terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O que fazer em 2 dias em Cuzco


Cuzco, no Peru, era a capital do Império Inca. Acredita-se que seja a cidade habitada mais antiga da América. Em 1532, Francisco Pizarro invadiu a cidade e a saqueou. Os edifícios incas foram derrubados e sobre suas ruínas foram construídas Igrejas Católicas e edifícios dos dominadores. Prova disso é que a cidade tem muitas igrejas e a sua catedral é a mais rica em ouro que já vi.

Cuzco é uma cidade bastante alta. A Praça das Armas tem altitude de 3.360m em relação ao nível do mar e há pontos ainda mais altos ao redor.

Os voos que chegam a Cuzco normalmente partem de Lima. Vindo do Brasil, esse provavelmente será o seu caminho. Fato interessante é que a grande maioria parte de Lima nas primeiras horas do dia com destino à cidade por uma questão de segurança. Quando a tarde cai, a corrente de vento, canalizada entre a serra e as rochas, pode tornar o pouso perigoso. É interessante pousar em Cuzco, porque na realidade você quase não desce.

Quando ir
A temperatura média anual em Cuzco é entre 10°C e 13°C. À noite e pela manhã é mais frio, devido à altitude e durante o dia a temperatura alcança cerca de 20°C. Há duas estações bem definidas: a das chuvas (de novembro a março) e a seca (de março a outubro). Julho é o mês mais frio, a temperatura chega fácil aos 5°C e pode baixar de zero. O melhor mês para visitar, segundo nos orientaram é julho, apesar do frio. Estivemos lá no final de outubro e ao longo do dia havia períodos de chuviscos e de sol.

Onde ficar
Em Cuzco há acomodações para todos os gostos. Muita gente jovem visita a cidade, então, há albergues, pousadas e hotéis, alguns mais simples, outros mais luxuosos. Não lembro mais o nome do nosso hotel, mas era uma construção bastante antiga, com paredes em arco e bem localizado, creio que ficava a uns 300m da Praça das Armas.

O que fazer em dois dias


Plaza de Armas: Como toda cidade peruana que se preze, Cuzco tem a sua. Ela é lindíssima, limpa, com flores coloridas e com belas construções coloniais a sua volta. No seu entorno, também estão agências de viagens, casas de câmbio e restaurantes (aliás, eu gostei mais da comida de Cuzco do que a de Lima).

A Catedral: Você a vê a esquerda na foto. Foi construída entre 1560 e 1664, com grandes blocos de pedra avermelhadas. Foi construída sobre o que antes era o templo inca do deus Viracocha. 
O interior impressiona. A Catedral tem altares em ouro e prata e inúmeras obras de arte. Também abriga o maior sino da América do Sul. Existe um tour guiado pago, mas também é possível visitá-la sem pagar. Não é possível fotografar seu interior e a fiscalização é bem rigorosa quanto a esse aspecto.

Ainda na Praça das Armas (à direita na foto), você avista a Companhia de Jesus. Foi o templo colonial dos padres jesuítas, inaugurada em 1668. Há uma lenda interessante sobre a Igreja. Dizem que os jesuítas queriam construir a mais bela igreja de Cuzco, mas o bispo da cidade queria que este título fosse da Catedral. Coube ao Papa da época decidir. Não se sabe qual foi a resposta, mas quando ela chegou, A Companhia já estava quase pronta.

La Merced - A igreja e o convento, fundados em 1536, são dos mais antigos de Cuzco. Como outros prédios coloniais de Cusco, foram abalados pelo terremoto de 1650. A igreja, de estilo renascentista tardio, ganhou ares barrocos após a reforma. Como quase todas as atrações de Cuzco é fácil de encontrá-la, você pode ir a pé do centro, fica a poucas quadras da Praça das Armas. No caminho para La Merced, você passará pelo Arco de Santa Clara, outra construção bem interessante.


Convento de Santo Domingo e Qoricancha - A igreja e o convento de Santo Domingo foram construídos no local onde se situava o templo inca Qoricancha, dedicado ao culto do deus-sol. Aproveitou-se na construção parte das fundações do antigo templo. Por ironia, no terremoto de 1950 a edificação colonial foi destruída e os muros de pedra inca quase não foram atingidos. Hoje as duas construções convivem, formando um bonito visual. Para visitar o interior, é necessário pagar. Fica aberto de Seg. a sáb., das 8h30 às 18h30; dom., das 14h às 17h.

San Blas: É um bairro que abriga a Igreja de San Blas. O bairro é interessante por suas ruas estreitas e por suas construções antigas e a igreja conserva um púlpito de estilo barroco feito somente de uma peça de cedro, considerado uma das obras-primas da escultura em madeira em toda a América Colonial. Além disso possui inúmeras pinturas.



Em uma das manhãs, visite as quatro antigas construções incas nos arredores da cidade. Nós fomos a pé até a primeira, Sacsayhuamán, que fica a 2 Km do centro da cidade. Lá contratamos um passeio a cavalo que nos levaria até as outras três. Sacsayhuamán era um local sagrado dedicado ao culto do deus-sol. É a maior das quatro fortificações próximas à cidade e tem um aspecto de zigue-zague muito interessante, por isso se pensou, durante muito tempo, que fosse um forte. Qenqo fica a 1,5 km de Sacsayhuamán e a 3 km de Cuzco. Trata-se de um oratório dedicado ao deus da guerra, representado por um puma. O lugar era também um oráculo onde eram feitas consultas aos deuses antes de iniciarem uma guerra.

A terceira construção é Puca Pucara que fica a 8 km da cidade. O conjunto de pedra conserva muros, corredores, salas, aquedutos e fontes. A quarta, Tambomachay, foi a que achei mais interessante. É uma construção que contém terraços de pedra talhada, pelos quais a água flui. Acredita-se que pudesse ser um lugar de descanso, uma hospedaria ou mesmo um local para culto da água.

Nós visitamos essas construções a cavalo. Mas para quem quer economizar e tem algum preparo físico, também é possível ir a pé e pegar um ônibus para voltar. A volta não tem erro, pois todos os ônibus que passam em direção a Cuzco acabam parando no centro da cidade.O passeio a cavalo não foi muito bem sucedido. Primeiro, nos disseram que eles eram mansos, quando na verdade não eram tão mansos assim. Depois, quando começou a chuviscar o rapaz nos deixou em Puca Pucara e disse que tinha que retornar com os cavalos.


Dicas
  • Respeite os limites do seu corpo ao chegar em Cuzco. As pessoas sentem o efeito da altitude de formas diferentes. Algumas necessitam, inclusive, de oxigênio. Normalmente os hotéis têm. Peça se sentir-se muito mal. Os efeitos não começam logo que você chega, mas cerca de 3h-4h depois. Algumas pessoas sentem dor de cabeça, cansaço, suores frios. No meu caso, eu me sentia bem e, repentinamente, tudo "preteava" ao meu redor e eu suava frio, quase perdendo os sentidos. Então passei o restante daquele dia deitada e, no dia seguinte, estava bem.
  • Existem pílulas para os efeitos da altitude, as chamadas "Soroche Pills". Não sei ao certo dizer o quão eficientes são.
  • Para Cuzco valem os mesmos cuidados que em Lima. Cuide com a água que vai beber e com os táxis que vai tomar.
  • Seja cauteloso também em relação aos passeios que lhe oferecem enquanto anda na rua ou visita os pontos turísticos. Prefira contratá-los junto a alguma agência ou ao hotel. Você pode pagar um pouco a mais por isso, mas não correrá o risco de ser deixado no meio do passeio sob alegação de chuva, como ocorreu conosco.
  • Dizem que o chá de coca ajuda a amenizar os efeitos da altitude. Você chega ao hotel e é a primeira coisa que lhe oferecem. E, não, ele não dá "barato" algum. 
  • A cidade sofreu inúmeros terremotos ao longo dos anos. É curioso observar que nos hotéis há alarmes e instruções do que fazer em caso de terremoto (ficar sob a porta).
  • Existem bilhetes turísticos integrados. Você compra o bilhete e pode visitar algumas atrações com aquele bilhete que tem validade por x dias (o x é porque não lembro exatamente quantos dias são). São 3 circuitos diferentes, mas dois são na própria cidade. O das 4 construções que falei acima e o dos museus. O valor atual de cada bilhete é 70 soles. Mais informações no site oficial.

Um comentário:

Ivson Tiago disse...

Boas dicas!! Colocarei em prática esse mês.