domingo, 30 de maio de 2010

5 Trilhas Fáceis para Iniciantes

Todo praticante de trekking que se preze tenta encorajar mais gente. Só que pra quem nunca fez trekking na vida, é complicado iniciar em uma trilha de oito horas com pedras, subidas e descidas. As trilhas abaixo são bem simples, para serem feitas sem guia e descobrir se essa é a sua praia.

1. Trilhas do Vértice e do Cotovelo no Parque Nacional dos Aparados da Serra (Cambará do Sul)

As duas trilhas localizam-se no Parque Nacional dos Aparados da Serra, em Cambará do Sul. O parque é o ponto de visitação mais fácil para o Itaimbezinho. No ponto de chegada dessas duas trilhas se tem uma linda visão do cânion, se você der sorte do dia não estar enevoado.

A Trilha do Vértice é a mais fácil. Existe até um caminho calçado em um bom pedaço dela. Com 20 minutos de caminhada, você já consegue chegar em um mirante, em que se vê a Cascata das Andorinhas e da Cascata Véu de Noiva formada pelo arroio Preá.

A trilha do Cotovelo é um pouco mais longa. São 6,3Km de caminhada por uma estradinha de chão, que leva até um mirante natural com o que eu considero a melhor visão do cânion. Leva-se aproximadamente uma hora para ir e uma hora para voltar, mas a caminhada é fácil. Eu considero a melhor trilha para quem quer ter realmente a sensação de que está fazendo trilha, mas tem medo de se aventurar em algo mais forte.

Sobre como chegar ao parque, já comentei aqui no passado.

2. Trilha do Rio Caí no Parque da Ferradura (Canela)

O Parque da Ferradura possui quatro trilhas: do Pórtico, das Cutias (fácil, passeio para observar a natureza e os quatis), da Pinguelas (fácil, voltada para a bela vista do Vale da Ferradura) e essa última, a do Rio Caí, que é a principal. Não é uma trilha tão fácil quanto as do Itaimbezinho, mas a maior dificuldade não são pedras ou travessias e sim, a volta.

Em primeiro lugar, a trilha é de fácil acesso e bem demarcada com placas de sinalização em todo seu percurso. São 350m de trilha, iniciando a 750m de altitude e terminando a 400m de altitude, no pé da cascata do Arroio Caçador e às margens do Rio Caí, em uma área plana, onde você pode sentar e descansar. O mais difícil aqui, na minha opinião, é a volta, pois a subida é bastante íngreme, exige algum condicionamento físico. Mas como não é uma trilha longa, você pode ir subindo e parando aos poucos.

Ainda assim, se você achar que a trilha do Rio Caí não é para você iniciar, pode tentar as outras. São muito fáceis.

Como chegar no parque: Saia de Canela em direção à Cascata do Caracol, siga à direita na entrada do parque do caracol e acesse a estrada de terra, existem placas indicativas em todo o trajeto, são 6 km. Há uma taxa de entrada que você pode consultar no site oficial.

3. Trilha do Parque da Cachoeira (São Francisco de Paula)

Não confunda com o Parque das 8 Cachoeiras, pois são parques diferentes. Naquele há 8 trilhas com uma dificuldade um pouco maior, pois você passa por pedras úmidas em quase todas. Esse Parque da Cachoeira é outro parque com bastante estrutura para esportes radicais. Você pode praticar rapel, pêndulo, cabo aéreo, entre outros. Há uma trilha no parque que leva até a Cachoeira Escondida. A caminhada tem duração média de 1h e, apesar de ser pela mata, é bem fácil. Você passa primeiro por uma cachoeira que fica na área central do parque (a do Rio Caraá) e vai seguindo até a Escondida, onde a trilha termina.

Como chegar no parque: o melhor é parar na entrada de São Francisco de Paula, onde há um ponto de atendimento ao turista e pegar um mapa. O parque fica no interior do município, por estrada de chão, como se estivesse indo para Canela.

4. Ecoparque Sperry (Gramado)

O parque é privado, você pode obter informações sobre valores no site oficial. O diferencial é que as trilhas são todas auto-interpretativas, com boas orientações indicativas, o que facilita para quem está iniciando.

Como chegar no parque: pela rótula de saída de Gramado para Canela, entrando a direita entre o posto Shell e o Hotel Cavalinho Branco, descendo o vale do Quilombo, 5 km.

5. Trilha do Monte Negro (São José dos Ausentes)

Chegar ao município de São José dos Ausentes é o mais difícil, pois não há estrada asfaltada. Por qualquer dos caminhos você terá que enfrentar uns bons 30 km de estrada de chão bem ruinzinha. O Monte Negro é o ponto culminante do estado do RS, com seus 1.400m. Chega-se de carro até aproximadamente 300m do cânion que divide RS de SC. A trilha que leva ao cânion e ao pico do Monte Negro é fácil. Se o dia estiver limpo, pode-se ver até o litoral de lá. Se você gostar da caminhada e quiser mais, pode ainda subir no pico do Monte Negro. Não é tão fácil, pois não há uma trilha demarcada, mas a caminhada é leve. Em 20 minutos se está lá e o pior é a ida. Na volta é só descida.

domingo, 23 de maio de 2010

A felicidade não se compra

Ultimamente, tenho gostado de assistir aqueles filmes clássicos do Telecine Cult. Sem tecnologia e com efeitos especiais bem limitados, eram filmes bem mais criativos e que apostavam muito mais em uma história bem desenvolvida do que em barulho e visual.

Se você nunca assistiu "A felicidade não se compra" (It's a wonderful life), deveria. Muito do que se fez em cinema e até mesmo em novelas depois pode ter origem remota no filme. Ele narra a história, desde a infância de George Bailey, um cara que sonhava conhecer o mundo, mas sempre pensou demais nos outros, então, acabou ficando na cidadezinha em que nasceu e administrando o pequeno banco do pai. Por nunca ser ganancioso ou egoista, George nunca enriqueceu. Pior, perdeu muito dinheiro e tentou o suicídio. Então, surge seu anjo da guarda e lhe mostra como seria a vida de todos ao seu redor se ele não existisse.

O filme é uma fábula de uma ingenuidade que já não se vê mais. Talvez fosse enquadrado como fábula infantil se produzido hoje. E é isso que encanta. Frases como "o homem mais rico da cidade é aquele que tem amigos" ou o próprio título em português parecem lições de uma moral que poucos têm ou procuram ensinar aos seus filhos. Com certeza pensar que "felicidade não se compra" está fora de moda. Mas acho que vou preferir ficar fora de moda. E continuar assistindo as minhas velharias.

sábado, 15 de maio de 2010

Morro do Osso

Quando foi a última vez em que você teve uma absoluta sensação de felicidade? A minha eu lembro bem. Foi há mais ou menos duas semanas, em um final da tarde de céu azul, olhando a zona sul de Porto Alegre de cima, lá no mirante do Morro do Osso. São desse dia as fotos que ilustram o texto. Não conheço muita gente que more em Porto Alegre que já tenha ido até lá. E nem é tão longe assim.

O Morro do Osso localiza-se na zona sul de Porto Alegre e grande parte dele está dentro de uma reserva preservada, o Parque Natural do Morro do Osso, que existe desde 1994. O objetivo é preservar uma área de 127 hectares, mas até o momento só 57 foram desapropriados. O parque tem guarita de segurança e fica aberto diariamente das 9h às 18h. Podem ser agendadas visitas orientadas por instituições de ensino e pesquisa.

Existem lá espécies arbóreas sob possível ameaça de extinção, como a canela preta e a corticeira-da-serra. A fauna também é diversa, avista-se lá cerca de 65% das espécies de aves existentes no município. Incrivelmente, no entanto, o que as pessoas mais gostam de procurar lá é a visão que se tem da casa do jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho.

Chegar lá também não é difícil. Basta pegar a Av. da Cavalhada e dobrar a direita na Av. Adão Juvenal de Souza, que é uma avenida bem larga. Depois é seguir as placas até a Rua Irmã Jacobina Veronese. A rua termina no parque. Para chegar no mirante, basta seguir por uma trilha bastante fácil uns 15 minutos.

E cá pra nós, Porto Alegre merece preservar um lugar como esse.

sábado, 8 de maio de 2010

O atropelamento da professora

Fato que me entristeceu na semana foi o atropelamento daquela professora do Colégio Rosário, Maria Paula Leal, em plena faixa de segurança na Av. Benjamim Constant, logo após auxiliar um deficiente visual a atravessar a faixa.

A primeira coisa que vem à mente é que o mundo é um lugar injusto. Por que uma pessoa conhecida pela bondade e disponibilidade, que plantava sementes de preocupação social em jovens, como mostrou a matéria do Diário Gaúcho, tem que deixar esse mundo de uma forma tão sórdida?  Não seria mais justo um motoqueiro irresponsável, que foge após atropelar um ser humano, deixar o planeta?

Pode parecer um pensamento simplista, mas se pudesse escolher o momento da minha morte, ficaria feliz de saber que foi em função de um ato de generosidade. Em um mundo em que cada pessoa só se preocupa com o próprio nariz, consumindo recursos do planeta sem nenhuma preocupação em repor, me traria satisfação saber que fui diferente, mesmo em uma vida não tão longa.

Eu cresci acreditando em finais felizes, mas quanto mais eu vivo (e advogo), mais acredito que não existe justiça terrena. O que existe é um preço que cada um paga para cada ato bom ou mau que pratica. Esse preço se paga aqui. Não sei se existe um céu. Mas é provável que o inferno seja esse mundo. E faz bem à alma pensar que pessoas boas são chamadas mais cedo para um lugar melhor do que aqui, já que devem ser mais úteis por lá.

Afora qualquer divagação, tenho uma certeza: realizar algo notável (e ser generoso nos nossos dias é algo notável) sempre foi e sempre será uma das formas de se chegar mais próximo da imortalidade.

domingo, 2 de maio de 2010

O poder de um crachá

Poderia ser um twit, porém, é meio extenso para tanto. Mas foi o melhor texto que recebi na última semana. Então, sem tempo, por ora, para escrever algo mais inteligente segue minha homenagem a algumas pessoas que conheço...

Um oficial do DEA (Drug Enforcement Administration) vai a uma fazenda, no Texas e diz ao dono, um velho fazendeiro:
"Preciso inspecionar sua fazenda por plantação ilegal de maconha!"
O fazendeiro diz: "Ok, mas não vá naquele campo ali." E aponta para uma certa área.
O oficial diz indignado: "O senhor sabe que tenho o poder do governo federal comigo?" e tira do bolso um crachá mostrando ao fazendeiro:"Este crachá me dá a autoridade de ir onde quero....e entrar em qualquer propriedade. Não preciso pedir ou responder a nenhuma pergunta. Está claro? me fiz entender?”
O fazendeiro todo educado pede desculpas e volta para o que estava fazendo.
Poucos minutos depois o fazendeiro ouve uma gritaria e vê o oficial do governo federal correndo para salvar sua própria vida perseguido pelo Santa Gertrudes, o maior touro da fazenda.
A cada passo o touro vai chegando mais perto do oficial, que parece que será chifrado antes de conseguir alcançar um lugar seguro. O oficial está apavorado. O fazendeiro larga suas ferramentas, corre para a cerca e grita com todas as forças de seus pulmões:
"Seu Crachá, mostra o seu CRACHÁ!"

(adaptado de um desses emails que circulam pela web)