Viagens, curiosidades, críticas, opiniões mal-humoradas, enfim, coisas da Ane.
Obs: Tudo o que escrevo neste blog reflete minhas percepções pessoais. Não sou dona da verdade, nem tenho intenção de ser. Sinta-se a vontade para discordar.
Presenciei uma cena rara ontem na Redenção, aqui em Porto Alegre. Um batedor roubou a carteira de um senhor. Esse saiu em perseguição gritando "Pega ladrão". Outras pessoas se emocionaram e também gritaram. A guarda municipal estava por perto e prendeu o infeliz ladrão.
Depois disso, revi dois dos meus antigos conceitos:
- A guarda municipal tem, sim, alguma utilidade.
- Enfim, eu vi algum batedor ser preso na redenção. Até hoje estava 10x0 pros ladrões.
Graças à Luciana, minha colega que escreve o blog Mundinho Surreal eu descobri que hoje, 13 de setembro é o Dia do Programador. Vocês não tem noção do quão emocionada fiquei com essa descoberta.
Exagero? Não. Eu trabalho com informática há exatamente 15 anos e não bastasse a falta de regulamentação da profissão (sim, porque caso vocês não saibam qualquer pessoa pode acordar um dia pela manhã e dizer que é programador que não será caracterizado como exercício ilegal da profissão) todos os anos eu chorava ao pensar que quase todos os profissionais possuem dias para homenageá-los e eu não tinha um dia. Para piorar a situação, minha irmã formou-se em medicina há uns cinco anos e minha mãe sempre dá presentes pra ela no dia do médico. Não é injusto? Não mais, agora eu também tenho um dia. Ou tinha, mas só descobri agora.
O dia do programador, obviamente tinha que ter alguma explicação nerd como pode ser constatado na Wikipedia. Ocorre no 256º dia do ano, porque 256 é igual a 28 (2 elevado à 8ª potência), e 8 são os números de bits de um byte, o que dá exatamente o dia 13 de setembro, exceto em anos bissextos, nos quais ele é comemorado no dia 12 de setembro.
No Brasil, essa tradição não existe, mas mundo afora é um dia para os programadores fazerem coisas como "conversar sobre programação com quem não entende nada e assistir a filmes apreciados por programadores como Guerra nas Estrelas".
Acho que prefiro comemorar o dia do programador comendo chocolate.... Mas um ótimo dia para todos os programadores mundo afora.
O Morro Agudo é praticamente um marco para o grupo de caminhadas do Moreira, grupo do qual faço parte há um tempinho, mas que ainda não havia feito nenhuma caminhada no ano de 2008. No último dia 31/08 fiz minha primeira ascensão ao morro (e provavelmente a última) e finalmente entendi porque o morro tem um significado tão mítico para o grupo. Então, se você gosta de desafios, segue o roteirinho pra um que fica bem próximo de Porto Alegre.
Onde fica: O Morro é um dos pontos culminantes da serra gaúcha, pode ser avistado pela RS-115, a esquerda de quem sobe para Gramado.
Como chegar: Nós seguimos pela RS-115 até a localidade de Sander. De lá, seguimos por uma estradinha até o povoado de Gambelo onde deixamos os carros. Depois disso, 6Km de caminhada pela estradinha até o pé do morro. Mas é possível ir por Várzea Grande onde acreditamos que o caminho seja mais curto e caminhada menor. Só que por ali há de se pagar o pedágio que é quase uma extorsão - R$ 6.10.
O Percurso: Os 6km de caminhada foram a parte fácil. Estradinha de terra, com muitas azaléias coloridas que estavam já anunciando a primavera de tão floridas e, principalmente, o perfume das laranjeiras algumas já com flores e outras ainda com frutos. Essa caminhada foi "extra" porque teria sido possível chegar bem perto do morro de carro, mas caminhante que é caminhante precisa mais do que uma subida e o contato com a natureza faz parte da diversão. Além disso, o dia estava perfeito, friozinho, mas sem vento. Enfim, até a chegada tudo era alegria, estávamos num grupo de 20, todos animados com a aventura.
O início: Alguns caminhantes mais experientes, enquanto circulávamos o morro olhavam qual o melhor ponto para subida, até que encontramos algo que parecia ser o início de uma trilha ao que uma das caminhante exclamou: - Nós vamos entrar nesse buraco aí? Outra armou-se de luvas de lã e bastão, de modo que caminhantes como eu começaram a se perguntar o que realmente estavam fazendo ali num domingo como aquele. Mas já que estavámos ali mesmo, desistir jamais.
A subida: Subir o Morro Agudo realmente não é para qualquer um. Não existe uma trilha bem definida. É mata fechada. Nós tínhamos, inclusive, um facão no grupo pra ajudar a abrir caminho. É muito íngreme. As pedras que encontramos durante a subida não servem de apoio porque não são muito firmes. O único apoio são galhos e raízes. Ao contrário da maioria das subidas em morros, não vai se subindo em sentido circular. A subida é em linha reta. Em cerca de 40 minutos é possível alcançar o primeiro cume, o que parece ser a única vantagem da subida em linha reta.
O visual: Do alto do morro vislumbra-se toda a região: Gramado, Três Coroas, a fábrica da Skin... não é o Aconcágua, mas não deixa de ser uma conquista.
O Cume: O ponto mais legal para as fotos e para o descanso, apesar de ser no topo, não é o ponto mais alto do morro. Mais alguns minutos de caminhada na mata fechada (realmente muito mais fechada que o restante e com muitos espinhos) nos levaram ao cume mesmo. Mas o ponto anterior era mais bonito. O excesso de vegetação no cume nos impediu de ver vista tão bonita como no ponto anterior.
A descida: Ao contrário do que não caminhantes pensam, descer é muito pior do que subir. Enquanto a subida exige capacidade cardio-respiratória, a descida exigiu força nas pernas e braços. Sem ter muito onde prender os pés para evitar rolar morro abaixo, desci sentada em vários pontos e com muito orgulho. Sem a trilha demarcada, confiávamos na marcação de papel higiênico deixada na mata por um dos caminhantes que estava resfriado e na sua capacidade de ir um pouco a frente e ver se o caminho era mesmo "caminhável", retornando para buscar o grupo. Mas entre muitas escorregadas, arranhões nos espinhos e risadas, chegamos sãos e salvos, com exceção do meu óculos de sol que ficou perdido em algum lugar. Então, quem se aventurar no morro novamente e encontrar um óculos, por favor, é meu!
Resumo: 6Km de caminhada na ida, 450m morro acima, 450m morro abaixo e mais 6Km de caminhada na volta. Caminhamos mais ou menos das 10h30 da manhã até as 18h com breve intervalo para lanche no cume.
Depois: Foram 4 dias sem poder descer escada, com muita dor nas pernas e braços. E não que eu não tenha preparo físico. Corro todos os dias, o problema é o tipo de exercício que é completamente diferente. Mas caminhar com amigos literalmente no meio do mato é algo que reduz o meu stress do dia-a-dia e me ajuda a descarregar a energia armazenada por trabalhar sentada durante meses. Então para quem tem saúde e gosta da vida ao ar livre, recomendo.
Uma última dica: Se for tentar, leve algum guia nativo, ou alguém que já tenha feito a caminhada. Apesar do sinal do celular ser bom lá em cima, duvido muito que surja um helicóptero de resgate.