domingo, 21 de junho de 2009

7 Passeios em Porto Alegre


Porto Alegre não é considerada rota turística para quem visita o estado. Normalmente quem vem ao Rio Grande do Sul passa reto pela capital, em direção a Gramado, Canela, essas sim, incentivadoras do turismo. Conheço gente do interior que vem a Porto Alegre e visita os shoppings, porque acreditam ser a única coisa interessante a se ver.

Por outro lado, a infra-estrutura de turismo não ajudava muito no passado. Lembro de passar um feriadão de carnaval em Porto Alegre há uns dez anos atrás e de ir buscar informações sobre um passeio que desejava fazer e encontrar o escritório de turismo fechado. Creio (ou quero acreditar) que isso não mais ocorra hoje.

Tenho uma visão de que qualquer grande cidade pode ser turística se tiver incentivo e infra-estrutura. Por isso recomendo, pelo menos 7 passeios que valem a pena ser feitos em Porto Alegre (e nenhum deles é em shopping, garanto):

1. Ônibus de Turismo
É um ônibus aberto na parte superior que percorre as principais atrações da área central da cidade em um passeio de aproximadamente 1 hora. Em uma rota alternativa do mesmo ônibus, em um passeio que dura em torno de 1h40min, é possível conhecer as belezas da Zona Sul, passando pela orla do Guaíba, o que, na minha opinião, é a parte mais bonita da cidade.

Os ingressos são adquiridos no balcão da Central de Atendimento dessa linha, que é também o ponto de partida do passeio. O endereço é na Travessa do Carmo, 84 - Cidade Baixa (em frente ao estacionamento da EPTC). Os horários variam no inverno e no verão e, em dias de chuva, normalmente não há passeio.

Os horários e valores válidos hoje são esses, mas é bom você se informar certinho na Secretaria de Turismo, pois eles podem estar diferentes dependendo da época do ano.
Horários: 9h (Tradicional), 10h30 (Tradicional), 13h30 (Zona Sul), 15h (Tradicional), 16h30 (Zona Sul), de terça a domingo.
Valor dos ingressos:
Roteiro Tradicional R$ 10,00 no segundo piso (aberto) e R$ 8,00 no primeiro piso (fechado).
Roteiro Zona Sul R$ 15,00 no segundo piso (aberto) e R$ 10,00 no primeiro piso (fechado).



2. Cisne Branco
O Cisne Branco talvez seja o barco mais popular que navega pelo Guaíba. O passeio dura cerca de 1 hora e percorre as ilhas do Guaíba (Ilha da Casa da Pólvora, Ilha do Chico Inglês, Ilha do Castelhano, Ilha das Flores, navega também pelo Rio Jacuí, avista a Travessia Getúlio Vargas, a Usina do Gasômetro, e o porto de Porto Alegre). A saída é no Portão Central do Cais do Porto de Porto Alegre e os ingressos podem ser adquiridos lá, pelo valor de R$15,00, crianças até 10 anos não pagam desde que acompanhadas de um adulto (os valores são os da data de hoje). Funciona de terça a domingo, nos horários das 15h , 16h30min e 18h. Mas é bom se informar no site oficial, porque esses horários podem variar.

O passeio é muito interessante, o barco é grande e estável (acreditem, eu sou bastante sensível e não enjoei) e, mesmo quem mora em Porto Alegre, vai se deparar com visões pouco conhecidas da cidade, como as das populações que vivem nas ilhas. Dá até vontade de ter uma casinha com os fundos para o rio (ou lago ou estuário, como queiram). A foto foi durante o passeio.

3. Caminhadas
A prefeitura oferece, principalmente no verão, roteiros de caminhadas. É o chamado Viva Centro. Porém, se você tem pouco tempo na cidade e não tem condições de aguardar uma das datas agendadas, pode fazer o seguinte roteiro a pé:

Vá até a Praça da Matriz, no centro. Em seu entorno, estão construções bem importantes da cidade: a Catedral Metropolitana, o Palácio Piratini, sede do governo estadual, a Assembleia Legislativa e o Teatro São Pedro. Particularmente, acho a catedral lindíssima, apesar de não ser luxuosa como outras catedrais por aí. Talvez seja bairrismo de gaúcha :-) .

Depois disso, você pode seguir só um pouquinho a pé pela Rua Duque de Caxias em direção a Av. Borges de Medeiros. Ali é possível ter uma visão do Viaduto da Borges, em um ângulo que eu considero bem interessante para fotos.

Se você gosta de caminhar, pode pegar a Av. Borges de Medeiros e seguir em direção a Cidade Baixa. Vai chegar no Centro Administrativo do Estado e na Ponte dos Açorianos. De quebra, se quiser fazer o passeio do ônibus de turismo, ali está bem perto.

Outro caminho bacana de se fazer caminhando é pela Usina do Gasômetro, também no centro. Você pode visitar a Usina e depois disso caminhar no calçadão até o Anfiteatro Pôr-do-Sol. Ali, especialmente no final de tarde, se tem uma visão bem interessante do centro. Na minha opinião é o melhor ângulo para fotografá-lo: de longe dele (a foto lá do início do post foi tirada lá do anfiteatro).

4. Parque do Itapuã

Esse é um passeio mais distante da área central da cidade. O parque localiza-se a 57km do centro e chegar lá não é muito fácil (já é considerado como pertencente a Viamão).

Lá é possível percorrer trilhas ecológicas e se tem uma vista muito bonita da divisa do Guaíba com a Lago dos Patos e também do farol. Também há churrasqueiras, mesas e praias abertas para visitação, respeitado um limite máximo de pessoas por dia, já que a área é reserva ecológica. As praias abertas são das Pombas, da Pedreira e de Fora (essa aberta para banho).

As trilhas precisam ser agendadas com guias, pois há limite de grupos em um dia. São elas:
Trilha da Onça (com grau de dificuldade é leve, parte da praia das Pombas finaliza na Praia da Onça), Trilha da Fortaleza (trilha histórico-cultural onde podem ser vistas trincheiras da época da Revolução Farroupilha e a própria fortaleza que abrigava os farrapos), Trilha do Araçá (percurso que sai da Praia da Pedreira e segue até a Praia do Araçá, percorrida em trecho florestal, que permite vislumbrar o Farol) e Trilha da Visão (com percurso pela crista do Morro do Campista, necessita de agendamento prévio pelo fone 51- 3494.8082)

Abre de quarta a domingo (não abre em feriados), das 9h às 18h. O valor da entrada varia de acordo com a UPF (Unidade Padrão Fiscal), estabelecida por lei estadual. Hoje é de R$4,37.

Dica: Se a sua intenção é percorrer trilhas ecológicas, melhor ligar antes e confirmar se haverá guia. Algumas trilhas não são possíveis de serem percorridas sem guia e tenho amigos que não puderam fazer porque não havia guia (o contrato com a prestadora de serviços havia terminado e ainda não havia sido realizada nova licitação). Também é importante levar o que comer: não há lanchonete no parque e no bar que havia em frente ao portão de entrada dizia "não ser possível entrar armado e sem camisa após às 19h"). Mas isso foi em 2004.

Como chegar para quem já está em POA: pela Glória, passando pela Av. Oscar Pereira e Costa Gama, ou pela Zona Sul, rodeando a beira do Guaíba e Av. Juca Batista, passando por Ipanema, Belém Novo, Lami e a Vila de Itapuã.

5. Parques
O mais famoso é o Parque Farroupilha, ou Redenção. Ali se realiza todos os domingos o Brique da Redenção que pode ser comparado com a Feira de São Telmo, de Buenos Aires. A Redenção é, na minha opinião, o parque mais democrático de Porto Alegre. Ali circulam crianças, jovens, punks, hippies, idosos, pessoas com seus animais de estimação, enfim, famílias inteiras. O Parque tem vários recantos também: o Oriental, o Solar, o Roseiral, o Europeu, mais um lago com pedalinhos, um mini-zoo e um orquidário. Você pode fazer até uma visita virtual.

Outro parque que pode ser visitado é o Parcão. É um parque menor, tem um lago com um antigo moinho de vento e é lugar de gente bonita e sarada, em que alguns vão pra paquerar.

Por fim, outros dois parques que chegam a se confundir de onde acaba um e inicia o outro são o Harmonia e o Marinha do Brasil. Esse último foi construído sobre uma parte aterrada da orla do Guaíba. Também possui vários recantos para esportes, crianças e um espelho d'água. Uma boa opção de caminhada é partir da Usina do Gasômetro e chegar no Marinha.

Existem outros parques e praças menores na cidade. Esses três, eu considero os principais.

6. Museu Iberê Camargo

Esse é um passeio novo que provavelmente não consta dos roteiros tradicionais. A nova sede foi inaugurada em 2008, em um prédio que arquitetonicamente é uma obra de arte e contém como acervo permanente as obras do artista doadas pela viúva, além de exposições temporárias de outros artistas. Já falei dele aqui no blog, se você quiser relembrar .

7. Vista da Cidade

Ver uma cidade de cima sempre vale a pena. Em Porto Alegre, creio que o ponto mais próximo para quem deseja ter essa visão é o Morro Santa Teresa. O problema é que é um pouco perigoso parar com carro ali, especialmente à noite. Mas é próximo do centro e à luz do dia vale uma paradinha. Avista-se lá de cima a orla do Guaíba, os parques Marinha e Harmonia, a Usina do Gasômetro e o Centro Administrativo. Possui um belvedere no topo, em que é possível parar e fotografar.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Das coisas que eu não entendo

O STF diz que não é necessário diploma para exercer a função de jornalista, porque, segundo ele, a profissão não exige conhecimento técnico e valores como ética e seriedade são inerentes à pessoa, não se aprendendo na faculdade. Citou-se, inclusive, o exemplo de um chef que pode ter sucesso, sem frequentar um curso específico.

Seguindo o raciocínio do Supremo, eu diria que nenhuma profissão necessita de diploma universitário, não acham? Afinal de contas, se um cozinheiro, digamos, inicia a trabalhar como auxiliar de cozinha e, com a experiência se transforma em chef, um auxiliar de enfermagem que trabalha em um hospital poderia, com a experiência se tornar um médico.

Digo mais: se um jornalista pode aprender o seu ofício pela prática e pela leitura, um advogado, do mesmo modo, poderia aprender a lei, simplesmente lendo em casa os livros de doutrina e a legislação e pesquisando a jurisprudência, hoje acessível a todos, pela Internet. Se a disciplina de redação jornalística ministrada nas universidades é dispensável, também não o seria a de prática jurídica? Afinal, cada uma em sua área, ambas ensinam a escrever em linguagem técnica.

Só para citar um exemplo, conclui o meu curso de direito em dezembro do ano passado, prestei o exaustivo e estressante exame para a Ordem, fui aprovada e até agora não posso exercer a advocacia porque, pasmem, a carteira demora mais de dois meses para ficar pronta, depois que você entra com os papéis. Em tese eu estou habilitada a exercer a profissão, mas na prática não posso. Por que essa reserva de mercado para os profissionais jurídicos e a abertura extensiva a qualquer um que queira ser jornalista? Um jornalista que publica uma notícia sem checar a fonte não causa o mesmo dano à coletividade que um advogado despreparado?

Não sou jornalista, mas trabalhei com eles durante muito tempo e pergunto: quanto tempo você leva para escrever um texto em terceira pessoa, narrando um acontecimento? Você sabe o que é uma retranca? Uma linha de apoio? Um teleprompter? Eu imagino que os Ministros do Supremo saibam, afinal, a profissão não exige conhecimento técnico. Mas quem sou eu para questionar, não é mesmo? Eu não tenho o tal notável saber jurídico. Sou apenas uma cidadã tentando entender.

Vida Completa

Estou convencida de que nesse início de século XXI os três máximas para uma vida completa precisam ser revistas. Todo homem deveria:

  • Plantar uma árvore;
  • Escrever um blog;
  • Ter um filho.

sábado, 13 de junho de 2009

Museu Iberê Camargo

Eu havia comentado anteriormente que haviam poucas opções de passeios para dias de chuva em Porto Alegre. Na época ainda não havia sido inaugurada a sede da Fundação Iberê Camargo. Logicamente que se for para sugerir dia e horário da visita, o ideal é um dia ensolarado, mais para o final da tarde. Você terá o privilégio de assistir ao famoso pôr-do-sol do Guaíba de um dos melhores pontos da cidade. Mas vale a visita em dias chuvosos e frios também. Eu considero visita obrigatória para quem fizer turismo em Porto Alegre.

O centro foi inagurado em 2008. E lá você terá à disposição uma exposição permanente de Iberê Camargo (um dos mais famosos pintores gaúchos e brasileiros do Século XX), além de exposições temporárias de artistas nacionais e internacionais. Existe ainda uma programação variável que é bem interessante: por exemplo, nesse final de semana, estão ocorrendo visitas mediadas e oficinas de colagem cromática e auto-retrato.

O que chama mais a atenção, todavia, é o prédio da sede. A arquitetura também é uma obra de arte: o projeto, do arquiteto português Álvaro Siza, recebeu o Leão de Ouro na Bienal de Arquitetura de Veneza, em 2002 e não utiliza tijolos ou elementos de vedação, é armado em concreto branco. Existe ainda a preocupação ambiental: a água da chuva é reutilizada nos banheiros e uma pequena estação de tratamento de efluentes faz o tratamento dos resíduos sólidos e líquidos no próprio local, servindo a água resultante para alimentar a vegetação.

Como a localização é uma das melhores da cidade - na Av. Padre Cacique, às margens do Guaíba - é impossível passar de carro pela avenida e não ser atraído pelo prédio. Ele realmente chama a atenção.

O ingresso é gratuito (paga-se apenas o estacionamento, se você for de carro) e o horário de funcionamento é de terça a domingo, das 12h às 19h, excepcionando as quintas em que o funciona até as 21h.

Para fazer uma visita "virtual", sugiro ler o que a Tatiana Klix escreveu e olhar as muitas fotos, também de autoria dela.

Site Oficial: http://www.iberecamargo.org.br