domingo, 25 de abril de 2010

Trilha Inca - parte II

O segundo dia

No segundo dia fomos despertados ali pelas 4h30min da manhã. Desmontamos as coisas, juntamos sacos de dormir na mochila e tomamos nosso café da manhã na tenda refeitório. Mais uma vez fomos avisados de que o dia seria difícil. Eu achava que tinha entendido e já estava achando o papo chato, inclusive.

Na primeira etapa do dia, seguimos pela trilha, ainda sem degraus. Um córrego nos acompanhava. Subimos por umas 2 horas. Saímos de uma altitude de 3.700m pra chegar a 4.200m. Enquanto os degraus não começam você acha que tudo está bem. Quando começa a ver que pra cima é só degrau começa a bater certo desespero. No meu caso foi vontade de chorar e não propriamente de alegria. Como estávamos bem mais pra trás que o resto do nosso grupo, não conseguimos usufruir do primeiro descanso. Quando chegamos lá, o grupo já estava partindo. Nosso grupo era formado em grande parte por intercambistas na faixa dos 20 anos que estavam há meses na altitude. Nós éramos os velhinhos do grupo, junto com outro casal de brasileiros e um argentino solitário. O outro casal de brasileiros, no entanto, foi mais esperto que nós: contrataram carregadores para as mochilas, de modo que não tinham os 12 quilos nas costas.

Na segunda etapa da manhã foram praticamente só degraus, com muitas árvores em volta como se fosse "ladeira acima". Na minha opinião foi a parte mais difícil da subida. Mais até do que o trecho final. Você não vê o que há em cima, só vê degraus. Terminada essa parte, o grupo fez uma parada para um lanche reforçado antes da parte mais difícil, acima de 4.000m, com muito vento e frio.A partir dali, a trilha eleva-se abruptamente em direção ao que chamam de primeira passagem "Warmiwañuska (passagem da mulher morta) a 4.200 m. Venta bastante neste local e o frio é intenso devido à altitude. Quando chegamos lá, nem nos arriscamos a sentar. Apenas admiramos a beleza em volta, picos com neve. Não ficamos lá em cima mais do que 30 minutos (a foto ao lado mostra a subida final da trilha, foi tirada do ponto mais alto). Depois, apenas descida até o acampamento.

A partir de Warmiwañuska a trilha é marcada por grandes descidas e algumas pequenas subidas. Alguns trechos possuem calçamento original inca. Não me lembro de ter subido nesta tarde, apenas descido. Foi até fácil, depois da manhã.

Paramos num acampamento chamado Pacaymayu. Era cedo ainda, tivemos almoço em torno das 4h da tarde e janta às 7h, à luz de velas. Foi com lanterna também que conseguimos chegar na barraca. Nada de banho também nesse dia. Havia um banheiro, mas sem luz elétrica, de modo que o banho seria frio. Na realidade, gelado, pois a água vem dos córregos da redondeza, formados por degelo dos picos. Até tentei, mas depois cheguei a conclusão que os lencinhos úmidos resolviam o problema. Foi a noite mais fria, mas não passamos frio. Dormi com blusa de lã e, obviamente, dentro do saco de dormir que alugamos em Cuzco.


O terceiro dia

Dizem que o terceiro dia é o mais bonito. Primeiro, porque ingressamos na chamada selva peruana. Segundo porque passamos por vários sítios arqueológicos. Não estávamos com sorte. Amanheceu com uma névoa que nos acompanhou até a meia-tarde.

Logo após a saída do acampamento, nossa primeira parada foi no sítio de Runkuraqay (foto ao lado). Runkuraqay ("pilha de ruínas") está a 3.850 m de altitude. Por causa de sua posição e da disposição de seus compartimentos, acredita-se que o edifício tenha sido um posto para os viajantes que seguiam a trilha até Machu Picchu. Tinha áreas com dormitórios para os viajantes e instalações de estábulo para seus animais domesticados.

Umas 2 horas mais de caminhada e chegamos a Sayacmarka, ainda antes do almoço. Dentro da cidadela existem diversas construções feitas com certa complexidade por terem sido adaptadas à forma da montanha, incluindo-se um aqueduto de pedra que deve ter levado água para o local no passado. As paredes são sólidas e a forma da fortaleza pode ser vista facilmente de longe. Acredita-se que o local possa ter sido um quartel ou prédio público, devido à ausência de terraços.

Após o almoço, entramos propriamente na selva peruana. A trilha se torna mais fácil e plana. Passamos até por pequenas cavernas. Pela metade da tarde chegamos a Puyupatamarka ("lugar sobre as nuvens"). O lugar está a 3.680 metros de altitude. Estas ruínas estão numa área de onde visualmente é possível controlar um amplo território e possivelmente foi um importante núcleo administrativo e religioso. Em dias claros, se consegue ver até a montanha Machu Picchu dali. As nuvens mais baixas do que você formam um bonito visual com as montanhas (foto ao lado).

A segunda metade da tarde é só descida. Descemos de 3.680m até o acampamento de Wyñaywayna que está a 2.650m. Muitos degraus, a ponto de deixar as pernas trêmulas no fim do dia. Bem pertinho do acampamento estão as ruínas. Wiñaywayna significa jovem para sempre e também é o nome quéchua de uma espécie de orquídea comum nas redondezas. Neste grupo arqueológico se encontram diversas construções bem trabalhadas, entre elas se destaca uma na parte superior conhecida como torre, uma sucessão de dez fontes rituais do lado direito que são clássicas em todos os povoados importantes e também o setor agrícola com grande quantidade de terraços artificiais. O acampamento de Wyñaywayna é o melhor de todos. Ali já há luz elétrica e um refeitório coletivo com bancos e cadeiras. Os banheiros possuem chuveiros quentes, o que traz uma alegria muito grande a todas as mulheres. Claro, você paga pelo banho, mas ninguém reclama. O jantar do último dia é caprichado e com luz elétrica. Tem até gelatina!


O quarto dia

Dormimos muito mal na terceira noite. Começou a chover forte e no meio da noite nossa barraca estava inundada. A solução foi juntar tudo e ir para o refeitório que era o local mais seco disponível. Muitos dos nossos colegas de grupo fizeram o mesmo. Rezamos para a chuva parar, mas nada. O quarto dia começou com ela. Seriam 2 horas e meia bem agradáveis de caminhada até Machu Picchu, não fosse a chuva. Já estávamos aclimatados e o terreno era só descida leve. Mas era muita chuva o que tornava tudo muito escorregadio.

Com mais ou menos 2 horas de caminhada, a trilha se estreita em degraus que conduzem acima até uma pequena estrutura de pedra. É Intipunku ("porta do sol") situada à 2.650 metros de altitude e a 4Km de Macchu Picchu. Em dias claros, dali se vê a cidade lá abaixo. Pudemos comprovar isso, quando voltamos até esse ponto no dia seguinte, ensolarado. Acredita-se que a Porta do Sol fosse uma espécie de alfândega para controlar a entrada de quem chegava à cidade.

Quarenta minutos mais de caminhada e estamos na cidade. Chegamos lá cedinho, na hora de abertura dos portões. A trilha termina com uma visita guiada à cidade, onde os guias explicam as principais construções. A cidade é linda por si só, mas a visita faz você entender a função de cada construção o que só faz a sua admiração crescer. 

Quando a trilha termina, você compra tickets para o ônibus que lhe leva até Aguas Calientes, o povoado mais próximo. São uns 40 minutos de viagem. Dali, poderá tomar o trem de volta até Cuzco ou relaxar nas águas termais. Nós ficamos uma noite em Aguas Calientes. O povoado é bastante simpático e tem bons restaurantes a preços razoáveis. Nosso hotel ali tinha duas coisas bem importantes: um excelente chuveiro quente e camas com ótimos colchões. Também conseguimos mandar lavar e secar algumas roupas. Mesmo com a mochila impermeável, passou muita água.

Apesar do cansaço e das privações, a trilha deixa boas recordações e é uma experiência única. Se tiver a chance, não deixe de fazer.

sábado, 17 de abril de 2010

Trilha Inca - Parte 1

Faz muito tempo que eu quero falar sobre a trilha inca, mas faltava coragem. Se você procurar no Google,  verá que existem bons sites por aí que falam tudo em detalhes, então me pareceu que o que quer que eu dissesse seria repetitivo e incompleto. Aviso desde já, então, que essa descrição será muito mais sobre impressões pessoais do que um guia orientativo.

Pra começar: o que é a trilha inca?
É um caminho construído nos tempos do império inca que inicia no chamado Km 82 da ferrovia Cusco/Quillabambae e vai até Macchu Picchu, no Peru. A rota normal é percorrer seus 42 Km em 4 dias. A maior parte do caminho é composto por pedras como você observa ao lado. Na minha opinião, nenhuma outra trilha que fiz ou que acredite que farei é comparável.

Como ir?
O ponto de partida é a cidade de Cuzco, no Peru. Todas as excursões para a trilha partem de lá. Você não poderá chegar e se aventurar sozinho. É necessário que esteja em um grupo acompanhado de guia. Existem normas com relação a número de pessoas por guia, inclusive, assim como número máximo de pessoas na trilha por dia. E mesmo que fosse permitido você teria que carregar montanha acima, em uma altitude que varia de 2.600m a 4.200m, além dos seus pertences, barraca e comida o que seria um peso extra considerável.

É possível contratar a empresa quando você chegar a Cuzco que é o ponto de partida da expedição ou já sair aqui do Brasil com tudo certo. Nós optamos por essa segunda opção, apesar de ser um pouco mais cara. Tínhamos as reservas e os dias certos para cada coisa, não poderíamos correr o risco de chegar lá e não conseguir encaixe em nenhum grupo naquelas datas.

O que você vai precisar

Em primeiro lugar você deve levar uma mochila, dessas de trilha. A minha tinha 45 litros e levei o mínimo. O aconselhável é uma um pouco maior, com uns 60 litros. A mochila deve ser impermeável. A minha era e mesmo assim, no último dia, molhou. Se você estava em um hotel e retornará para ele, os hotéis guardam a bagagem extra, estão bem acostumados. É importante que a mochila tenha bolsos para você colocar a garrafa de água. Se não tiver, você vai ter que adquirir um "porta-garrafa". Na primeira parada antes da trilha em Ollataytambo você encontrará dúzias deles. Aliás, nessa parada, também poderá adquirir um bastão de caminhada que vai lhe auxiliar muito nas subidas. Tudo é bem barato, acho que não chega ao que seria o equivalente a R$ 5.

Será necessário, ainda, um saco de dormir que suporte temperatura negativa. Existem lojas de aluguel em Cuzco, o mais fácil é alugar lá, eles conhecem e já lhe indicam o correto. Na rua que fica em frente à Praça das Armas há várias lojinhas de aluguéis de utensílios para a trilha.

Ainda que as refeições sejam responsabilidade da empresa que estiver lhe levando, é bom ter como extras chocolate e barrinhas de cereal. Você vai gastar bastante energia.

Também é aconselhável levar purificador de água. São umas pastilhas que se compra em farmácias (nós levamos daqui do Brasil inclusive) e se coloca 1 pastilha em cada 2 litros de água. Em hipótese alguma beba água da trilha sem fervê-la ou usar as pastilhas.

Nem sempre será possível tomar banho. Então, é recomendo aqueles lencinhos de limpeza para bebês que se encontra nos supermercados.

Com relação às roupas, leve umas 2 calças de tactel, umas 3 camisetas de dry-fit ou material similar, uma capa de chuva e um casaco mais grosso com capuz(que eu usava de travesseiro à noite). Leve meias de sobra, pois elas podem molhar e no máximo dois calçados. Eu levei ainda um blusão de lã que usava de noite junto com o casaco. Durante a caminhada você não sente frio, o problema é quando para.

Não esqueça da lanterna. Você só verá eletricidade de novo no acampamento do terceiro dia. Aliás, banho quente também.

Aclimatação
É totalmente desaconselhável chegar em Cuzco e partir para a trilha no mesmo dia. O ideal seria ficar na altitude durante uma semana, se aclimatando, para só depois partir. No entanto, é possível chegar em um dia pela manhã e partir para a trilha no dia seguinte, como fizemos. Você só vai se "arrastar" nos primeiros dois dias. No terceiro dia de trilha já fica um pouco melhor.

O primeiro dia

Cedo pela manhã, você sai de Cuzco e pega um ônibus que lhe leva até Ollataytambo. Ali é uma espécie de ponto de encontro para últimas providências, onde guias e carregadores se encontram com os grupos. Os carregadores de trilha são profissionais bem remunerados para os padrões peruanos, inclusive, chegam a ganhar 40 dólares por dia. A questão é que, carregando 25 quilos nas costas (o máximo permitido), a aposentadoria deve chegar bem cedo.

Depois disso, o ônibus segue por uma estradinha estreita e que dá medo até o Km 82. São aproximadamente 14 Km de Ollataytambo até esse lugar, conhecido como Piscacucho, mas parece mais. Ali todo mundo desce e passa pelo posto de fiscalização. Então, atravessa-se a ponte sobre o Rio Urubamba que marca o início da trilha. É um dos momentos mais emocionantes do trajeto, perdendo só pra vista de Macchu Picchu da Porta do Sol no último dia e do banho quente que você vai tomar no hotel em Águas Calientes na volta da trilha.

O primeiro dia é relativamente leve. Caminha-se cerca de 11Km. Você não caminha sobre pedras, mas sobre uma estrada. Dependendo do seu grupo, começará a caminhar após o almoço, inclusive. A trilha inicia a 2700 m de altitude e nesse primeiro dia subimos apenas até 3000 m. Durante a tarde, tivemos duas pequenas pausas pra descanso. O rio nos acompanha ao lado em grande parte do trecho em contraste com as montanhas, num cenário bem bucólico como o da foto lá de cima. E avistamos o primeiro site inca ao longe: Llaqtapata.

A parada pode ser num acampamento (Wayllabamba), mas a nossa foi um pouco antes, no pátio de uma das casas de moradores da região. Não sei se dá pra chamar exatamente de pátio, porque ali coube umas 12 barracas, além da tenda restaurante. Não há possibilidade de banho nesse primeiro dia. O banheiro nada mais é do que uma casinha com um buraco no chão. No entanto, cabe lembrar que o clima da montanha é relativamente seco, então você praticamente não transpira. O desconforto acaba não sendo tão grande assim e com os lencinhos umedecidos você toma um "banho de gato".

Na refeição noturna, pipoca, peixe e até uma sobremesa quente típica, que não agradou muito, não. Bebemos muito chá de coca durante toda a caminhada e ele sempre era servido após as refeições. Dorme-se cedo. Às 9h da noite, todo mundo já está na sua barraca, porque o despertar em torno das 4h da manhã. O segundo dia é o mais difícil e por isso é preciso acordar cedo. Mas sobre ele, da próxima vez.

sábado, 10 de abril de 2010

O que me encantou em Macchu Picchu

Quando vi Macchu Picchu pela primeira vez, vi muito pouco. Chovia tanto, mas tanto, que a cidade praticamente desaparecia no meio da névoa. Tive a sorte, todavia, de poder esperar um dia a mais para voltar lá e me deslumbrar. Já falei sobre isso aqui antes, assim como já disse que achava muito justa a eleição da cidade como uma das novas 7 maravilhas do mundo. Mas fui muito breve nas minhas razões, então, achei por bem revisitar o tema. Aliás, se você tiver a chance de conhecer um único local no Peru e, talvez, na América do Sul, é pra lá que deve ir. Veja algumas razões para conhecê-la de perto.

Os mistérios

Machu Picchu, que significa Montanha Velha, é conhecida como a cidade perdida dos incas. Isso, porque os espanhóis, quando da conquista do continente nunca a descobriram. Sua origem e função são até hoje um mistério. E existem várias lendas quanto a seu desaparecimento também. Ela só foi descoberta em 1911 por um arqueólogo.

Há várias teorias sobre o que teria sido a cidade. Poderia ser uma região estrategicamente protegida, no topo de uma montanha, sendo um grande centro de estudos, onde se ensinava astronomia, agronomia, medicina e arquitetura. Poderia ser a cidade das mulheres eleitas para servir os soberanos Incas (80% dos esqueletos encontrados eram de indivíduos do sexo feminino) ou um local de retirada estratégica durante as guerras fratricidas dos Incas. Porém, para grande parte dos arqueólogos foi, sobretudo, um lugar de culto religioso ao Deus Sol, no culminar de longas romarias pela famosa trilha inca, a via empedrada com 33 quilômetros, por encostas escarpadas que leva à cidade. A trilha justifica a tese mais aceita hoje: a de que seria uma cidade sagrada.

Sobre o fim da cidade há também várias teorias: a que eu ouvi do nosso guia diz que os homens haviam saído para combater os espanhóis e não retornaram. As mulheres, sabendo das notícias de derrota e imaginando que cedo ou tarde os espanhóis encontrariam o local, cometeram suicídio ou morreram por alguma epidemia. Essa teoria vem dos esqueletos encontrados na cidade quando da descoberta.

O que encanta
1) O lugar em si. Você olha a forma como a cidade foi construída com aquelas montanhas em volta e tem a sensação que está num reino encantado saído de um livro.
2) A engenharia dos incas. A cidade foi inteiramente construída de pedras, sem a utilização de cimento ou qualquer tipo de cola. E continua em pé, mesmo estando em uma região submetida a constantes terremotos e chuvas. Porém, foi construído um eficiente sistema de drenagem que consiste em capas de pedras trituradas e rochas para evitar o empoçamento da água das chuvas (são 129 canais de drenagem). Estudiosos dizem que isso evita a erosão.
3) A simetria das construções, que demonstra profundo conhecimento de arquitetura, astronomia e matemática. Exemplo disso é o Templo do Sol. Nele existe apenas uma janela, iluminada pelos primeiros raios de sol, exatamente, às 7h15, de 21 de junho, início do solstício de inverno. Essa janela está em sincronia, nessa data com a porta do sol, a construção que seria a entrada da cidade, pela trilha inca, e que fica a 4Km de distância.

Algumas Construções

  • Templo do Sol: é considerada a construção mais importante e se diz que era um local protegido por um sistema de segurança, do qual se encontrou vestígios. Acredita-se que ali eram relacionadas cerimônias relacionadas ao solstício de verão, para "amarrar o sol". 


    • Tumba real: acredita-se que ali ficavam as múmias dos soberanos, pois nesse local foram encontradas algumas quando da descoberta da cidade.
    • Terraços: são a área rural da cidade, onde praticava-se a agricultura, segundo se diz, com técnicas bem avançadas. Os "degraus" são para evitar os deslizamentos e a erosão do solo. 
    •  Intihuatana: era uma espécie de relógio e calendário solar. Toda cidade inca tinha uma pedra sagrada, mas apenas essa foi poupada da destruição pelos conquistadores espanhóis, que eliminaram todos os sinais da idolatria inca. Ninguém sabe ao certo como essa pedra era usada.
     Para chegar
    O meio mais comum é pegar o trem diário na Estación San Pedro, em Cuzco, que leva cerca de 6 horas para chegar até Águas Calientes, uma cidadezinha ao pé da montanha que é também onde está localizada a rede hoteleira. Em Águas Calientes existe um ônibus que sai direto para lá, com trajeto de uns 40 minutos. Durante o dia eles saem seguidamente.
    A segunda opção foi a nossa: percorrer o Caminho Inca. Mas esse é assunto para outro dia.

      segunda-feira, 5 de abril de 2010

      Lugares para Visitar no Outono

      Já disse inúmeras vezes o outono é minha estação do ano preferida. E talvez porque eu goste tanto do outono, também acho que minha cidade (Porto Alegre) fica muito mais bonita no outono. Mas existem outros lugares que ficam lindos nessa estação e que são boas sugestões de viagem nessa época do ano.

      1) Mendoza, Argentina
      Por que no outono? Os verões são muito quentes e os invernos são extremamente frios, então o outono é a época ideal para visitar Mendoza. Dizem que "o amarelo ocre e cores das árvores dão um toque especial à paisagem".
      O que você pode fazer lá? A província é grande. Há pontos para visitar no Norte, como as dunas dos Altos Limpios (chamadas de "el Sahara mendocino") e o Bosque Telteca. Há ainda a Reserva Natural do Divisadero Largo. Para o sul, Laguna de LLancanelo (470 km da capital, no meio do deserto, com uma preciosa reserva de flamingos cor rosa). Há também passeios pelas montanhas (Alta Montaña por Villavicencio, onde se chega a um mirante de 3.500m dos Andes).

      Cabe lembrar ainda que essa é a região dos vinhos mais famosos da Argentina, ir no outono para buscar aquele vinhozinho para degustar no inverno pode ser uma boa pedida. (Fonte: Mendoza .travel)

      2) Jalapão, Tocantins
      A maioria das pessoas nunca ouviu falar de Jalapão. Aliás, a grande maioria das pessoas acha que no Tocantins só se encontra mato ou pântano. Pois bem, o Jalapão é uma região localizada no Cerrado Tocantinense, a leste de Palmas (a capital). Lá, inúmeras atrações, como cachoeiras, praias de rio, o Cânion do Sussuapara e o "Fervedouro". Dá uma olhada no blog EcoViagem e você entenderá para conhecer um pouco mais do Jalapão.

      Mas por que o outono? É o verão da região, quando as chuvas se tornam escassas e os dias são claros e ensolarados. Além disso, o local tornou-se roteiro turístico há pouco tempo, então, é necessário a infra-estrutura de uma operadora turística, que você encontrará especialmente no nosso outono.

      3) Cabo Polônio, Uruguai
      Apesar de todo mundo achar que janeiro e fevereiro são os melhores meses para o Uruguai, eu tenho que discordar. O outono, e especialmente abril, quando ainda não chegou o frizão, me parecem mais adequados, principalmente se você quer sentir a solidão e a paz de Cabo Polônio. Em janeiro, o local está povoado de turistas, já que praia, no Uruguai é só no verão mesmo. A propaganda que todos ouvem de Cabo Polônio diz que é o lugar para se sentir no meio do nada.

      Você não chega lá de carro. Deve deixá-lo num estacionamento e percorrer os 8 Km a pé ou em veículo 4x4. Pois bem, Cabo Polônio é um estreito de areia rodeado de dunas, com praia dos dois lados e meia dúzia de casas. Não há luz elétrica a não ser por gerador. Na ponta está um farol e uma ilha rochosa a 15 metros acima do nível do mar. É um excelente local para observação dos lobos-marinhos (dizem que são 300 mil). E você poderá observá-los com muito mais paz e tranquilidade no outono.

      4) Ushuaia, Terra do Fogo, Argentina
      Mais uma vez Argentina. Já comentei aqui que gostaria de voltar pra Ushuaia no outono. Disseram-me que as cores da cidade e dos parques ficam sensacionais nessa época do ano. O blog do Cereça não me desmente. Observem o colorido da foto dele.


      5) Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco
      Em um lugar onde faz 300 dias de sol por ano, por que você iria no outono? Porque a maior parte dos turistas já se foi, os preços são muito mais baratos e, a menos que o que você procure seja carnaval, você vai aproveitar tanto quanto no verão. Cabo de Santo Agostinho fica a 41Km de Recife que é uma cidade grande e a 20Km da famosa Porto de Galinhas. Possui várias praias, como Calhetas (foto ao lado), Paraíso e Gaibu, que parecem saídas de contos de fadas.