O que você estava fazendo em...
1978?
Tinha 4 anos. Foi o ano em que eu "me dei por gente". Entrei pra escola e a minha lembrança mais remota do jardim de infância é uma folha de papel em branco em que eu tinha que desenhar. Tinha uma colega chamada Nina que desenhava lindamente (hoje ela é arquiteta) e eu mal conseguia desenhar uma casinha com flores do lado. Foi quando eu descobri que jamais seria desenhista. Foi também o ano do trauma do patinho. Na formatura do jardim da infância nós ganhamos um filhote de pato vivo. Nós levamos ele pro sítio da mãe da Nina com a desculpa de que eu iria sempre visitá-lo. Minha mãe nunca mais me levou pra ver o bicho e eu fiquei traumatizada. Viagem naquela época era ir pra Silveira Martins e Tramandaí. Ah, nos domingos o meu pai levava a gente pra passear de carro.
1983?
Fui pra 4a série e mudei de colégio. No colégio anterior eu era filha de professora, então era a rainha do colégio. No colégio novo, grande, de freiras, eu não era nada. Acho que exatamente por isso eu não lembro muita coisa desse ano. No final do ano, houve uma apresentação teatral na escola e o meu personagem era "a sala de brinquedos", ou seja, só a minha voz aparecia na peça. Decepção total ! Nunca mais quis saber de teatro na vida.
1988?
Estava iniciando o curso de magistério lá em Gravataí. Minha diversão preferida era tomar sorvete com as amigas no Econômico (antigo super lá de Gravataí). Passava muito tempo no colégio jogando vôlei. Debutei. Foi difícil encontrar um par pro debut, porque eu não tinha nenhum colega menino na escola. Acabou sendo o Alexandre, vizinho da minha prima aqui de Porto Alegre, porque o meu primo segundo (filho da minha prima) era baixo demais pra ser meu par. No magistério inteiro, contando as sete turmas, eram três meninos. Foi o ano que meus pais deixaram eu começar a frequentar os bailes do Paladino. Eu e a Andréa, minha melhor amiga vestíamos as nossas minissaias de veludo e achávamos que fazíamos sucesso.
1993?
Comecei a fazer estágio na área de informática na Albarus. Saía de casa às 7h da manhã e voltava às 23h. Foi o ano que conheci o Juliano (meu marido), muito embora naquela época eu não tivesse a menor desconfiança que um dia ele seria meu marido. Eu era super CDF. Final de semana significava se reunir na casa dos colegas, juntar 3 computadores e fazer os trabalhos da faculdade. Ninguém acreditava que a gente realmente fizesse os trabalhos, mas a gente fazia. Madrugadas inteiras programando, domingos batendo a cabeça pra descobrir um bug no trabalho que a gente tinha que entregar na segunda. Com essa correria toda, eu podia ser facilmente confundida com um órfão da Somália: cheguei a pesar 47 Kg.
1998?
Foi o ano da virada na vida profissional. Tinha passado o ano anterior sendo workaholic, viajava um monte trabalhando (instalando operadoras de internet ou treinando os sysops). Acreditem, nesse período eu conheci vários aeroportos e a sensação de um Focker 100 pousando no aeroporto de Araçatuba eu não desejo pra ninguém.
Já estava formada em computação há 3 anos e troquei de empresa. Larguei a NutecNet e fui trabalhar no Sebrae com desenvolvimento do site deles em ASP (acho que isso ainda existe em algum site antigo). Tinha acabado de passar da fase "louca da minha vida", quando logo depois da formatura eu saía quase todas as noites em que estava em Poa. Comecei a sair com o ex, mas é melhor pular essa parte porque o atual pode vir a ler esse blog. Ia muito ao cinema e fazia programas alternativos pra caramba, tipo ir assistir a um filme iraniano chamado "O silêncio" que fazia realmente jus ao título.
2003?
2003 foi um dos anos mais marcantes da minha vida. O ano começou com uma viagem muito legal pra Porto de Galinhas com as minhas amigas. Viajei muito: fui pra Punta de Leste, pro Itaimbezinho e pra Califórnia (a viagem pra São Paulo pra tirar o visto pra ir pros EUA eu pulo, até porque eu passei tão mal que não vale o relato). Foi o ano em que deixei de ser desenvolvedora pra virar coordenadora, foi o ano em que decidi fazer vestibular pra direito e iniciei uma rígida rotina de estudos diários (eu viria a passar no vestibular no início de 2004). Eu guardo várias imagens daquele ano, mas tem duas que guardo mais:
- Uma praia chamada Carneiros lá em Pernambuco, que estava super vazia no dia em que eu e as gurias fomos. Aquele dia ficou conhecido como o "nosso dia de rainhas". Nos sentíamos donas da praia, que lembrava muito uma daquelas ilhas do caribe.
- O dia em que eu assisti ao pôr-do-sol no pacífico. Isso foi numa praia nos arredores de Los Angeles e foi a realização de um sonho. Eu sempre achei que o nosso pôr-do-sol na praia era sem-graça, achava lindo quando via nos filmes o sol se pondo no oceano. E realmente é lindo, lindo... só vi algo parecido de novo esse ano lá no Uruguai (mas eu sei que ali o sol não se põe no mar, que é rio, viu!).
Um comentário:
hahahaha. Ane, tu tem um jeito muito divertido de contar as histórias. ADOREI o post ;-)
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