domingo, 27 de junho de 2010

São José dos Ausentes - parte I

São José dos Ausentes é o município mais frio do estado do Rio Grande do Sul. É um lugar bem rústico, sem a infra-estrutura turística de Gramado/Canela, mas com belas paisagens naturais. O município é extenso, você
anda muitos quilômetros nas estradinhas de terra, mas a população pequena, cerca de 3 mil habitantes. Ah, até bem pouco tempo não existia acesso asfaltado até São José dos Ausentes, o que em grande parte também explica as paisagens inexploradas (quando fomos ainda não tinha).

Como chegar

Existe um caminho por Cambará do Sul, mas não recomendo porque o estado da estrada de chão é bem ruim. Você sai de Porto Alegre pela BR 116, logo após Novo Hamburgo entra na RS 239, até a cidade de Taquara (também épossível ir a Taquara por Gravataí) e pega a RS 020 até a São Franscisco de Paula. Passa pela cidade e retoma a RS 020 até Tainhas. Lá toma-se a RS 453 em direção a Cambará do Sul. Em Cambará atravessa-se a cidade até encontrar uma estrada de chão, por onde se segue mais 50 Km de estrada de chão até São José dos Ausentes (Distância: 250 km).

Existem dois caminhos alternativos, o primeiro pela BR 101, até o acesso da cidade catarinense de Ermo. Da BR 101 até Ermo são 7 Km. O acesso fica à esquerda, no km 427. De lá rodamos mais 8 Km até chegarmos em Turvo. Andamos mais 21 Km até Timbé do Sul, ainda território catarinense. Daí para frente o percurso é de 36Km  por estrada de chão (Distância: 313 Km). Não sei dizer se a estrada é boa, mas parece mais distante e complicado.

Se você procura caminho asfaltado, o melhor parece ser por Bom Jesus. Siga pela BR 116 até Vacaria. Rode até a RS 285, onde dobramos a direita, no sentido de Bom Jesus. Seguindo na RS 285 temos mais 45 Km de estrada, agora asfaltada até Ausente. A distância é bem maior. São 240 Km até Vacaria e depois mais 100Km até São José dos Ausentes.  Não tenho a informação de se esses 100Km já estão totalmente asfaltados, mas creio que uma boa parte está.

Onde ficar

Existem várias pousadas, todas no interior do município e não muito próximas umas das outras. A maioria oferece diária com as três refeições exatamente por isso. Imagine só você sair para jantar à noite e ter que andar uns 20 Km em estrada de chão. A maioria das pousadas também oferece um programa próprio de atividades como trekking, passeios à cavalo e pesca. Abaixo algumas sugestões de hospedagem, com as características de cada uma:

Vale das Trutas

Localiza-se na estrada entre São José dos Ausentes e Cambará do Sul. Se o seu desejo é pescaria fácil, é o
lugar ideal. Existe um lago com um pesque-pague. Possui cabanas com dois quartos, sala/cozinha e banheiro e, ainda, lareira. 

Pousada Fazenda Monte Negro

Esta é bem afastada, bem próxima dos cânions. Possui hospedagem na casa ou em chalés. Na casa, são suites ou quartos com banheiro compartilhado. Os chalés possuem fogão à lenha. A pousada oferece trilhas de um ou dois dias, parte a cavalo, parte a pé.

Pousada Fazenda dos Ausentes

Possui quatro quartos com banheiro, mesa e aquecedor e três chalés para quatro pessoas. Oferece como
atividades passeio a cavalo, pesca em açudes e trilha ecológica na fazenda.

Pousada Fazenda Cachoeirão dos Rodrigues

Bem próxima ao Cachoeirão dos Rodrigues, uma das principais atrações de São José. Oferece quartos com banheiro privativo e coletivo. Oferece três tipos de trilhas: Varando o Rio (a pé ou a cavalo), Trilha do Puma (com mini cânion) e Trilha Radical (mais difícil).

Pousada Fazenda Potreirinhos

Oferece quartos com banheiro privativo ou coletivo, caminhadas ecológicas, passeios a cavalo e acompanhamento das lides campeiras. No verão, banho de cachoeira.

Pousada Fazenda das Araucárias

A pousada oferece comodações para grupos no sótão, um quarto com banheiro privativo e quatro quartos com banheiro coletivo. Também oferece área de camping com água, luz e banheiros. Realiza trilhas pela região com acompanhamento de guia local.

Pousada Flor de Açucena

Localiza-se a a 16km da sede do município. A pousada tem bar com carta de vinhos, TV por satélite e DVD, aparelho de musculação e bicicleta ergométrica. Oferece caminhadas guiadas e cavalgadas.

Outras opções de hospedagem você encontra no site Ausentes Online.

No próximo post, dicas do que fazer em 2 dias em São José dos Ausentes.

domingo, 20 de junho de 2010

Boa sorte, má sorte

Ando meio sombria nesses dias frios e chuvosos de inverno, então quero reproduzir aqui uma história que li dias atrás e que pode ser bem aplicada a essas zebras que andam acontecendo na Copa do Mundo (e na minha vida também).

No tempos medievais vivia na China um velho camponês que tinha um cavalo fraco e cansado no qual atrelava o arado para trabalhar no seu pequeno pedaço de terra. Um dia o cavalo doente fugiu para as montanhas. Os vizinhos se solidarizaram: "Que má sorte!", repetiam lamentando. "Má sorte? Boa sorte? Quem pode dizer?", respondia o velho camponês.

Uma semana mais tarde, o cavalo voltou acompanhado de outros cavalos selvagens das montanhas. Os vizinhos apareceram para ver e, reunidos em torno do camponês, dessa vez se alegraram com sua boa sorte. A resposta, no entanto, foi a mesma: "Boa sorte? Má sorte? Quem pode dizer?"

Algum tempo depois, enquanto tentava domar um dos cavalos selvagens, o único filho do camponês sofreu uma queda e quebrou a perna. Todos consideraram um sinal de má sorte. "Má sorte? Boa sorte? Quem poderá dizer?", repetia o ancião.

Semanas mais tarde, o exército do imperador marchou pelo vilarejo convocando todos os homens jovens e saudáveis para se alistar, mas o filho do camponês, na cama com a perna quebrada, foi deixado para trás. Boa sorte? Má sorte? Quem poderá saber?

O budismo nos ensina que, em vez de querer rotular os fatos consumados como bons ou ruins, o mais importante é encará-los e se preocupar principalmente com a qualidade da resposta que vamos dar a eles. As coisas são como são, é a nossa reação que vai perpetuar ou minimizar as causas de sofrimentos futuros. Se não temos controle sobre o que chega a nós, temos escolha sobre o que lançamos no mundo.

Reprodução de: http://claudiacollucci.blog.uol.com.br/arch2009-09-01_2009-09-30.html

segunda-feira, 14 de junho de 2010

E se você não gosta da Copa

A cada copa que presencio (e esta é a sétima da qual me lembro) fico impressionada com o fato do país literalmente parar durante o mês do evento. Você olha os sites de notícias e só vê fotos enormes de jogadores de futebol, como se nada mais estivesse acontecendo. Durante os jogos do Brasil, bancos e repartições públicas fecham mais cedo e, mesmo na iniciativa privada, instalam-se telões para que os empregados possam assistir aos jogos. Até o mais capitalista dos empresários entende que, no Brasil, mais vale um empregado parado durante o horário do jogo do que o custo do acidente de trabalho que vai provocar se ele estiver trabalhando com o ouvido em outro lugar. Imagino que isso deve causar estranheza em outros países.

Não vou entrar no mérito da questão "ópio do povo", porque tenho a particular opinião que todo mundo precisa de alguma diversão. E afinal, assistir futebol pela TV aberta é de graça. Mas não é por isso que o país para. Se você analisar a questão sob o ponto de vista econômico, descobre que a previsão é de que sejam criados 400 mil postos de emprego temporário durante a copa em todo país, a maioria em bares e restaurantes. A previsão ainda é de que o setor de bares fature sozinho R$ 840 milhões a mais que em um período normal.

Mas os números não param por aí. No setor de vendas de televisores, a expectativa é que as vendas aumentem em 30% e em lojas de esportes entre 10 a 15% a mais. Em maio deste ano, um mês antes da partida inicial, os sites de eletroeletrônicos receberam 77,78% mais usuários do que no ano passado, segundo estudo do Serasa Experian Hitwise.

Até mesmo as lojas de artigos de R$ 1,99 ganham com a copa. Afinal, para fantasiar a torcida em casa, nada melhor do que aquelas quinquilharias: baratas e que fazem efeito. Também não dá pra esquecer que para assistir aos jogos da seleção brasileira, muitos torcedores não dispensam uma boa comida acompanhada de bebidas geladas. Pois bem: para o setor de bebidas, ano de Copa do Mundo é como se tivesse um mês a mais de lucro.

Quer dizer, por mais que você odeie a Copa, não pode negar que as paradinhas para assistir aos jogos "se pagam". Então, relaxe. Em um mês tudo isso passa.

domingo, 6 de junho de 2010

Um lugar para lagartear ao sol

Os leitores que não residem no sul do Brasil dificilmente saberão o que lagartear significa. Mas esse é um dos programas preferidos de nove entre dez pessoas no inverno gaúcho: lagartear ao sol comendo bergamota. Explicando, lagartear significa deitar-se ou sentar-se ao sol em um dia frio. Já a bergamota é mais conhecida como tangerina ou mexerica no centro e norte do país. Aqui no sul é bergamota, da mesma forma que farol é sinaleira e o doce de beijinho é chamado de branquinho. Traduzindo, o título do post significa ficar sem fazer nada ao sol comendo tangerina. Péssimo, lagartear ao sol é, no mínimo, mais poético.


Pois bem, para quem cresceu em uma casa com quintal cheio de laranjeiras e bergamoteiras e hoje mora em um apartamento no qual raramente bate sol no inverno, lagartear ao sol é praticamente uma necessidade. Porto Alegre tem muitos parques, mas eles ficam cheios nos finais de semana, de modo que encontrar um local mais sossegado para a prática fica bem difícil. Felizmente, descobri agora que existe pelo menos um lugar bem calmo, onde você pode ficar por horas sentado ao sol em um dos bancos ou estender sua toalha pra deitar. É a Praça do DMAE na Av. 24 de outubro. Passamos lá boa parte da tarde do feriado e, lógico que passaram outras pessoas por lá, mas nada de barulho exagerado.

Coincidência ou não, a Praça do DMAE é o lugar que o Clube de Nadismo elegeu para os encontros em Porto Alegre. Creio que entendo as razões da escolha.