terça-feira, 24 de março de 2009

O dia em que tudo deu certo

Quem vem de família italiana sabe que somos extremamente fatalistas. Se em dez tentativas houver uma possibilidade de algo dar errado, qualquer mãe italiana que se preze vai dizer que vai dar errado. Isso faz com que eu sofra por antecipação na maioria das situações. Digo isso, porque passei um mês de março totalmente angustiante, achando que não tinha passado na segunda fase da OAB. Nos últimos dias, no entanto, lendo um blog especializado no assunto, encontrei uma dica que resume bem o que fazer para espantar o fatalismo, que compartilho com vocês agora.

Em situações de ansiedade que se estendem por longos períodos, recomenda-se que a pessoa evite os pensamentos negativos ou catastróficos. Deve-se tentar dimensionar a gravidade da situação, questionando a si mesmo se existe uma forma alternativa de análise, se estamos superestimando o grau de responsabilidade que temos nos fatos ou se estamos subestimando o grau de controle que podemos ter.

Uma vez avaliada a situação, devemos substituir os pensamentos sobre o evento temido, principalmente, os negativos por outros pensamentos. Sempre que um pensamento negativo se iniciar, deve-se substitui-lo por outro pensamento qualquer, de preferência, agradável. Isto certamente não é fácil de ser feito, mas é possível e trata-se de um aspecto importante, pois os pensamentos e as falas negativas agravam a situação, intensificando as respostas autonômicas, como o mal-estar e o descontrole respiratório.

O que quero dizer é que para contrastar com o último dia 18, dia 24 foi incrível. Foi um dia em absolutamente tudo deu certo. Logo de manha, recebi uma quantia em dinheiro que eu estava esperando há algum tempo. Para minha surpresa, o valor foi o dobro do que eu esperava. Ao meio-dia, recebi também uma boa notícia inesperada. À tarde, mais especificamente, às 18h23min, veio a minha tão sonhada aprovação na OAB (e um incrível 4.9 em uma peça processual que valia 5.0) . Além disso, no cair da noite ganhei um presente vindo do estrangeiro...

Existem dias em que tudo dá errado, existem dias em que tudo dá certo, esse é o balanço da vida. Sábio é aquele que consegue sempre acreditar que, ao final, o saldo é positivo.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Os dias em que tudo dá errado

Sabe aqueles dias em que tudo dá errado? Pois é, hoje é um deles.

Acordei disposta a finalmente receber de volta os R$ 334 que a Previdência Social tomou a mais de mim (mas isso será contado mais adiante num post intitulado "A saga"). Antes de sair de casa, minha diarista liga avisando que terá que resolver problemas particulares, então irá no período da tarde apenas. Procurando ser tolerante, disse pra mim mesma "paciência" e fui pra Receita disposta a enfrentar as 2 horas de fila até ser atendida. Minha paciência não foi suficiente. Depois de aguentar a espera de 2 horas, com um rapaz ao meu lado jogando um jogo que fazia um barulho irritante a cada toque no teclado do celular e um garoto que não podia levar a mochila com ele até o banheiro (então eu tinha que ficar cuidando), cheguei à conclusão de que não daria tempo. A média das 10h às 11h foi de 8 atendimentos e ainda faltavam pelo menos 12 pessoas na minha frente.

Na saída da Receita, um guardador vem me "ajudar" a retirar o carro da vaga estacionada. Odeio aquelas indicações do tipo "tem que dar ré de novo senão vai bater", quando é óbvio que eu sei disso. Não preciso de um guardador que provavelmente não tem habilitação me orientando como estacionar, afinal não comprei a minha carteira de motorista. Eu teria dado R$ 0,50 se ele tivesse ficado com a boca fechada. Como não ficou não levou nada.

Frustrada e atrasada, me dirigi ao cartório pra fazer uma procuração ao meu pai. Havia uma pessoa conhecida (vide artista) na minha frente, então, por mais pressa que eu tivesse, essa pessoa foi atendida com toda demora e presteza pela moça do cartório, até chegar a minha vez.

Cheguei no trabalho (no horário) e sem almoçar. Como sou uma pessoa prevenida, tinha salgadinho de queijo na gaveta, então não morri de fome. Então, me liga o meu marido avisando que não poderá me acompanhar na palestra que tenho na PUC à noite porque há um vírus na rede do trabalho dele. Isso significa ônibus lotado no horário de pico pra mim, já que ele está com o carro e não dará tempo de pegá-lo.

Agora, no meio da tarde, o teclado do meu computador enlouqueceu e eu tive que reiniciá-lo. Qual o drama nisso? Eu sempre evito, a todo custo reiniciar meu computador no meio do expediente porque isso me custa aproximadamente 15 minutos de trabalho, já que se trata de um "lentium".

O que me espera para o final do dia? Provavelmente mais uma manifestação do meu inferno astral. Cedo ou tarde ele sempre chega.

segunda-feira, 16 de março de 2009

As minhas pedras


Há quem diga que o ano novo só começa após o Carnaval no Brasil. Há quem diga que o seu ano novo começa na data do seu aniversário. Como estamos no período "entre" os dois eventos para a minha pessoa (e até que o meu inferno astral está light esse ano, embora ele possa vir a se tornar o pior de todos, dependendo do que acontecer no próximo dia 24), resolvi falar hoje sobre pedras.

Pedras? Sim. Há quem acredite em simpatia, há quem acredite em numerologia, há quem acredite em horóscopo e há quem não acredite em nada. Minha tendência é em direção a este último grupo, mas há algo na minha história que faz pairar uma dúvida sobre essa minha convicção.

Há alguns anos eu atravessava uma fase de total "pindaíba". Estava tudo mais ou menos. Então eu li algo sobre a turmalina negra. Segundo o que li na época, essa pedra protegia contra energias densas em ambientes pesados, repelindo energias negativas. Então, comprei uma turmalina negra, não lapidada. E não é que em coisa de uns três meses a minha vida deu uma guinada? Sério! Conquistei um cargo de chefia, um namorado, um colega de trabalho que era super invejoso pediu demissão e ainda fiz uma viagem de férias fantástica naquele ano.

Em resumo: é provável que tenha sido uma coincidência, mas a partir dali eu passei a ter pedras. Várias. Uma para auxiliar em cada tipo de problema. Elas são todas baratinhas, são vendidas por peso em lojas de cristais ou de pedras. Aqui em Porto Alegre tem uma ótima no Centro, na Rua General Câmara, pertinho da Andradas. A foto do post é delas.

Ágata: Traz vitalidade, eloquência, coragem, equilíbrio físico e mental, melhora a confiança. Aperfeiçoa o ego, a auto-estima, fortalece o coração, ilumina a mente e protege contra roubos.

Água Marinha: Harmoniza ambientes intranquilos e acalma os nervos. Reduz o medo e o stress. Traz inspiração e novas idéias.

Ametista: Acalma a mente, aumentando a memória e a capacidade de meditação. É usada para insônia e enxaqueca.

Pedra da Lua: Absorve energia da Lua, acalma a mente e está relacionada com as emoções humanas. Aumenta o poder de sedução feminino.

Pirita: Atrai dinheiro.

Quartzo Rosa: Considerada a pedra do amor. Traz auto-realização. Alivia, dissolve e cura as mágoas que reprimem a capacidade de dar e receber amor. Resolve problemas emocionais.

Cornalina: Pedra boa para pessoas distraídas ou desconcentradas. Ajuda a fixar a mente no momento presente. Utilizada pelos tímidos ou com falta de coragem.

Citrino: Sua energia nos dá a mesma sensação de estar no sol, aquece, penetra, energiza e dá vida.

Agora se você quiser ter apenas uma para iniciar o seu ano: a turmalina negra é infalível.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Litoral do Uruguai

No ano passado fiz uma série de posts sobre o Uruguai. Como todos sabem, gosto muito do país e do litoral deles a partir de Punta del Diablo para o sul. Nesse ano, meu amigo Davi e a esposa foram passar férias lá e fizeram alguns vídeos que mostram um pouquinho daquele litoral. O segundo vídeo é muito interessante: mostra um pouquinho das estradas e povoados de Chuy até Punta del Este. Você pode conferir no blog Nerds on.

terça-feira, 10 de março de 2009

Meu sonho de consumo

Algumas pessoas já me perguntaram por que o meu sonho é receber a concessão de um cartório. Então, para esclarecer o tópico, sou obrigada a recorrer a uma situação ocorrida semana passada. Eu necessitava da 2ª via da minha certidão de casamento. Então, me dirigi ao 2º Cartório de Registros Civis, onde casei.

Em primeiro lugar, apesar de eu não ter presenciado neste mundo o ano de 1960, posso garantir que o lugar não mudou nada daquele ano pra cá. Computador é coisa inexistente. Existe um guichê onde as pessoas se amontoam na fila pra pedir o que querem. Depois que elas pedem, elas sentam num banco, assim, tipo banco de praça, sem encosto, e aguardam o chamamento pra pagamento da taxa de R$ 18,66 (sim, dezoito reais e sessenta e seis centavos por um pedaço de papel). No mesmo guichê. Quando lhe chamam, você pede licença pra todas as pessoas que estão na fila novamente, paga e volta para onde estava. Cerca de 10 minutos depois, lhe entregam a certidão. Durante o tempo de espera, você se abana com um pedaço de papel ou com a sua bolsa. Ar condicionado, nem pensar.

Enquanto eu esperava, fiz alguns cálculos: em média são atendidas 10 pessoas a cada 15 minutos, considerando-se o que me parece ser o movimento constante do ponto. Considerando que nem todo o valor fique com o cartório, já que uma pequena parcela são emolumentos e tal, em 15 minutos devem ser pagos cerca de R$ 150. Em 1 hora são R$ 600. Em 1 dia de trabalho, considerando que o cartório deve ficar aberto 8 horas por dia, são R$ 4.800. Em um mês, são aproximadamente R$ 96.000.

Enfim, na minha humilde opinião, considerando que o custo com os cerca de 6 funcionários e com o pedaço de papel que é "gasto" a cada certidão não é alto, acho que dava para:
1) colocar um ar condicionado;
2) pensar em um sistema de logística onde cada atendente ficasse num guichê separado;
3) colocar um sistema eletrônico de chamada, tipo os que vemos em bancos (e outros cartórios) com senhas que você vai retirando quando chega;
4) colocar uns sofazinhos um pouco mais confortáveis pras pessoas aguardarem.

Enfim, eu não mereço a concessão de um cartório?

terça-feira, 3 de março de 2009

Bizarrices

Eu não sei se essas coisas só acontecem comigo, mas o fato é que elas acontecem muito comigo. E eu diria mais: supermercado é o local onde elas mais acontecem.

Terça-feira pela manhã. Todo o meu bairro decidiu ir ao supermercado. Uma senhora idosa, me pergunta quando será a Páscoa. Ela me parece tão simpática que eu respondo. Em seguida vem a segunda pergunta:
- Não sei se tu vais poder me dizer, afinal tu és tão magrinha, mas sabes se esse iogurte natural que eu tomo faz mal pra diabete?
Eu poderia ter respondido que achava que não, mas como se tratava de uma senhora idosa e eu não queria ser responsável por algum problema de saúde do qual ela viesse a padecer, respondi que não sabia.
Então, vem a parte mais engraçada. Ela olhou pra mim muito séria e disse:
- Pois é, imaginei que tu não soubesses. És tão magrinha. Garanto que tu não comes nada. Me responde uma coisa: tu não comes, né?

É isso que eu ganho por tentar ser simpática. E o que é pior: eu nem sou tão magra assim.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Pausa para divagação

Eu tenho uma tese de que toda e qualquer pessoa tem ao menos uma oportunidade na vida pra sair da sua condição de pobreza (de bolso ou de espírito) e transformar a sua vida em algo que valha a pena. Por esse motivo, sempre rejeitei as teses sociais que dizem que quem rouba, trafica e mata o faz porque não teve nenhuma oportunidade na vida.

Talvez por isso eu tenha gostado do filme "Quem quer ser um milionário?". Tudo o que Jamal (o garoto que participa do programa de TV - Show do Milhão da Índia) tinha ao participar do programa, era a esperança de que a menina que ele amava desde criança e da qual fora separado o assistisse. O filme é muito menos sobre como um favelado se torna um milionário e muito mais sobre como não desistir nunca do seu objetivo, mesmo que você tenha apenas uma chance em um milhão de alcançá-lo.

Coincidência ou não, os dois filmes que mais gosto de rever também falam de sonhos impossíveis: o primeiro deles, um clássico que adoro desde a primeira vez em que o vi e que me faz chorar todas as vezes é "Um sonho de Liberdade" com o Tim Robbins e o Morgan Freeman. O segundo não é tão conhecido: chama-se Gattaca, com o Ethan Hawke e o Jude Law e fala de alguém que sonhou ser astronauta num futuro próximo em que o destino das pessoas depende do quão abençoadas geneticamente são.

O que esses filmes e os sonhos têm em comum? Pode parecer uma idéia romântica da vida, mas o que me parece certo é que cada um de nós, em algum momento da sua existência, tem um dia de sorte. E pra que possamos agarrar com unhas e dentes esse dia de sorte, precisamos estar preparados. Precisamos estar no lugar certo e na hora certa. Ou, como diria o velho ditado "a sorte acompanha os bons".

Acho que não são muitos os que lembram, mas há algum tempo, quando sorteavam pessoas para participar do Big Brother, uma mulher, chamada Mara foi sorteada. Essa mulher era pobre, como quase todo mundo que vive nesse país, e tinha uma única filha, que sofria de paralisia cerebral. Ela ganhou R$ 1 milhão. Sorte? Sim, sorte. Sorte de ser sorteada. Azar de ter uma filha com uma anomalia que nem mesmo R$ 1 milhão podem curar.

Tenho uma amiga, que sonha há muitos anos em ser médica. Conheço um menino que passa metade dos seus dias jogando futebol de botão e que tem certeza de que será jogador de futebol. O meu sonho, o mais imediato, é passar na OAB. Realizar um sonho desses, para cada um de nós seria muito mais do que ganhar um milhão. Assim como imagino que a saúde de um filho vale muito mais do que R$ 1 milhão para uma mãe. E o dinheiro, por si só, não pode torná-los realidade. É preciso algo mais.

Nem sempre nós conseguimos as coisas no exato momento em que queremos. Às vezes, nós morremos as desejando, como o meu avô que sonhava ganhar na Loto. Mas, parafraseando a fase final do filme do momento: talvez esteja escrito. E quem não estiver lutando, nunca saberá.