sábado, 8 de maio de 2010

O atropelamento da professora

Fato que me entristeceu na semana foi o atropelamento daquela professora do Colégio Rosário, Maria Paula Leal, em plena faixa de segurança na Av. Benjamim Constant, logo após auxiliar um deficiente visual a atravessar a faixa.

A primeira coisa que vem à mente é que o mundo é um lugar injusto. Por que uma pessoa conhecida pela bondade e disponibilidade, que plantava sementes de preocupação social em jovens, como mostrou a matéria do Diário Gaúcho, tem que deixar esse mundo de uma forma tão sórdida?  Não seria mais justo um motoqueiro irresponsável, que foge após atropelar um ser humano, deixar o planeta?

Pode parecer um pensamento simplista, mas se pudesse escolher o momento da minha morte, ficaria feliz de saber que foi em função de um ato de generosidade. Em um mundo em que cada pessoa só se preocupa com o próprio nariz, consumindo recursos do planeta sem nenhuma preocupação em repor, me traria satisfação saber que fui diferente, mesmo em uma vida não tão longa.

Eu cresci acreditando em finais felizes, mas quanto mais eu vivo (e advogo), mais acredito que não existe justiça terrena. O que existe é um preço que cada um paga para cada ato bom ou mau que pratica. Esse preço se paga aqui. Não sei se existe um céu. Mas é provável que o inferno seja esse mundo. E faz bem à alma pensar que pessoas boas são chamadas mais cedo para um lugar melhor do que aqui, já que devem ser mais úteis por lá.

Afora qualquer divagação, tenho uma certeza: realizar algo notável (e ser generoso nos nossos dias é algo notável) sempre foi e sempre será uma das formas de se chegar mais próximo da imortalidade.

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