segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Diário de mãe: 10 meses e meio

Estão todos aguardando ansiosamente o momento em que o gurizinho dará seus primeiros passos. Ele já consegue ficar em pé, sem apoio, por um bom tempo, mas não tem coragem de caminhar sem se segurar. Quando mostramos algo que está fora do seu alcance como incentivo, ele senta e vem engatinhando. Estou começando a achar que ele é preguiçoso. Quando o levo para caminhar lá fora, ele insiste em não querer caminhar.

O segundo dentinho já apontou e ele consegue morder até pedaços de pão agora. Só acho estranho o quanto os dentes dele demoram a crescer. O do mês passado ainda está pequenininho lá.

As brincadeiras dele estão começando a mudar de foco também. Se antes, ele só queria rolar tudo no chão como se fosse uma bola, agora, ele prefere encaixar peças em outras peças. Atira tudo dentro de caixas, para depois tirar. Já entende uma série de coisas também. Se digo "onde está o sapo?", ele me alcança um sapo de pelúcia. Quer colocar coisas na minha boca também. E já faz associações: não apenas sabe ligar e desligar o interruptor de luz, mas sabe que ele faz a luz acender ou apagar. O mesmo vale para o controle remoto do ar condicionado. E na última semana, parece ter percebido que o controle remoto da TV serve para mudar o canal.

A pediatra liberou todas as frutas, com exceção de abacaxi e morango. Então, ele começou a tomar suquinho de melancia ou de mamão. Adorou. Mas não gostou de manga, é a única fruta que ele refugou. Toma em forma de suco, mas misturado com laranja.

Outra mania não muito legal que ele está pegando é ir para nossa cama no meio da noite. Sei que não é recomendável e tal, mas entre isso e ficar embalando pela casa na madrugada, prefiro isso. Seria tão bom se ele aceitasse a chupeta e ficasse quietinho na cama dele até dormir novamente...

O pai já disse que se algum dia ele perguntar por que não tem irmão terá a resposta na ponta da língua: por que tu choravas todas as noites, mesmo depois de grande.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A angústia da espera

Não gosto de médicos. Acho que a maioria deles falha em deixar de tratar-nos como seres humanos únicos. Lógico que eu sei que sou apenas uma no meio de 6 bilhões de humanos, mas eu me considero importante (assim como você que me lê também deve se considerar), então, gostaria de ser tratada como uma pessoa pensante, que tem emoções e sentimentos.

Estou passando por uma situação que ilustra bem o quanto os médicos, em sua objetividade, se esquecem de que somos humanos e únicos. Descobri um nódulo na minha mama. Em consulta ao mastologista, inicialmente, disse não tratar-se de nada preocupante, mas pediu alguns exames. Infelizmente, a ecografia acusou realmente um nódulo classificado como IVb no sistema Birads. Isso significa "possibilidade moderada de ser câncer".

Claro que pesquisei bastante sobre o assunto em sites especializados, mas quando finalmente fui mostrar o exame ao médico, esse, não pareceu muito disposto a me tranquilizar.

Em termos percentuais, disse que havia 50% de chance de ser câncer, que eu teria que fazer uma biópsia, mas que essa biópsia seria apenas para ele decidir o tipo de cirurgia que faria, já que "tinha que tirar o nódulo". Isso tudo, enquanto atendia ao telefone celular e dizia para alguém que achava que "não conseguiria ir, pois ainda tinha que atender 3 pessoas".

Não sei qual o compromisso que ele tinha. Talvez fosse algo importante, como assistir à ecografia do primeiro filho. Mas eu era uma paciente angustiada com o resultado de um exame e que havia esperado dias pela consulta, isso sem contar os 50 minutos para ser atendida. Então, o mínimo que esperava era que ele me dissesse quais eram as possibilidades e alternativas, até para que eu me preparasse para o que estava por vir. Não consegui nada além do que já sabia da Internet.

Quando insisti um pouco mais, afirmando, inclusive, que estava assustada, ele apenas afirmou que "não era o momento de ter uma conversa sobre câncer", mas superficialmente falando, eu não tinha motivo para preocupações, pois, ainda que tivesse que fazer quimioterapia, era um nódulo pequeno. Tudo isso num tom de voz semelhante ao usado para prescrever um antibiótico.

Para marcar a tal biópsia, outra novela. Não adianta você ter plano de saúde, só para dali a 2 semanas. Enquanto isso, o pobre mortal fica à deriva, sem qualquer acompanhamento médico ou psicológico, fazendo mil elocubrações e sem conseguir levar a vida adiante.

Honestamente, doutores: sei que vocês trabalham muito e acham que ganham pouco por consulta, muito embora, ainda ganhem mais do que a maior parcela da população brasileira. Sei que a pessoa que está ali pode ser apenas "mais uma paciente" pra vocês. Só que essa pessoa pode ser a filha, a mãe, a avó, a melhor amiga ou o amor de alguém. E se fosse o seu, como você gostaria que fosse tratado?

Claro que não vou mencionar aqui o nome do médico, até porque não é meu objetivo denegrir ninguém. Porém, pra terminar, preciso fazer justiça a uma profissional que foge a essa regra: a pediatra do meu filho, Dra. Natacha Uchoa. Essa sim, médica disponível quase que 24h, preocupada, que trata cada paciente de forma especial, não tem pressa de despachar ninguém, não faz pouco caso de nenhuma reclamação e não deixa sem resposta nenhuma indagação. Quem dera o médico que consultei tivesse um pouquinho só da boa vontade que ela sempre demonstrou com o meu guri.

Atualizando em 06/02/2012: No final das contas não era nada sério. Mas as semanas de angústia vividas, não desejo pra ninguém. Ah, e o médico (aquele) ainda quer operar.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Enfrentando a free-way (BR 290) com um bebê

Quem é gaúcho sabe que quem trabalha nos meses de verão e vai para o nosso litoral nos finais de semana, sofre. Com um bebê, então, a viagem pode virar um pesadelo.

Parece óbvio, mas o segredo é evitar os horários de pico. Claro que isso nem sempre é possível, mas tentamos adequar os horários de viagem aos horários em que nosso bebê costuma dormir. Na primeira tentativa, não deu muito certo. Optamos por sair em torno das 22h que é o horário em que já está dormindo e é o primeiro sono da noite, ou seja, o mais pesado. Ele dormiu a maior parte da viagem, mas pegamos tranqueira e quando o carro parava, ele "meio que acordava" e chorava. Então, quando finalmente chegamos, tivemos que retirá-lo do carro e, então, ele acordou pra valer. Foi bem difícil fazê-lo dormir novamente naquela noite. Acordou várias vezes e ficou com aquele sono leve, resmungando o restante da noite.

O que percebemos, então, é que temos que ir durante o dia, mas nos horários de soneca dele. Então, nos domingos, voltamos no horário da soneca da tarde e não vamos mais nas sextas, mas nos sábados, bem cedinho, pela manhã.

Enfim, cada bebê é um bebê e o que serve pra mim pode não servir pra você, porém, a melhor opção parece ser observar os horários de sono e tentar levá-lo em horários próximos a esses soninhos. No meu caso, ainda com a ressalva de que não pode ser o sono da noite, pois quando ele chega, fatalmente acorda.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Diário de mãe: chegamos aos 10 meses

O gurizinho completou 10 meses de vida. Inacreditável como o tempo passa rápido! Sinto que agora ele está cada vez mais menino e menos bebê e já bate aquela saudade de quando ele ficava quietinho, mamando no meu colo. Ele faz manha para ir para o colo agora apenas quando quer ir pegar coisas em algum lugar. Então, ele aponta para o objeto de desejo até alguém aproximá-lo o bastante para que consiga pegar. Quem normalmente faz isso, claro, são os avós. Pai e mãe ficam com o papel chato de colocar um mínimo de limite e fazê-lo entender que ele não vai poder ter tudo na vida.

Antes, ele chorava quando não havia nenhuma pessoa presente em seu campo de visão. Pois agora, ele aprendeu a ir atrás da pessoa, engatinhando. Também foge para a cozinha e fica espiando na porta, só com os olhinhos pra fora, esperando que alguém o siga. Se ninguém vai, ele volta, contrariado.

Passamos a virada do ano na praia e ele conseguiu ficar acordado até às 23h30min. Aí capotou. Não viu os fogos de ano novo e entrou 2012 enrolado em uma manta (estava friozinho) no meu colo. Foi pra ele meu primeiro beijo do ano, óbvio.

À propósito, não gostou muito do mar. Na primeira vez que foi, ficou de boca aberta, admirado, mas não chegou a ficar com medo. Na segunda vez, sentiu um misto de fascínio e medo. Ficava puxando a gente para que o levássemos caminhando até a beira, mas chegando lá queria colo e ficava agarradinho, com um certo temor. Não gostou da areia, nem quis engatinhar lá. E olha que o que ele mais gosta de fazer atualmente é sair por aí, livre, engatinhando.

O que o atraiu no litoral, na verdade, foram as casas dos avós. Casas com garagens grandes para ele engatinhar bastante, quintal e balanço. Ele engatinhou livre até ficar com os joelhos e pés de um gurizinho de rua. Viu cachorro, cavalo, galinha... uma série de coisas que pouco via na cidade. Só estranhou um pouco na hora de dormir. Acordou várias vezes durantes as noites e terminou dormindo conosco.

A única intercorrência do mês foi uma alergia estranha. Estranha, porque estou acostumada com bolhas pelo corpo. Mas na dele aparecia uma única bolha, que crescia até ficar enorme, com um vermelho em volta. Esse processo demorava mais ou menos 30 minutos. Então, a bolha sumia e aparecia em outro lugar. Dei antialérgico por 3 dias e tudo resolveu-se.

Pra terminar: o guri está virando "polenteiro". Ele não gosta muito de comida sólida, prefere aquelas papas com tudo misturado e amassadadas, mas estamos tentando introduzir a comida um pouco mais sólida e separada, ou seja, mais próxima da nossa, apesar do único dente. Ele não curtiu muito brócolis e arroz com lentilha, quando não misturados com outras coisas. Agora, polenta e purê de moranga, ele come e pede mais, quer dizer, não nega as origens.