sábado, 31 de julho de 2010

O antimarketing

Creio que as ações de marketing e de venda ativa precisam ser modernizadas. Não consigo entender como alguém pode achar que ligar para uma pessoa no final de semana, através de uma URA (uma máquina que faz ligações automáticas), que faz você esperar uns 20 segundos até passar a ligação pro operador (porque se desliga, você não sai do sistema e vão ligar novamente), para então esse operador tentar lhe vender alguma coisa como se estivesse recitando um texto decorado num teatro, seja uma boa estratégia de venda.

Será que alguém analisa vendas reais x número de ligações x o custo pra pagar os coitados que trabalham no telemarketing? Todas, mas absolutamente todas as pessoas que eu conheço rechaçam essas ligações e nunca estão interessadas, o que me leva a duas conclusões: ou meus amigos são chatos não-consumistas ou realmente mais de 90% das ligações não resulta em venda, de modo que me parece improvável que se justifique um número elevado de pessoas em venda ativa.

Ao invés de receber uma ligação da minha operadora de celular toda a vez que eu ultrapasso em R$ 2 o valor do meu plano, me sugerindo um novo plano com o dobro de minutos que, segundo eles, me vai ser altamente benéfico e vai me custar o dobro do meu plano atual, eu preferiria que esta pessoa que me liga estivesse resolvendo problemas de pessoas que ligam porque tem problemas com a operadora. Ser bem atendida quando eu preciso rende mais pontos positivos no conceito da empresa do que ser incomodada quando eu não preciso. Será que gestores não conseguem enxergar uma coisa tão óbvia?

Aliás, será que a população brasileira é tão burra que acredita mesmo que ter mais minutos pra falar no celular pagando o dobro do preço atual é uma vantagem? Não creio. Mas acredito que ações desse tipo são prova de que o antimarketing existe.

Mas não só os profissionais de marketing de venda que precisam se reciclar. Profissionais de marketing político também. Na minha cidade, há um candidato a deputado que fez um jingle enjoativo e repetitivo, alugou uns três carros de som e passa o dia circulando com os carros pela cidade tocando o jingle repetitivo. É de enlouquecer. Só me faz ter uma certeza: não voto nesse infeliz. E estou fazendo marketing boca-a-boca pra ninguém votar nele. Já tenho várias adesões.

domingo, 25 de julho de 2010

O voto obrigatório

Sou veementemente contra o voto obrigatório. E por mais que eu seja pisoteada e xingada por afirmar o que vou afirmar, é meu ponto de vista e garanto que é um ponto de vista consciente de quem já votou pelo menos em 8 eleições. Eis minhas razões, para serem julgadas por quem quiser julgar.

1.Se fosse feita uma pesquisa, se verificaria que pelo menos 80% da população prefere ler sobre o próximo capítulo da sua novela ou sobre qualquer fofoca de artista do que sobre política. Mesmo com a internet e todos os meios modernos para averiguar a assiduidade às sessões e o quanto gastam seus deputados, senadores e afins, ninguém se dá ao trabalho de olhar. Isso significa que mais da metade das pessoas vota no candidato de mais renome ou naquele que seu pai ou seu patrão indica. Ah, se o candidato for ex-jogador de futebol, ex-locutor de rádio ou artista, já é meio caminho andado.

2. Existem argumentos que dizem que se o voto fosse facultativo só se elegeriam aqueles candidatos corruptos que compram votos com favores. Corrupção existe em qualquer lugar do mundo, seja o voto obrigatório ou facultativo. Votariam pessoas que estão pagando favores, assim como ocorre hoje, mas votariam os conscientes também. E se excluiriam os milhões que não entendem nada de eleição e nem sabem o que estão fazendo.

3. Prega-se muito por aí que o voto é um direito e um dever. Se é algo que eu não estou a fim de fazer, para mim é só dever. Direito é eu poder escolher se quero usar o meu final de semana para votar ou para ir para a praia. E garanto que se eu tiver um bom motivo pra votar, vou usar meu direito. Do contrário, não.

4. O custo de uma eleição no Brasil é o mais caro do mundo. Outros países já vieram aqui olhar nossas urnas eletrônicas, mas não as adotam por uma questão bem simples: encarecem a eleição. Os contribuintes de países ricos não estão dispostos a gastar rios de dinheiro em eleições. Honestamente, eu preferiria que uma terça parte do dinheiro que gastamos fosse investido em saúde e educação.

5. Se o voto não fosse obrigatório, políticos não gastariam rios de dinheiro em carros de som e panfletos que espalham a poluição sonora e visual, além de transformarem sua tranquila caminhada na redenção no sábado em um inferno, com pessoas lhe atacando. Cabe lembrar que parte do dinheiro dos partidos é pago por nós, contribuintes. O tal fundo partidário recebe dotação orçamentária pública.

6. Há quem argumente que o voto é o maior exercício de cidadania e uma grande responsabilidade. O engraçado é que um jovem de 16 anos pode votar. No entanto, o mesmo jovem de 16 anos não é civilmente, nem penalmente capaz para os mesmos congressistas que aprovaram o voto aos 16 anos. Se eles achassem mesmo que o voto fosse algo, assim, "tão importante" deixariam um relativamente incapaz votar?

7. Há quem diga que o voto tem que ser obrigatório enquanto a população não estiver com a consciência política devidamente desenvolvida. Ora, educação e conscientização não vão resolver o problema das pessoas não se interessarem por política. Mesmo em países com alto nível de educação como Alemanha ou Finlândia, em que o voto é facultativo, a população votante não passa de 50%.

Apesar de todos esses argumentos, vou votar na próxima eleição. Não porque acredite em qualquer desses que se candidatou. Mas porque infelizmente eu não tenho outra opção.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Divulgação: Caminho de Itupava, caminhada e acampamento

O John Gasparello está organizando um grupo para a trilha do Caminho de Itupava, com direito a acampamento. Ele convida a todos os interessados. Abaixo está o folder de divulgação e os contatos. Ele usou algumas fotos aqui do blog, o que me deixou bem orgulhosa.


segunda-feira, 12 de julho de 2010

Pra espantar turista

Toda cidade que quer ser turística tem que aprender, antes de mais nada, a tratar bem do turista. Apesar de na maioria das vezes sermos muito bem recebidos, todo mundo já passou por algumas situações que são pra espantar turista. Abaixo relato algumas das nossas aventuras.

1. Tenho o hábito de colecionar imãs de geladeira. Então, sempre que viajo pra um lugar novo, procuro trazer um da cidade que visitei. Em Barcelona, parei numa banca de revistas que também vendia cartões postais e imãs. Eles estavam pregados no alto, em um lugar onde eu não alcançava. Olhei para um que gostei e pedi para o vendedor me alcançar para dar uma olhada. Quando já estava com ele na mão, enxerguei outro que achei mais interessante e pedi para ele me alcançar, pois tinha me decidido pelo outro. O vendedor, muito bravo, rosnou: então, por que pediu esse se queria levar o outro?

2. Ainda falando de vendedores: uma amiga relatou que estava em Roma, em uma loja com um balaio de roupas femininas em liquidação. Passou algum tempo olhando as roupas (e obviamente "pegando") como a gente faz no Brasil. Quando se decidiu, perguntou para a vendedora se poderia experimentar a peça. Muito mal-humorada, a mesma respondeu que peças na liquidação não poderiam ser experimentadas e nem trocadas depois. E complementou: vai levar ou não?

3. Quando fiz intercâmbio em Vancouver, no Canadá, fui jantar, certa noite com amigos brasileiros. Assim como fazemos no Brasil, sentamos, pedimos, comemos com bastante calma e depois de comer ficamos algum tempo conversando, sem muita pressa. Algum tempo depois, percebemos que a garçonete e a moça da recepção nos olhavam de um jeito estranho, mas não nos importamos muito. Descobri depois, falando com canadenses, que não é costume deles você ficar sentado, num restaurante após consumir. Deve chegar, pedir, comer e, se não estiver consumindo mais nada, ir embora.

4. Todo mundo comenta que franceses não gostam de pessoas que não falam francês. Eu não falo nenhuma palavra. Então, sempre pedia desculpas na hora de solicitar informações e perguntava se a pessoa falava em inglês. A um jovem, perguntei onde era a estação de metrô mais próxima. Ele me mandou para a direção oposta da estação, em uma vizinhança não muito amistosa, o que percebi cerca de três quadras depois.

5. A melhor de todas aconteceu em São José dos Ausentes: vimos uma placa de um restaurante/pizzaria no centro da cidade e resolvemos jantar lá. Não lembro exatamente o que pedimos, tenho a impressão que foi ala minuta ou algo assim. O restaurante era pequeno, mas arrumadinho. Fomos atendidos por uma senhora que era quem também preparava a comida. Sua neta de aproximadamente 8 anos também estava lá.

Só haviam duas mesas com fregueses. A comida era boa e levou o tempo normal pra ser servida. Até aí tudo bem. O problema começou quando começamos a comer. A menina ficou o tempo inteirinho com os bracinhos grudados na nossa mesa, perguntando de quando em quando se já havíamos terminado. Às vezes, ela alternava e ficava ao lado do pessoal da outra mesa, Mesmo com algumas "indiretas" deles, a menina não se tocava de ir dar uma volta e tampouco a avó, que estava ocupada assistindo a novela, a chamava.

Enfim, chegou uma hora em que finalmente terminamos. Enquanto aguardávamos a conta, pudemos perceber que, então, ela foi espantar o grupo de jovens que estava na outra mesa.

domingo, 4 de julho de 2010

São José dos Ausentes - parte II

Vamos ao que interessa: o que fazer em um final de semana em Ausentes.

Monte Negro
Já comentei aqui que o Monte Negro é o ponto culminante do RS, com seus 1.400m. Chega-se de carro até aproximadamente 300m do cânion que divide RS de SC. Uma pequena caminhada e, num dia claro, você verá a paisagem ao lado. Se tiver fôlego pra uma subida mais íngreme, sem trilha definida, chegará no topo do monte e poderá se vangloriar de ter "escalado" o ponto culminante do nosso estado.

Trilha do Cachoeirão do Rodrigues
Você chega de carro até a Pousada Cachoeirão do Rodrigues. Ali, estaciona e atravessa uma porteira, seguindo por uma trilha que acompanha o Rio Silveira. É possível agendar guia e três tipos de trilhas que passam pelo Cachoeirão, mas também é possível conhecê-lo sozinho, embora sem cruzá-lo. Essa foi a nossa opção.

O Cachoeirão do Rodrigues é um dos principais pontos turísticos do município. É formado por uma sucessão de grandes quedas, a maior com aproximadamente 28m de altura.

Serra da Rocinha
Por ela passa uma estrada que liga Ausentes a Timbé do Sul, em SC. A estrada, obviamente, é ruim e de chão, mas você não transitará muito tempo por ela. Irá apenas até um mirante, um pouco mais acima do posto fiscal. A visão panoramica é linda em um dia de sol.

Os cânions do município
Ausentes possui vários cânions, não tão famosos quanto o Itaimbezinho e o Fortaleza, mas também muito bonitos. Você consegue ter a visão de um deles no Monte Negro, mas se deixar o carro próximo à sede da Pousada Fazenda Monte Negro e estiver disposto a caminhar um pouco, vai visualizar outros e também algumas cascatas. Existe, ainda, uma trilha que pode ser percorrida a cavalo se você estiver hospedado nessa pousada.


Pesca e cachoeira
No Sítio Vale das Trutas, existe um pesque e pague de trutas. Qualquer criança é capaz de pescar, é tão fácil que às vezes perde a graça. Você paga pelos peixes que pesca que ainda podem sair limpos par ser assados, pois o sítio oferece também esse serviço. Além disso, o local é muito bonito e bem próximo há uma cachoeira, onde é possível se refrescar no verão.

Olhar para o céu à noite
A noite de São José dos Ausentes, especialmente, se você estiver hospedado em uma das pousadas rurais é apaixonante. Estivemos lá no invernão, com muito frio, mas céu bem aberto. Longe das luzes da cidade, você consegue ver um céu tão claro de estrelas que dá pra entender porque nossa galáxia é chamada de Via Láctea. Você chega a ver o rastro leitoso de estrelas no céu.

Para informações sobre como chegar e hospedagem, veja a parte I.