sábado, 16 de outubro de 2010

Dia e noite em Cabo Polônio

Amigos sempre nos diziam que Cabo Polônio era um lugar único. Depois da visita, tendo a concordar com a afirmação. Talvez não seja um lugar único, mas é um dos poucos lugares em que você consegue ficar quase  afastado da civilização. Mas chega a ser um lugar onde você fica sem comunicação ou sem nenhuma espécie de energia elétrica. Consegue-se relativo conforto e até banho quente. Aí vão as dicas pra quem quiser ser aventurar.

Como chegar
Você não vai a Cabo Polônio com seu carro, a menos que ele seja uma caminhonete 4x4. Existem duas opções de acesso:

1) Por Valizas: Você deve deixar o carro na Barra de Valizas, senão a caminhada é maior. Não há estacionamento pago e coberto, mas fora de temporada você consegue deixar o carro em uma das vagas próximas da praia. Dali nos disseram que são cerca de 8Km de caminhada pela praia, mas olhando parece mais.

Lembre-se que, durante essa caminhada, você passará por praias desertas, sem nenhuma estrutura de apoio.

2) Com veículos próprios: Existe um ponto facilmente visível na estrada de onde saem os caminhões de transporte para Cabo Polônio. O valor do transporte fica em torno de R$ 15 (ida e volta). Existem horários fixos fora da temporada. O último sai às 19h30min. Para retornar, os horários fixos são às 6h, às 11h, às 14h, às 16h, às 18h e às 20h. No entanto, se existem passageiros, os caminhões saem conforme vão se preenchendo. No verão, com certeza eles são mais frequentes.

São 7Km pelo areal, com direito a muitos solavancos. Você pode fazer esse trajeto a pé também, mas não deve ser nada fácil caminhar 7Km por dunas e areia fofa. Não recomendo. Depois, o veículo anda mais uns 2Km pela praia até chegar no que se chama de vila de Cabo Polônio, onde é o ponto final. O trajeto completo dura entre 20-30 minutos.

Você pode deixar o carro no estacionamento improvisado em torno desse local onde se pega o transporte. Não dá pra dizer que ele será vigiado, mas como é na entrada de um parque, pelo menos há guardas florestais durante a noite e bastante movimento durante o dia. Como o Uruguai ainda é um lugar tranquilo em relação a furto de automóvel, creio que dá pra confiar.

Infra-estrutura
Esse é o ponto que gera mais curiosidade em quem pretende ir a Cabo Polônio. Primeiro: há telefone. Os públicos são de ondas curtas, movidos a energia solar. Raridade. Mas fique calmo, porque há sinal de  celular.

Não há energia elétrica pública, exceto no farol. Observamos que os moradores, pousadas e restaurantes possuem algum tipo de energia: solar, eólica ou geradores. Obviamente, os geradores são ligados no final da tarde e desligados em torno das 10h30min da noite, fora da temporada. Não sei dizer se no verão ficam até mais tarde.

As pousadas são simples. Ficamos no que dizem ser a melhor delas, a La Perla del Cabo, fone (598) 470. 5125, e Mariemar, fone (598) 470.5164 A diária saiu R$ 80 para o casal, em um quarto pequeno, mas bem limpo, com banheiro privativo, banho bem quente e café da manhã. O único problema é que o vaso sanitário não tinha tampa, o que para nós, mulheres, é um problema. A pousada também tem uma localização excelente: a beira-mar e próxima ao farol e ao ponto de observação dos lobos-marinhos.

Nas pousadas, normalmente se serve janta (a parte), mas comer não me pareceu um problema. Há alguns restaurantes improvisados, que servem peixes, massas e até omelete de algas.

Existem outras pousadas mais econômicas, um hostel e também é possível ficar em casas de moradores locais, dizem que se consegue até preços de US$ 10 nessas acomodações mais simples.

Não há muito o que fazer de noite. Na nossa pousada, ao desligar o gerador, exatamente às 10h30min da noite, reinava o silêncio absoluto.

Venta muito à tarde e o vento é frio. Fomos em outubro e precisei de blusão de lã e casaco. Pra caminhar e aproveitar a praia, o melhor mesmo parece ser o período da manhã.

O que fazer em Cabo Polônio
1) Visite o farol. Você pode subir os 132 degraus e avistar o povoado inteiro, pagando R$ 1,50. A vista é linda.

2) Caminhe pelo povoado. É uma sensação única, pois não há ruas ou pátios de residências próprios. Você caminha por onde quer, seguindo apenas sua orientação e desviando das galinhas e pássaros do caminho. Aliás, quase fomos atacados por um casal de quero-queros que cuidava do seu ninho, supostamente enterrado no chão por onde estávamos passando.

3) Caminhe pela praia deserta até as dunas. Não é uma caminhada muito longa e Cabo Polônio ainda é dos poucos lugares em que você consegue subir nelas e ficar de bobeira apreciando a vista em total silêncio e privacidade.
4) Se estiver quente o suficiente, curta a praia sem ser incomodado por NENHUM vendedor.

5) Para quem gosta, é possível surfar em Cabo Polônio.

6) Observe os lobos marinhos. Eles ficam nas pedras próximas ao farol e também em três pequenas ilhas que se avista dali.

7) Passe uma noite em Cabo Polônio. Saímos para a rua em torno da meia-noite para observar as estrelas. O céu é muito, mas muito diferente do céu da cidade. A única luz disponível nesse horário é a que vem do farol. Uma experiência diferente de tudo o que você está acostumado.

    2 comentários:

    Bruna Padilha disse...

    Olá Ane! Eu e meu namorado estamos planejando uma viagem ao Uruguai no início de 2013 e seus relatos estão sendo ótimos!
    Queremos passar ao menos uma noite em Cabo Polonio mas não estamos conseguindo reservar alguma pousada/hotel.
    Como fizeste para conseguir entrar em contatos com os hotéis de lá?

    Abraço

    Ane Callegaro disse...

    oi, Bruna,

    Nós não fizemos reserva. Como fomos fora da alta estação, eles estavam bem livres. Mas se você planeja ir no verão de 2013, realmente aconselho a reservar, pois ir para o litoral uruguaio em janeiro sem reserva é bem complicado.