Este 2013 que está indo embora foi um ano bastante difícil para a minha família. Perdemos entes queridos e outros adoeceram gravemente. Mas o balanço que fica desse ano não é negativo. O final dele está me mostrando que só se conta a batalha como perdida quando chega realmente o final. E a pequena história de vida do meu segundo filho está aí pra mostrar isso.
Quem me conhece mais de perto sabe que tive muita dificuldade para engravidar do meu primeiro filho. Nós tivemos que optar por um tratamento que produziu mais embriões do que queríamos. Então, os mais "bonitos" (usando as palavras da minha médica) foram transferidos. Daí nasceu meu primeiro filho. Os demais ficaram congelados.
Meu segundo filho não era um desses embriões bem bonitos. Mas ele ficou lá, quietinho, durante quase 3 (três) anos a espera de que nós decidíssimos tentar novamente. E tentamos.
Em uma terça-feira, tive a confirmação da gravidez. A alegria durou pouco, porque já na quinta da mesma semana tive um sangramento forte. Que persistiu nos dias seguintes. O bebê ainda estava vivo, mas eu tinha um hematoma subcoriônico, que é uma espécie de deslocamento do saco gestacional. Quando esse hematoma é pequeno, geralmente regride em poucos dias. O meu era enorme, quase do tamanho do embrião. As chances da gravidez prosseguirem não eram boas. E mesmo que prosseguissem, os artigos da Internet me diziam que as chances de ter um parto prematuro ou um deslocamento de placenta mais adiante eram enormes.
Troquei de obstetra, por motivos que nem vou relatar aqui.
Esse hematoma ainda aumentou por duas semanas. Semanas de repouso absoluto, em que não podia sequer explicar pro meu filho mais velho as razões pelas quais ele não podia ganhar colo. Então, ele regrediu. E na semana seguinte sumiu. Era a décima-primeira semana de gestação. Alívio!
Menos de um mês depois, uma sinusite. Morrendo de medo, tive que tomar antibióticos. Logo depois disso, a pior gripe que já tive na minha existência. Mais antibióticos. Antes do final da gripe, uma tosse que durou meses e nada fazia passar. Remédio para asmático, sem que nunca tivesse tido asma na vida. E o bebê lá, firme.
Com 33 semanas de gravidez, coceira insuportável, o que fez minha obstetra suspeitar de colestase obstétrica, uma doença hepática que traz riscos para o bebê. Mais angústia até sair o resultado do exame de sangue. Não era. Só uma baita alergia mesmo.
Então, com exatas 38 semanas, num sábado pela manhã, a bolsa rompeu. O problema é que não havia nenhuma dor ou contração. Só água escorrendo. O parto seria cesárea. Até aí tudo bem, o meu primeiro parto também teve que ser por ausência de dilatação. O problema é que meu primeiro parto foi rapidíssimo. Esse começou a demorar e eu a ficar angustiada. Possivelmente guardarei pra sempre na memória o interminável intervalo de tempo em que ouvi a médica pedir fórceps e o momento em que ouvi o choro do meu filho.
E ele nasceu bem. Mais sujinho e roxinho do que o irmão, mas saudável, forte e com bons pulmões. É um menino bonzinho, que adora dormir, mas sabe fazer valer sua vontade quando a fome aperta.
Por tudo isso, meu recado pra 2014 é esse: enquanto há vida, há esperança. Um 2014 de muita esperança pra todo mundo!
Webex com LXC
Há 5 semanas
Um comentário:
Que legal, sei que já se passaram alguns anos desse relato , mas muitas mamães estão passando por essa situação e consequentemente procurando histórias similares às suas , é meu caso , e as suas palavras acalmaram a minha pessoa . Muito legal !
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