domingo, 28 de fevereiro de 2010

Trilha da Lagoinha do Leste, tentativa 2 e muito barro

A dica número 1 é: só se aventure nessa trilha em época de chuva se você não tem problema com lama e tiver um pisante bem velhinho. Vai ser difícil fazer com que meias e tênis voltem a ser o que eram, caso contrário.

Dica número 2: não acredite nas estimativas de tempo dos catarinas. A placa na entrada da trilha diz 45 minutos. Levamos 1 hora e 10 minutos. Tá certo, tinha muita lama e tínhamos que ser cuidadosos pra não escorregar. Mas apenas um nativo faz em 45 minutos. Na melhor das hipóteses, sem o barro, poderíamos ter feito em 1 hora.

Feitas essas considerações, vamos a ela.

A entrada da trilha é na rua que inicia no bar do Maneca. Tivemos um certo problema para encontrar a rua, porque ela não tem placa indicativa de nome. O site GuiaFloripa diz que é Rua Manoel Pedro de Oliveira. Enfim, procure pelo bar do Maneca. A melhor maneira de encontrá-lo é ir pela estrada em direção ao Pântano do Sul. Um pouco antes da placa indicativa do Balneário Açores e da Praia da Solidão está a rua, só que ela fica a esquerda de quem está indo para o sul. Suba essa ladeira e em poucos metros você encontrará uma placa indicativa bem grande do início da trilha.

Os primeiros 20 minutos de trilha são na mata fechada, com muita umidade e barro. Sei que não deve ter barro sempre, mas fomos em uma época em que choveu muito em Florianópolis, então, tinha muito, mas muito barro, o que tornava a trilha bem escorregadia. Havia muitos mosquitos também, mas eles não foram um problema porque fui armada com repelente. A parte boa desse trecho da trilha é que o sol praticamente não passa, então você não vai tomar um torrão.

Com mais ou menos 35 minutos de trilha, você avistará um mirante. Você sai um pouquinho da trilha para chegar nele, mas tem placa indicando, ninguém se perde. No mirante, avista-se a Praia do Pântano Sul, lá longe. No nosso caso, avistamos uma aparente tempestade se aproximando, que acabou se revelando ser alarme falso.

A segunda parte da trilha tem mais um pouco de mata, mas não tão fechada. A parte mais difícil fica para os 25 minutos finais: descida pelas pedras até a Praia da Lagoinha do Leste. Alguns trechos tem pedras bem grandes, então exige-se bastante dos pobres joelhinhos, mas pelo menos não havia barro. Esse trecho também não tem mata fechada, o que significa que se o dia estiver ensolarado, você vai se queimar. Não se esqueça de parar um pouquinho durante a descida para admirar a praia lá embaixo. Temos a tendência a cuidar demais quando estamos andando em pedras e perdemos a melhor parte. A melhor foto é durante a descida e não da praia.

Chegando lá, você vai encontrar aluguel de cadeiras e até um protótipo de bar que vende bebidas. A praia é bem bonitinha e tem o título de mais bela da ilha. Realmente é bonitinha, como você vê ao lado, mas para mais bonita da ilha, tenho outras preferências. Talvez se tivesse feito a trilha pela Armação pensasse diferente, pois dizem que a visão mais bonita é vindo daquele lado.

Para retornar, você terá duas opções: pegar um barco de pescadores ou retornar pela trilha. O barco custa R$ 15 por pessoa (em janeiro de 2010) e leva cerca de 25 minutos, deixando você na Praia do Pântano do Sul. Não cabem muitas pessoas e para chegar nele, você encara um bote que vai cortando as ondas. Nós voltamos pela própria trilha, que estava até movimentada naquele entardecer. Tirando os 25 minutos iniciais de subida que são bem cansativos e exigem bastante dos pobres joelhinhos (na foto ao lado você tem uma ideia da subida), parece mais tranquilo voltar do que ir.

Para quem deseja uma trilha mais curta, ir e voltar à Lagoinha do Leste pelo Pântano do Sul me parece a melhor opção, embora todos afirmem que o visual durante o trajeto não é tão atrativo. Pareceu-me ainda que é uma trilha mais segura do que a que inicia no Matadeiro, pois bastante gente a percorre e não há perigo de você pegar um atalho errado.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Trilha da Lagoinha do Leste, tentativa 1 e o Povoado de Ribeirão da Ilha

Nosso quinto dia de férias iniciou com boas perspectivas. Foi o primeiro dia que não amanheceu chovendo e o sol apareceu. Decidimos, então, percorrer a tão aguardada trilha da Lagoinha do Leste. Para isso, seguimos a pé até a Praia do Matadeiro (estávamos hospedados na Armação). Passamos por uma pequena ponte que separa as duas praias, percorremos toda a extensão do Matadeiro (que não é muita) e chegamos à extremidade direita da praia. Olhando na foto ao lado é bem à esquerda, onde se distingue uma casa. Ali, tem um pedacinho pequeno de trilha de concreto, por onde seguimos, passando por uma ponte e uma casa de madeira. Seguimos sempre pela direita, seguindo as indicações do pessoal local. Houve um ponto de dúvida em que achamos que tínhamos que subir, mas o correto é não sair da trilha até acabar aquele pedacinho concretado. 

Depois disso, muito barro e umidade. A trilha não é muito aberta e há vários pontos em que ficamos com dúvida. As pedras estavam bastante escorregadias devido ao excesso de chuva e o próprio córrego avançava pelas pedras da trilha. Como não havia mais ninguém tentando, nos haviam dito que era 2 horas de trilha e não sabíamos se a trilha inteira era assim, optamos por retornar e tentar pelo Pântano, cuja trilha era menor no dia seguinte.

As informações que obtivemos depois, caso você queira tentar (e nós tentaremos novamente em um período mais seco no inverno) foram:
  • A trilha tem duração aproximada de 2 horas, mas encontramos um pessoal lá na praia da Lagoinha que diz ter feito em 3 horas.
  • A mata é bem fechada nos primeiros 30-40 minutos de trilha. Depois disso, caminha-se por uma mistura de areia e vegetação rasteira, por uma hora e meia (previsão dos catarinas), margeando os costões, passando pela Ponta do Quebra-Remo, Ponta do Facão e Ponta da Lagoinha.
No restante desse dia, caminhamos até o ponto que separa as praias da Armação e do Matadeiro, tiramos fotos e aproveitamos a praia. Também fomos até o mirante do Convento de Morro das Pedras que é aberto ao público das 9h às 18h e tem uma vista bem bacana da orla do sudeste da ilha e da Lagoa do Peri. Repare na foto que em primeiro plano temos a Armação e lá no fundo, junto com a torre de celular se vê a praia do Pântano do Sul.

Aproveitamos também para ir (de carro) no final de tarde até o povoado de Ribeirão da Ilha, que fica na parte sudoeste da ilha. Ali, acreditamos que seria possível ver o pôr do sol no mar, mas o tempo nublou. O povoado é bem peculiar, guarda antigos prédios históricos no estilo açoriano. Sua Igreja é do século XVIII, mas infelizmente, está bem depredada. As casinhas coloridas no estilo açoriano, no entanto, formam um conjunto bem harmonioso. Da praia, em dias claros, se avistam os prédios altos do centro de Florianópolis.

Também ali há muitos restaurantes que servem ostras. O Nostradamus talvez seja o mais chique deles. Possui um ancoradouro, no qual os clientes deixam suas lanchas. Um bote, vai buscá-los e os leva direto para os fundos do restaurante, onde há uma entrada. Enfim, pra quem veio a passeio nessa encarnação!

De todo modo, Ribeirão merece uma visita, nem que seja para retornar ao passado. E há opções de restaurantes em conta também.

Para terminar o quinto dia, tivemos o episódio das baratas, quando retornamos ao nosso apartamento: quatro delas nos fizeram visita numa só noite. Prova de que todas as férias tem os seus episódios infelizes.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Floripa: Da Armação até a Praia do Saquinho com uma fiel seguidora (e a chuva)

A trilha do Saquinho pode ser uma trilha fácil ou díficil, rápida ou demorada, tudo vai depender do quanto você decidir caminhar. No nosso caso, como estávamos na Armação e queríamos caminhar um pouco optamos por ir a pé até a Praia da Solidão, passando por Pântano do Sul e Açores. O dia estava nublado e de vez em quando caía uma pancada de chuva, de modo que o calor até que não foi problema. Imagino que fazer o mesmo em um dia de sol no verão seja bem mais problemático.

Pois bem, da Armação até o Pântano são cerca de 4Km e você pode ir pelo acostamento da estrada mesmo. De Pântano a Açores optamos por ir pela beira da praia, mas também é possível seguir as indicações das setas e ir pela estrada. Pela praia nos pareceu mais perto e mais bonito.

Para chegar na Praia da Solidão, você deve seguir as indicações, não é difícil. Vai subir uma ladeira asfaltada com mais 1Km no final da Praia de Açores. Chegando à Praia da Solidão, você pode percorrer duas trilhas:

a) a da Cachoeira: é uma trilha bem curtinha, de cerca de 15 minutos que leva à Cachoeira da Praia da Solidão. Para chegar até ela basta virar à direita após a ponte de madeira.

b) a da Praia do Saquinho: Essa trilha inicia com aproximadamente 1.400m de "trilha concretada". Para encontrá-la, basta passar a ponte de madeira e seguir reto. Já havíamos caminhado uns 7km, mas decidmos encarar. A trilha é muito fácil, como você vê ao lado, o único risco que se corre é escorregar nos pontos mais úmidos. A vista da Praia da Solidão que se tem dela é das mais bonitas do sul da ilha. O final da parte concretada é na comunidade do Saquinho, onde algumas famílias insistem em viver sem luz elétrica. Inclusive presenciamos uma curiosidade: os nativos transportam congêneres para a comunidade com dois enrmes cestos amarrados de cada lado de um cavalo. O coitado do bicho está tão treinado que faz a trilha quase sozinho.

Quando acaba a parte concretada, você pode seguir adiante, se desejar. Em mais ou menos duas horas vai chegar na Ponta do Pasto ou Pastinho que é uma península coberta por grama. Em tese, você pode continuar dali até Naufragados, mas não é recomendável sem um conhecedor da região, pois a trilha está coberta pelo mato. O caminho pelo costão também não deve ser seguido, pois é bastante perigoso devido às pedras.

Se optar por não seguir adiante, ficará na Praia do Saquinho, que tem, nesse ponto, aproximadamente 750m, com pedras à direita e à esquerda. É uma praia onde poucos vão, então você se sentirá quase numa praia particular. Ao lado a vista da praia quando ainda estamos na parte de cima da trilha.

Nessa trilha também nos acompanhou do início ao fim uma fiel companheira: uma cachorrinha vira-lata com coleira que praticamente nos adotou, já que, apesar de outras pessoas estarem na trilha, ela seguia mesmo era a gente. Deu vontade de trazer o bichinho pra Poa, mas ela tinha coleira, então poderia ter dono. Além do mais, considero crueldade levar pra um apartamento de 85m2 uma cachorrinha criada na praia a vida toda. Enfim, tivemos que fugir dela no final da trilha, já em Açores, pois ela estava realmente determinada a nos seguir.

No retorno, optamos por voltar de ônibus de Açores até a Armação. O caminho completo de ida e volta daria uns 17Km, assim caminhamos uns 12Km apenas. Ao lado, como brinde, a vista das Praias do Pântano e da Solidão que se tem da trilha. Belíssima, apesar do dia nublado.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Floripa: Trilha de Naufragados e mais chuva

Nossas férias começaram para valer no terceiro dia, quando decidimos que a chuva não nos impediria de aproveitar. O dia amanheceu nublado, mas acreditamos que conseguiríamos fazer nossa primeira trilha mesmo assim. Optamos pela trilha de Naufragados, porque era a mais curta do programa, de modo que uma eventual chuva não atrapalharia tanto. Estávamos certos.

Onde fica
Naufragados é a praia mais ao sul da ilha de Florianópolis. Recebeu esse nome devido ao naufrágio de dois navios portugueses que levavam colonos açorianos para o RS ocorrido ali em 1753, do qual apenas 77 passageiros sobreviveram. O acesso se dá exclusivamente pela trilha (ou por barco).

Como chegar ao início da trilha
Vindo do centro, dirija-se ao sul da ilha. Siga as indicações em direção ao povoado de Ribeirão da Ilha. O povoado é muito bonitinho, nós paramos para olhar, mas deixamos para voltar com mais tempo em outro dia. Passando o povoado, siga sempre reto, você terá o mar a sua direita durante todo o percurso, de cerca de 20Km. A estrada é uma mistura de pontos com calçamento e outros com asfalto. Você vai passar por Caieira e vai parar no final da estrada, onde também termina a linha de ônibus e onde há um terreno transformado em estacionamento para carros (R$5, em janeiro de 2010). Há uma placa indicativa do início da trilha no estacionamento.

Caso você não queira encarar a trilha, pode contratar barco ali. O valor é do barco e o barco comporta até 4 pessoas, dizia uma placa. 

A trilha
O percurso da trilha é de 2.7Km e é bem fácil, sem grandes subidas ou descidas por meio da mata, o que em dias de sol é um presente, embora não fosse o nosso caso. A trilha é bem aberta e, obviamente, estava bem úmida. Você caminha em torno de 10-15 minutos e a trilha se divide em duas. Se for sempre pela direita, caminhando cerca de 40 minutos mais vai chegar no farol. Se for pela esquerda, chegará, mais ou menos no mesmo tempo à Praia de Naufragados. Há dois bares ali, caso decida passar o dia.

É possível tanto do farol chegar na praia, quanto da praia chegar no farol, com mais uns 20 minutos de caminhada. Nós fomos primeiro pela praia, então tivemos que atravessar um córrego e subir pelas pedras, onde encontramos uma trilha que levava ao farol. O mais difícil é subir nas pedras, mas passando isso, também foi fácil.

A chuva nos encontrou na praia, então, as fotos ficaram bem ruinzinhas, como você vê ao lado. Mas ficamos imaginando a vista em dias de sol. Quando estivemos na Praia do Sonho, tivemos a oportunidade de ver as ruínas do Forte de Nossa Senhora da Conceição (1742), erguido na ilha de Araçatuba, em um dia de sol e era infinitamente mais bonito.

Retornamos pela trilha do farol, seguindo sempre pela nossa esquerda no retorno. A chuva nos pegou em cheio no retorno, ficou fechadão mesmo, tornando a trilha um pouco mais difícil, mas nada apavorante, o que significa que ela deve ser realmente fácil em dias secos. Aconselho todos a fazerem, o visual do final vai encantá-los em um dia bom e você não se cansará muito.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Breve resumo das férias em Floripa

A partir de hoje começo a narrar aqui as férias deste ano em Florianópolis com algumas dicas de trilhas. Dada a escassez do tempo, abaixo segue um breve resumo que será detalhado aos poucos ao longo dos próximos posts.

Dia 1: Atropelada por uma criança de bicicleta
Dia 2: Muita chuva e engarrafamento na saída do Shopping
Dia 3: Trilha de Naufragados e mais chuva
Dia 4: Da Armação até a Praia do Saquinho com uma fiel seguidora (e a chuva)
Dia 5: Trilha da Lagoinha do Leste, tentativa 1 e as baratas
Dia 6: Trilha da Lagoinha do Leste, tentativa 2 e muito barro
Dia 7: Sol, mar e descanso

Por enquanto, segue a primeira dica para quem quer paz e tranquilidade. Vá para o sul da ilha. Ficamos na Praia da Armação que além de bonita é bem calma. Vejo duas grandes vantagens em ficar no sul: os preços são mais baixos (pagamos R$ 80 a diária de um apartamento no residencial Estrela do Mar e há vários outros nessa faixa de preço) e a possibilidade de curtir a praia sem ser interrompida por um vendedor "do que quer que seja" a cada 5 minutos. Além disso, as praias não deixam nada a dever para o norte.

Pra quem tem crianças, as águas do ponto onde ficamos não são das mais calmas. Creio que no sul seria mais recomendável ficar um pouco adiante no Pântano do Sul. Como eu sou um pouco fiasquenta para entrar na água, a Armação foi perfeita: dois passos na água, você cai num buraco e a próxima onda termina de molhá-lo. Quer dizer, não precisa de muita coragem. A temperatura e a cor do mar estavam perfeitas, como quase sempre.

A ida para o sul da ilha tem um probleminha de trânsito até o Campeche, a estrada está pedindo duplicação. Depois disso, é bem tranquilo também. Para quem gosta de comércio, porém, o sul é mais limitado do que o norte. Não há muitas lojinhas e shopping, esqueça. Na segunda-feira, para jantar, fomos até Campeche, pois as opções estavam bem limitadas.

Como eu comecei dizendo, para quem que paz, tranquilidade, praias e trilhas é PERFEITO.