terça-feira, 28 de abril de 2009

Urubici - Parte 1

Urubici localiza-se na serra catarinense e é tido como o município mais frio do Brasil. É um lugar pequeno, com cerca de 10 mil habitantes, mas encantador para quem aprecia belezas naturais e turismo rural. O potencial turístico do município começou a se desenvolver há pouco mais de 10 anos, então, já existe uma boa estrutura de pousadas, mas pouco comércio e restaurantes.

Quatro dias em Urubici foram suficientes para ver a maioria das atrações e fazer algumas trilhas. Para quem gosta de trekking, aliás, Urubici oferece farta programação. Para quem não gosta, a boa notícia é que se chega até a grande maioria das atrações com o carro também. Mas prepare-se para uma faxina completa nele na volta. Os atrativos localizam-se na área rural e você vai andar por muita estrada de chão.

Como chegar:
Vindo de Porto Alegre, você tem algumas rotas possíveis:

1) A mais curta, com 371Km é também a que está em piores condições. Não recomendo. Por esta rota, você vai pela BR-116/RS-239 ou pela RS-020 até Taquara e pela mesma estrada até São Tainhas. Depois RS-453 até Cambará do Sul. A partir dali é estrada de chão até São José dos Ausentes e São Joaquim. E estrada muito, mas muito ruim. Em São Joaquim, rodovia asfaltada novamente até Urubici (SC-430).

2)Uma rota alternativa é seguir pela BR-101 e subir a Serra do Rio do Rastro (SC-438). Me parece uma rota um pouco mais complicada, porque é preciso entrar em Criciúma (SC-446) e passar por várias cidadezinhas. Dá uns 450 Km no total. Com as obras da BR-101 pode ser uma má alternativa. Se alguém tentar, pode enviar depois um comentário pro blog.

3) A rota que escolhemos foi pela BR-116 até São Leopoldo, depois pela RS-122 até Caxias do Sul e de lá novamente pela BR-116, passando por Vacaria e seguindo até Lages. Em Lages, é possível pegar a BR-282 até Urubici ou ir por São Joaquim. Por São Joaquim a paisagem é mais bonita e a estrada é melhor, mas são 40Km a mais. Por Lages são 457 Km de Porto Alegre até o destino final. A estrada está em boas condições, mas você vai pagar por isso: R$ 24 em 4 pedágios na ida e R$ 26.40 em 5 pedágios na volta. Levamos cerca de 6 horas.

Onde ficar:
Via de regra não é necessário efetuar reserva prévia. Existem várias pousadas no município, tanto na área urbana quanto na rural. Nós fizemos reserva porque não queríamos perder nosso maravilhoso sábado de sol procurando lugar para ficar. Ficamos na pousada Café no Bule, super bem localizada, numa travessa da rua principal. Sem luxo, mas bem aconchegante e com uma cama com ótimo colchão. O que percebemos é que quem chega cedo não encontra dificuldades para hospedagem. Quem deixar pra procurar depois das 18h em um sábado, pode se dar mal. Se for na alta temporada então (julho), só com auxílio do Centro de Informações Turísticas (pelo menos foi o que nos disseram).


O que é IMPERDÍVEL:
Se você tiver um dia apenas em Urubici e esse dia for de sol, a primeira coisa que você precisa fazer é ir até o Morro da Igreja, que com seus 1.828 m, é o ponto mais alto habitado do sul do Brasil. Lá estão instalados equipamentos do CINDACTA II, que controla o espaço aéreo da Região Sul e adjacências. Mas o mais importante é que é de onde se tem a melhor visão a Pedra Furada, cartão postal do município e a foto central da montagem que acompanha esse post.

Para chegar até lá é fácil: no único semáforo da cidade vire à direita. Siga pela estrada de chão (uns 10km). Existe uma placa indicativa, mas quando surgir um pedaço de asfalto, você deve virar a direita. Os próximos 15Km são asfaltados. Não é preciso caminhar quase nada para ter a visão da foto.

O único "porém" é que é bem comum você sair da cidade com sol e chegar no Morro da Fumaça com nevoeiro. Nós mesmos pegamos uma névoa que durou o dia inteiro no dia em que fizemos a Trilha da Pedra Furada.

Outras Atrações:

O segundo ponto de visitação mais importante (na minha opinião) é o Morro Campestre (as placas falam em Morro Campestre, mas os nativos chamam de Morro da Cruz). Lá existe uma "mini" pedra furada, na qual você chega pertinho sem necessidade de percorrer uma trilha de 2,5 horas. Se você tiver um veículo 4x4 chega bem próximo de carro, se não tiver, vai ter uma subidinha de 1.500m. Nós chegamos nele caminhando, por uma trilha que batizamos de "Trilha do Morro Campestre".

As fotos que ilustram esse post são de lugares de visitação: Mirante, Cascata do Avencal, Morro Campestre, Caverna do Rio dos Bugres e Cascata Véu de Noiva.

Onde comer:
O melhor lugar, sem sombra de dúvida, é a Pizzaria A Cor da Fruta. Por R$14.50 (preço de abril/2009) você saboreia um rodízio de pizza excelente, com direito a sopa, bolinho de aipim, batata frita, lasanha e o melhor: pizza de sorvete. Serviço ultra-rápido e atendimento excelente, as garçonetes são uma simpatia. Se você for em um dia com pouco movimento, então, terá o privilégio de usufruir de um rodízio de pizza a la carte. Você pede 4 sabores por pizza até cansar. E não demora.

Fomos também no Restaurante Zero, mas depois de esperar 1 hora e 20 minutos pelo pedido (e não era nada sofisticado: truta grelhada, arroz, fritas e salada), não tenho muitos elogios pra fazer. A comida é boa, mas foi um exercício da virtude da paciência.

Durante a nossa estadia, optamos por não almoçar, porque usávamos o dia para os passeios, então pegamos sanduíches e brigadeiros na Padaria Vó Maris (pertinho da pousada). Bom e barato.

Temperatura
O clima é temperado. À noite é sempre fresquinho. A temperatura mais baixa enquanto estivemos lá foi de 11ºC, mas em julho costuma nevar. Já se registrou, em 1996, -17ºC. Por outro lado, no calor é bem quente, segundo dizem.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Pasta de Dentes

Para terminar a fase dos posts motivacionais: existe um vídeo no Youtube - e me perdoem se estou atrasada, sei que a maioria das pessoas já conhece - que é o retrato fiel de como soluções caras e mirabolantes nem sempre são as melhores. Sem filosofar muito a respeito do assunto, na maioria das vezes temos dificuldade de pensar sob uma perspectiva totalmente diferente para resolver um problema. É aí que entra o vídeo trazendo pelo menos três lições:

1) Nem sempre a solução mais cara é a melhor.
2) Nem sempre a pessoa mais capacitada, estudada e pós-graduada tem a solução.
3) Criatividade e experiência de vida fazem toda a diferença.

Confira o vídeo aí.

terça-feira, 7 de abril de 2009

De Rolante a São Francisco de Paula

Caminhante que é caminhante não desiste nem com chuva. No último domingo, o GCM foi de Rolante até São Francisco de Paula caminhando embaixo da garoa que atingia a região.

De Rolante a São Francisco de Paula? Mas não são 20 Km? Tá bom, nós fomos da zona rural de Rolante até a zona rural de São Francisco de Paula. Mas cruzamos a divisa, a nascente do Rio da Ilha, como está documentado.

A trilha que fizemos, de aproximadamente 8km de distância não era bem uma trilha. Andamos pela estrada de chão, morro acima. Super tranquilo, acompanhava o grupo uma criança de 4 anos e duas de 11 que caminharam todo o tempo, sem ajuda. Então, se alguém está disposto a iniciar-se no trekking, recomendo, pois nada de pedras escorregadias, degraus ou mata fechada no meio do caminho. Além disso, é fácil de achar o caminho e impossível de alguém se perder (juro, mesmo uma criança de 4 anos foi capaz de encontrar).

A paisagem ficou um pouco prejudicada pela chuva, mas conversamos, rimos, fizemos piquenique improvisado, nos molhamos e fotografamos o que foi possível. Visitamos um alambique e um antigo moinho também. Parte do grupo visitou, ainda, um antigo cemitério da região, com inscrições nas lápides totalmente em alemão. No mínimo, curioso. Essa parte, eu passei.

O que encontramos durante a caminhada? Na minha percepção um pouco das paisagens bucólicas da minha infância, com bergamoteiras carregadas (embora ainda verdes), cheiro de mato, perfume dos lírios do caminho, tomates de árvore (desculpem-me a ignorância de não saber o nome real) e até um beija-flor. Para quem viveu toda a vida na cidade, o cenário é bucólico e diferente. Para mim, trouxe boas lembranças da colônia italiana que visitava onde moravam meus avós durante os meus idos tempos. A foto da Igreja da região que ilustra este texto é o retrato fiel dessas comunidades italianas (ou no caso de Rolante alemãs) que ainda sobrevivem.

Se você quiser fazer o passeio:
Siga até Taquara por um dos dois caminhos a partir de Porto Alegre, pela RS-020 (por Gravataí) ou pela BR-116 e depois RS-235. Na entrada de Taquara, vire a direita na RS-239. Dali são 19Km até Rolante. Siga pela rua principal da cidade. Quando começar a estrada de chão, fique atento à uma Capela Católica (se não me engano é São João).Deixe o carro e siga pela estradinha que inicia na Igreja. Siga reto sempre, subindo o morro até a divisa com São Francisco de Paula (Nascente do Rio da Ilha). Há indicações. Para retornar, cerca de 8km novamente. A volta é bem mais fácil, garanto.

Como sugestão final, aconselho a caminhar em um dia de sol. A paisagem campestre do caminho certamente vai recompensar.