisa se desgastar com cada um dos detalhes do dia-a-dia. Coisas menos estratégicas devem ser delegadas, até para que o profissional sinta que tem alguma importância e não é apenas um marionete.

2) Dar nomes aos bois quando o time comete um erro
Humilhação pública não é o melhor quando um funcionário comete um erro. Se ele já não gosta do chefe, terá um motivo a mais para liderar a tropa das reclamações. Se um membro do time comete um erro, o bom gestor deve assumir esse erro como um erro coletivo perante as demais áreas da empresa e falar com esse funcionário em particular, mesmo que a conversa particular seja dura. Expô-lo na frente dos colegas não fará com que o recado seja dado com mais clareza.

3) Ficar de 5 em 5 minutos em volta perguntando se a tarefa foi concluída
Um chefe que conhece seus funcionários sabe quais são aqueles que só trabalham sobre pressão e aqueles que vão entregar a tarefa quando ela estiver concluída. A grande maioria dos funcionários sabe suas responsabilidades e odeia ser tratada como criança. Existem aqueles que precisam do chefe em volta para render? Sim, existem, mas eles são a minoria e vão se mostrar. Assumir que todos precisam de supervisão constante sem nenhum acontecimento passado que justifique, só fará com que aumente a insatisfação.

4) Criticar quando algo sai errado e não elogiar nunca
Esse é o erro mais comum. Gestores adoram fazer reuniões para lavar roupa suja, mas jamais se lembram de elogiar publicamente aquele funcionário que cumpriu suas tarefas com eficiência e no prazo. Todo mundo gosta de ver seu trabalho valorizado e reconhecimento algumas vezes traz mais satisfação do que 5% de aumento de salário.

5) Ignorar que o funcionário possui uma vida fora da empresa
Por vezes, os problemas pessoais são tão graves que não conseguem ficar do lado de fora da porta da empresa. Um funcionário exemplar, pode ter uma fase de baixa se, por exemplo, está com um familiar doente, está fazendo uma reforma problemática na sua casa ou está se divorciando. Um bom chefe, às vezes, precisa ser psicólogo, precisa ouvir e ter a sensibilidade de baixar o nível de exigência em determinados momentos. Afinal, se aquele funcionário sempre foi bom, ele vai voltar a ser.

6) Deixar os subordinados se autogerirem
Existe o tipo de chefe qeu acredita que a área se "autogere" e que não precisa realizar reuniões nunca. Em lugares assim, cada funcionário acaba fazendo aquilo que acha que é o certo, pois ninguém lhe orientou sobre o que é para ser feito. É o primeiro passo para criar panelinhas de colegas, encabeçados por alguma liderança que vai dissidir com outra panelinha, com outra liderança. As consequências podem ser trágicas: na melhor das hipóteses cada panelinha adota um procedimento ou desenvolve a mesma coisa de modo diferente e ambas continuam trabalhando. Na pior, uma panelinha vence a briga no tapa e adota-se a pior ideia.

7) Escolher quem vai assumir a responsabilidade por determinada tarefa por amizade e não competência
Obviamente que existem alguns subordinados em quem o gestor confia mais, muitas vezes por uma questão de afinidade ou até amizade. Porém, isso não quer dizer que esse "amigo" seja a pessoa mais competente para assumir determinada tarefa. Selecionar sempre a mesma figurinha para as tarefas ou projetos mais interessantes é passar a seguinte mensagem pros demais membros do time: o mais puxa-saco vence.

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