sexta-feira, 19 de março de 2010

Das coisas que eu sinto falta

Esse ano nada de inferno astral. Incrivelmente, o período transcorreu sem grandes turbulências, numa calma até assustadora. Então, naquela depressão pré-aniversário que costuma me atingir, fiquei a pensar nas coisas que o tempo nos tirou e que (ao menos a mim) fazem falta:

  • Casas sem grades
  • Andar de bicicleta na rua
  • Quando eu sabia quem era a vizinha do quintal ao lado e ela era até minha amiga
  • Quando os Paralamas do Sucesso lançavam disco todo ano e eu ia aos shows quase todo ano
  • Picolé feito em casa que tinha gosto de gelo
  • Tomar banho de chuva sem as pessoas acharem que era maluca
  • Quando alguém pedia 'licença' no ônibus lotado para passar e as pessoas realmente se esforçavam para dar passagem
  • Quando no mesmo ônibus lotado alguém que estivesse sentado se oferecia para segurar suas coisas (e não era batedor de carteira)
  • Patins
  • Quando a gente acreditava que concursos e vestibulares eram livres de fraudes, mesmo sem colher digital e mesmo sem aquele monte de normas de segurança dos editais de hoje
  • Quando acordava cedo aos domingos pra ver Ayrton Senna correr
  • Cinema com criatividade nos efeitos especiais (e como é bom rever)
  • Cinema com roteiros de verdade ao invés de golpes de artes marciais de 360º
  • Quando era bonito ter cachos no cabelo
  • Pesquisa na biblioteca que acabava reunindo toda turma de amigos
  • Ficar uma tarde inteira sem ser encontrada (porque não existia celular)
  • Cartas
  • Bolinho de chuva
  • Quando o Zaffari vendia sorvete da Conaprole de doce de leite granizado
  • Chocolate Kit-kat
  • Batata frita de mãe (as mães não fazem mais batata frita)
  • Piscina no clube nas tardes quentes de verão
  • Invernos de verdade
  • Letra cursiva

Como diria Mário Quintana: "O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo..."

2 comentários:

Luciano Pillar disse...

Querida Anelise, FELIZ ANIVERSÁRIO!!

O tempo não nos tirou nada. Nós é que criamos a situação que nos tirou algumas coisas.

* Andar de bicicleta na rua é possível, mesmo em cidades brasileiras sem ciclovias. Use a calçada. Vá pelo canto da rua. Ande em parques. Difícil, chato, perigoso, mas possível.

* Tomar banho de chuva sem as pessoas acharem que era maluca.
-> eu não vou te achar maluca.

* Quando acordava cedo aos domingos pra ver Ayrton Senna correr
-> as pessoas morrem e esse, correndo do jeito que corria, aumentou suas chances de ir logo.

* Ficar uma tarde inteira sem ser encontrada (porque não existia celular)
-> ah, disso MORRO de saudades.

Você está muito saudosa. Mas, tranquilize-se, pois várias destas coisas dependem apenas de vontade.

Parabéns pelo niver!

Pegão disse...

Bolinhos de chuva e cartas, nossa, lembra tantas coisas, como eram boas certas coisa.