domingo, 20 de junho de 2010

Boa sorte, má sorte

Ando meio sombria nesses dias frios e chuvosos de inverno, então quero reproduzir aqui uma história que li dias atrás e que pode ser bem aplicada a essas zebras que andam acontecendo na Copa do Mundo (e na minha vida também).

No tempos medievais vivia na China um velho camponês que tinha um cavalo fraco e cansado no qual atrelava o arado para trabalhar no seu pequeno pedaço de terra. Um dia o cavalo doente fugiu para as montanhas. Os vizinhos se solidarizaram: "Que má sorte!", repetiam lamentando. "Má sorte? Boa sorte? Quem pode dizer?", respondia o velho camponês.

Uma semana mais tarde, o cavalo voltou acompanhado de outros cavalos selvagens das montanhas. Os vizinhos apareceram para ver e, reunidos em torno do camponês, dessa vez se alegraram com sua boa sorte. A resposta, no entanto, foi a mesma: "Boa sorte? Má sorte? Quem pode dizer?"

Algum tempo depois, enquanto tentava domar um dos cavalos selvagens, o único filho do camponês sofreu uma queda e quebrou a perna. Todos consideraram um sinal de má sorte. "Má sorte? Boa sorte? Quem poderá dizer?", repetia o ancião.

Semanas mais tarde, o exército do imperador marchou pelo vilarejo convocando todos os homens jovens e saudáveis para se alistar, mas o filho do camponês, na cama com a perna quebrada, foi deixado para trás. Boa sorte? Má sorte? Quem poderá saber?

O budismo nos ensina que, em vez de querer rotular os fatos consumados como bons ou ruins, o mais importante é encará-los e se preocupar principalmente com a qualidade da resposta que vamos dar a eles. As coisas são como são, é a nossa reação que vai perpetuar ou minimizar as causas de sofrimentos futuros. Se não temos controle sobre o que chega a nós, temos escolha sobre o que lançamos no mundo.

Reprodução de: http://claudiacollucci.blog.uol.com.br/arch2009-09-01_2009-09-30.html

2 comentários:

Luciano Pillar disse...

Eu já conhecia esta parábola budista de uma de minhas leituras. Excelente, não é mesmo?

Ane, começamos por saber conceitualmente sobre as coisas. A razão. Depois, com o tempo, vamos absorvendo mais profundamente e as transformando em realidades sensíveis que fazem parte de nós e, assim, passam a moldar o mundo que vemos. Precisamos apenas de tempo e perseverante ação para lograr isso. Assim é para tudo.

Este conceito do bom/ruim é ensinado de outra forma para nós, ocidentais, mas seguindo sempre este método.

Absorva este texto e tua vida se alegrará :-)

Abração.

forinti disse...

Isso me fez lembrar dos ganhadores da Mega-sena assassinados nos últimos anos.