domingo, 15 de novembro de 2009

O que fazer em 2 dias em: Lima - Peru

Estava assistindo ao programa Amazing Race - América Latina, no Discovery Channel e, no episódio em questão, os competidores estavam em Lima, no Peru. Foi quando recordei da nossa estada lá. Normalmente quem vai ao Peru apenas passa pelo aeroporto de Lima ou dorme uma noite na cidade, já que as cidades turísticas são em outras regiões. No entanto, Lima tem lugares que valem a pena serem conhecidos. Em dois dias lá você pode visitar:


Plaza Mayor ou Plaza de las Armas: Em torno das praça ficam alguns dos prédios mais importantes: a Casa do Gobierno, a Catedral, a residência do Arcebispo e a prefeitura. A Catedral é impressionante, enorme e antiquíssima, foi construída em 1555. Esses lugares ficam bem no centro da cidade.

Igreja de São Francisco: Pertinho da Plaza Mayor fica o convento e a Igreja de São Francisco, com sua fachada amarela. Também é um prédio antigo e um dos poucos que sobreviveu ao terremoto de 1746 que assolou Lima. No subsolo, há catacumbas, abertas à visitação, que contém ossos de aproximadamente 70.000 pessoas.


Museu Nacional: Lima tem inúmeros museus, mas se for para visitar apenas um deles, eu escolheria o Museu Nacional do Peru. Visitar o museu é uma aula de história peruana e o custo é baixo, apenas 6 soles para adultos. Se você gosta de museus, outro muito bem recomendado é o Museu Larco, um museu privado que fica numa mansão do século 18 e mostra 3 mil anos do Peru pré-colombiano, organizado em ordem geográfica e histórica. O museu também possui uma coleção de artigos de ouro e prata do antigo Peru. O custo é um pouco mais alto que do Museu Nacional, em torno de 30 soles.


Miraflores: É um dos bairros mais simpáticos de Lima. Lá você tem uma visão panorâmica das praias e pode visitar também o Larcomar, que é um shopping center à beira-mar, com uma parte aberta. Nesse bairro, também é possível visitar a Huaca Pucllana, que é um site arqueológico pré-colombiano, onde você pode, inclusive, ver os arqueólogos trabalhando. Infelizmente estava fechado no dia em que passamos, só conseguimos ver do lado de fora. Em Miraflores há ainda o Parque del Amor, um parque bom para caminhar, com uma enorme estátua de um casal se beijando e, que, para mim, pareceu de gosto duvidoso. Mas vale conhecer. É diferente.


Pertinho de Miraflores, dois bairros merecem visita: Barranco um bairro boêmio e colorido (seria uma mistura entre Cidade Baixa e Bom Fim, comparando com Porto Alegre). Lá há uma ponte dos suspiros e também bela vista da cidade. Para quem gosta da noite é o lugar. Outro bairro ali perto é San Isidro, considerado o bairro chique da cidade.

Parque de La Reserva: O Parque foi inaugurado em 2007 e apresenta o maior complexo de fontes de água do mundo. São 13, algumas interativas e todas iluminadas por luz à noite. O parque ainda não existia quando estivemos em Lima, mas a julgar pelas fotos, vale uma visita.

Praias: Apesar de localizar-se às margens do pacífico, os habitantes de Lima parecem não frequentar muito as praias da cidade. Não sei dizer a razão, se o frio ou o mar agitado. Vi apenas surfistas na água. Nós chegamos pertinho, porque afinal de contas, tínhamos que molhar as mãos nas águas do Pacífico, mas foi só isso. Há praias mais famosas e procuradas por surfistas fora da cidade, a mais ou menos 50 quilômetros como Punta Hermosa, Punta Negra e San Bartolo. Dizem os surfistas que as ondas são as melhores do continente, mas para quem tem apenas dois dias e não é surfista, não me pareceu a melhor opção.

Onde ficar: Ficamos em um hotel no bairro de Miraflores que é um bairro moderno e bem agradável. Não recomendo ficar no centro ou no centro histórico, quando cai a noite me pareceu não ser muito seguro. Ficamos próximos do Larcomar. Para nós foi bastante conveniente porque fazíamos as refeições lá, onde o tempero não era tão forte e tínhamos uma certa confiança na origem da água.

Clima: Não existe muita variação de clima ao longo do ano. Chove pouquíssimo na cidade, todavia, a umidade é alta, o que faz com que haja constante névoa. A temperatura é amena e praticamente não há diferença entre inverno e verão. Em janeiro, fica entre 19 e 25 ºC e em julho entre 15 e 18 ºC. Portanto, não existe época do ano ideal.

Dicas:
  • Não tente levar folhas de coca como lembrança ou para preparar seu chá ao sair do Peru para o Brasil. A bagagem é cuidadosamente revistada, a segurança da revista, tanto na entrada, como na saída supera a dos Estados Unidos (pelo menos no voo que peguei).
  • Muito cuidado com a água, pelo menos foi o que nos disseram.Verifique o rótulo da água que você está comprando, mesmo que seja mineral.
  • Acredite se quiser, era difícil encontrar Coca Cola no Peru. Os peruanos tem muito orgulho da sua Inca-Kola, que, apesar do nome, não é nada parecida com a Coca. É refrigerante de cor amarela e, para ser honesta, não foi feito para o meu paladar.
  • Se quiser provar um drinque tipicamente peruano, peça o Pisco Sour, preparado à base de pisco (aguardente peruana feita de uva) e suco de limão.
  • É necessário vacina contra a febre amarela, especialmente se você vai passear também pela região dos Andes depois.
  • O transporte público em Lima não é muito bom. O melhor meio de locomoção são os táxis, cujo custo é bem razoável. Os confiáveis são na cor preta ou amarela, mas pode haver fraude na identificação, então, peça no hotel ou local em que estiver hospedado. Negocie o preço antes, pois muitas vezes eles não têm taxímetro.

sábado, 7 de novembro de 2009

Rafting e Templo Budista em Três Coroas - II

Quando fizemos o rafting, optamos por fazê-lo pela manhã,o que nos deu tempo (após um salsi-pão), de visitar o Templo Budista, também em Três Coroas, ainda no mesmo dia.

Templo Budista 


O que falar do templo? É um lugar que recebe visitas de gente que vem de longe, de outros estados e países, inclusive. Independentemente de sua crença, vale a pena visitá-lo ao menos uma vez, pois é um lugar muito bonito, localizado em uma parte alta da cidade, de onde se tem bonita visão da região. Além de tudo, é um lugar que nos traz calma e serenidade.

Como chegar: O Templo localiza-se no município de Três Coroas. Vindo de Porto Alegre, há duas opções.

  • Vindo pela RS-020: passa-se por Taquara e anda-se em direção a São Francisco de Paula. Dobre à esquerda na parada de ônibus 177 e siga a sinalização. O caminho por aqui é mais perto.

  • Vindo pela RS-115: dobre à direita no primeiro trevo de Três Coroas em direção ao bairro Águas Brancas e siga por 7 km em estrada de terra. Nas bifurcações, entre sempre à esquerda. A estrada é bem estreita em alguns pontos. Para não se perder, lembre-se que o templo fica em local alto, então pense que você deve subir.

Vindo do Parque das Laranjeiras, que foi o nosso caso: voltamos à RS-115 e andamos em direção a Porto Alegre até o próximo trevo. Viramos à esquerda e seguimos.

Horários: Sábados e domingos: das 9h às 16h30min. Nas segundas, o templo é fechado à visitação. De terças a sextas: das 9h às 11h30min e das 13h30 às 17h.

O que fazer lá: Quando você chega de carro, há um portão, trancado. Você deve apertar a campainha e identificar-se pelo número da placa do veículo. Lá dentro, há espaço para estacionar, bem próximo ao templo.

Você será convidado, após sua entrada ser permitida, a ir até o centro de visitantes, onde receberá explicações básicas sobre a doutrina budista e sobre o centro em um vídeo. É importante assisti-lo para entender o que você está vendo.

Após o vídeo, você provavelmente visitará o templo, que é a maior construção do local. Não é possível fotografar na parte interna do templo. Ninguém entra lá de calçados também. Você será convidado a retirá-los na entrada. O templo é lindíssimo. Há locais específicos para os praticantes realizarem suas preces e explicações sobre a doutrina budista em cada canto. O colorido é muito bonito.


Também é possível visitar a Casa das Lamparinas, as rodas de oração e ver as estátuas, todas muito detalhadas. Chamou-me a atenção as rodas de oração. Elas giram 24 horas por dia mandando preces e bençãos a todos os povos. Uma forma mecânica de oração, o que me pareceu, sem dúvida, mais inteligente do que os meios tradicionais.

Aprende-se bastante sobre a doutrina budista lá. No próprio templo, há placas contando a história de Buda, um príncipe que abandonou a riqueza para buscar a "cura do sofrimento". Anos mais tarde,  sentado sob uma árvore Bodhi, em uma noite de lua cheia, ele, de repente, experimentou extraordinária sabedoria, compreendendo a verdade suprema do universo e alcançando profunda visão dos caminhos da vida humana (a iluminação).

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Rafting e Templo Budista em Três Coroas - I

Esses dois passeios podem ser feitos em um final de semana, para quem mora na região Metropolitana de Porto Alegre, Serra ou Vale do Sinos. O primeiro é mais bacana se você reunir uma turma de no mínimo umas 6 pessoas. O segundo pode ser feito na sequência, no mesmo dia, e não, necessariamente, em turma.

Rafting

Tudo bem, o rafting é uma aventura. Mas ali em Três Coroas, no Rio Paranhana, ele é de nível 2 ou 3, ou seja, o mais tranquilinho, na escala que vai até 6. Exige algum esforço físico apenas nos braços, mas não o suficiente para doer. O ponto de partida é o Parque das Laranjeiras, em Três Coroas. Ali há pelo menos umas 3 empresas que realizam o passeio.

Duração: O passeio dura de 1:30 a 2 horas

Como é: Uma vez contratado o passeio, primeiro, você recebe o material (macacão estilo surfista e capacete), veste e ouve algumas explicações do guia. As explicações são importantes, porque ali você vai aprender os comandos básicos para manejar o remo para frente ou para trás e quando deve parar de remar e sentar no centro do bote.

Depois, rumamos na caçamba de um caminhão até o ponto de partida do rafting que é próximo a uma represa. Descemos, ajudamos a carregar o bote e "caímos" na água.

As pessoas mais pesadas do grupo sentam na parte da frente do bote, o instrutor e uma pessoa mais leve atrás. O restante do grupo se acomoda nas outras posições. Em um bote é possível arranjar até 9 pessoas. Nesse caso, uma não rema.

O importante é seguir sempre as instruções do guia. Quando alguém cai na água, não há motivo pra pânico (eu caí), pois todos usam coletes salva-vidas. Basta agarrar o companheiro pelo colete e puxar.

Durante a próxima hora você vai alternar períodos de corredeira, com períodos de mansidão. Rema-se apenas na corredeira. Na mansidão deixa-se o bote levar. A sensação no período de corredeira é muito parecida com a sensação de descer uma ladeira de carro, dá um certo friozinho na barriga.

Para o nosso grupo, foram realizadas duas atividades fora do bote. Na primeira, encostamos o bote, descemos e cada "senta" na corredeira deixando ela levá-lo, até um ponto onde se agarra uma corda. A segunda é bem parecida, mas fazemos isso em trenzinho, um companheiro segurando o colete do outro.


No finalzinho do rafting, houve uma parte em que remamos em direção a uma grande pedra (é o que retrata a foto ao lado). Parece que o bote vai virar, mas não. E é bem divertido pra quem está na frente.

Parque das Laranjeiras, como chegar: O Parque fica a aproximadamente 92 Km de Porto Alegre e a 20Km de Gramado. Indo em direção a Gramado pela RS-115, em Três Coroas, vira-se à direita. Existem placas sinalizando, basta ficar atento a elas quando se aproximar da rótula de entrada para Três Coroas. Segue-se uns 15 Km, parte por asfalto, parte por calçamento e parte por estrada de chão e chega-se ao parque.

Além do rafting podem ser realizadas outras atividades lá como rapel, trekking e tirolesa. Há uma pousada (com restaurante) e cabanas para serem alugadas. Também há churrasqueiras que podem ser utilizadas pelos visitantes.


Como contratar o rafting: Nós fizemos o passeio pela CENTRAL SUL RAFT e foi tudo bem. Eles foram super atenciosos e nos entregaram sãos e salvos no final. O nosso instrutor era engraçadíssimo, inclusive. Outras empresas são a Raft Adventure e a Exxtreme.

O que usar: Você vai receber macacão, capacete e colete salva-vidas. Digo com 100% de certeza que vai molhar o calçado, então use algo que possa ser molhado. O ideal é algo que não seja escorregadio, então chinelos não são aconselháveis. Eu usei uma sapatilha-tênis de pano lilás (para facilitar a identificação embaixo da água :-) ), mas poderia ser tênis comum ou papete.

Quando ir: A água do rio é muito fria, mas você sente mais logo que se molha, depois esquece o frio e vai estar com a roupa própria, então, em tese pode ser feito a qualquer época do ano. Dias bem quentes são os mais convidativos, você não sente muito o sol exatamente por conta da água fria. No alto do inverno, com chuva, não deve ser muito agradável, não.

Sobre o Templo Budista, falarei no próximo post.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

As buscas mais inusitadas deste blog

Uma das coisas mais legais de se usar um sistema de medição de audiência é descobrir como as pessoas chegam ao seu blog. Uso o Google Analytics e através dele consigo ver como as pessoas que chegam a este blog através do Google o descobrem. Tenho que confessar que tornou-se um passatempo consultar o Analytics e encontrar os termos de busca.

Foi então que minha amiga Cássia Zanon, do blog O dia se Espatifa, teve uma ideia ótima. Responder às buscas mais inusitadas que levam ao seu blog. Faço o mesmo hoje com o meu, até porque pode ter algum internauta ansioso por respostas. Os termos são:

  • Festa de reveillon em montevideo: Até onde nos disseram quando estivemos lá, apenas privadas, em clubes. Se quiser festa de reveillon na beira da praia, melhor ficar no Brasil. Esse não é exatamente um termo inusitado, mas chamou a minha atenção a quantidade das pessoas que busca por ele, sinal de quem tem bastante gente pensando em passar a virada de ano lá.

  • As dez cidades mais chuvosas do mundo: Assim como você, também já pesquisei no passado e não encontrei nenhum resultado científico.
  • Aquiçilas: Eu não tenho a menor ideia do que o internauta estava buscando quando digitou, mas se é a região embaixo do braço, escreve-se axilas, como mencionei no passado.
  • Banheiro caminhada Itupava: Durante o caminho, esqueça. O negócio é sair da trilha um pouquinho e procurar um lugar. No final, da caminhada, no centro de visitantes encontra-se banheiro, com papel higiênico, inclusive.
  • Casal sem filhos, quem herda? O assunto é longo. Vai depender do regime de bens , se é casamento ou união estável e se existiam bem exclusivos do falecido (adquiridos antes da união). Para simplificar, vamos usar o exemplo de casados em comunhão parcial que é o regime padrão e considerando que não há bens exclusivos do falecido:
    1. Se o casal tem pai e mãe vivos, o cônjuge herda 1/3, a mãe 1/3 e o pai 1/3. Se tem apenas mãe ou pai vivos, o cônjuge herda metade, o pai ou mãe a outra.
    2. Se não tem pais vivos, o cônjuge herda metade, a outra metade é dividida entre os avós, ou seja 1/4 para a linha materna, 1/4 para a linha materna.
    3. Se o casal não tem ancestrais em linha reta, o cônjuge herda tudo.
    1. Cemitério de Rolante: Até onde lembro, nunca estive lá.
    • Lojas calçados trekking Porto Alegre: Por favor, se você encontrou, mande as dicas para o blog publicar.
    • Que ônibus pegar no centro de Porto Alegre para chegar no Centro Administrativo: se eu fosse turista e estivesse a passeio, iria a pé, mas quase todos os ônibus que param na Borges de Medeiros passam por lá. O C1 da Carris também. Informações sobre itinerários de ônibus em Porto Alegre podem ser obtidas no site da EPTC.

    • Entrada da trilha da pedra furada: é difícil de encontrar mesmo. Conselho: não tente sem guia. Se fechar o tempo (e é fácil fechar) você pode se perder. E possuir um celular lá em cima, não vai fazer muita diferença.
    • Criação de trutas no município de Caraá-RS: Bug do Google. Nunca falei sobre o assunto e os posts que falam sobre "trutas" e "Caraá" não guardam nenhuma relação.

    Mas o que me deixa mais feliz em escrever um blog é saber que o que escrevi está lá e pode ajudar alguém mesmo depois de anos que eu tenha escrito. Como o comentário que recebi sobre as dicas para iniciantes no trekking que auxiliaram um visitante dias atrás.

    sábado, 24 de outubro de 2009

    O que fazer em 2 dias em: Ushuaia


    Localização

    Ushuaia é conhecida com a cidade onde o mundo acaba. Mas isso não é bem verdade. Digamos que seja a última cidade de algum porte antes da Antártida. Localiza-se na Terra do Fogo, Argentina, 3.500Km ao sul de Buenos Aires, sobre as coordenadas 54°S e 68°W.

    Sobre a cidade

    O nome da cidade provém dos idiomas indígenas yámanas: ush (ao fundo) e wuaia (baía). Foi fundada em 1884, mas tornou-se mais conhecida devido à instalação de um presídio que funcionou de 1902 a 1947. Para lá eram levados os presos mais perigosos. Reza a lenda de que o presídio não necessitava de muita segurança: quem fugisse acabava morrendo de frio e fome. Não havia lugar próximo onde se esconder.


    Onde ficar

    Existem hotéis e hosterias, todos muito bons. A cidade vive do turismo, então, é fácil encontrar bons hotéis e as reservas podem ser feitas pela internet. Nós ficamos no Hotel Lennox, super bem localizado e com um café da manhã muito bom. O restaurante fica no último andar e a vista da cidade de lá é bem bonita.


    Clima


    O clima é frio, mesmo no verão. Há a presença constante do vento que vem da Antártida. Imagine o nosso Minuano aqui do sul, multiplicado por 3. É o vento constante de lá. No verão, você sente uma sensação estranha, inclusive. Se fica no sol, sente ele te queimar (o buraco da camada de Ozônio está bem em cima de você), mas continua sentindo o vento frio. Se vai para a sombra precisa colocar o casaco. A temperatura média em janeiro fica em torno dos 10° C e em julho fica em 1° C. Quer dizer, a variação não é tão grande assim ao longo do ano. Chove mais no outono e no inverno.


    Quando ir

    Ushuaia tem atrações durante todo o ano, mas em junho, você terá 17 horas de escuridão, enquanto em dezembro terá 20 horas de sol. Nós fomos em fevereiro. Anoitecia próximo das 22h, o que nos permitiu fazer vários passeios nos dias em que lá passamos.

    Disseram-nos que a época em que a região fica mais bonita é o outono. Se você vai até ao Parque Nacional da Terra do Fogo no início do outono verá as árvores com os mais diversos tons de cores, que torna a paisagem linda. Nessa época não existe tanta luminosidade, mas ainda é possível aproveitar o dia.

    O inverno é a melhor época para quem gosta de esportes na neve. É possível esquiar a cerca de 10 minutos do centro.


    O que fazer em 2 dias


    1) Parque Nacional da Terra do Fogo

    É o parque mais austral da América do Sul e é enorme (63 mil hectares). Ocupa 6 Km do Canal de Beagle, fazendo divisa com o Chile. Localiza-se a 11 Km da cidade. É um lugar onde os moradores fazem piqueniques, levam crianças para brincar e onde se pode praticar trekking. Chama a atenção a quantidade de coelhos no parque. Você pára um pouquinho e logo está cercado por 20 coelhos (eles consideram os pobres bichinhos uma verdadeira praga). Além dos coelhos há raposas vermelhas e castores canadenses (importados, mas cuja reprodução saiu do controle).

    Dentro do Parque Nacional termina a Ruta Nacional n° 3, importante via argentina que vai até Buenos Aires e também estrada que cruza as Américas. Todos tiram a foto ao lado da placa indicativa que mostra a distância até o Alaska.

    Para quem curte trekking, há umas 10 trilhas para percorrer no parque. A Pampa Alta inicia a 3Km da entrada do parque na Ruta n° 3. São 5 km até um ponto onde se avista o Canal de Beagle. A trilha Costanera é um pouco maior, de cerca de 8 km e vai costeando o Canal de Beagle até um setor de camping. A mais difícil é a Cerro Guanaco. Sobe-se o cerro com 970m de onde se avista as ilhas chilenas de Hoste e Navarino.



    2) Passeio de barco pelo Canal de Beagle até a Pinguinera

    Esse passeio é imperdível. Dura cerca de 5 horas. Partimos em torno das 15h, andamos cerca de 2 horas em um barco (grande), passamos pelo farol do Canal de Beagle e chegamos até a uma pequena ilha, moradia dos pinguins. Lindo de se ver! Eles são uma simpatia e se chega muito próximo deles. Existem pequenas empresas que vão em barcos menores e conseguem descer na ilha. Com o barco maior você sente menos o movimento das águas, mas não desce.

    Fomos brindados por um arco-íris durante o passeio e também pelo entardecer no barco. Chegamos já à noitinha de volta.

    Creio que é um passeio fácil de se contratado na cidade mesmo, basta chegar ao cais. Existem vários guichês de venda. Nós o contratamos diretamente com a operadora de turismo que nos levou até a Ushuaia, mas é quase certo que se consegue mais barato direto.


    3) Trem do Fim do Mundo

    Parte do trajeto de trem que os presos faziam diariamente do presídio para trabalhar foi reconstruído e transformado em passeio para os turistas. As locomotivas não são da época, mas é como se fossem.Você viaja no trenzinho, vai escutando a história e faz umas duas paradas. Muito interessante para aprender a história do lugar e não exige esforço físico algum.

    4) Visita ao antigo presídio
    Fica bem próximo do centro da cidade e é possível ir a pé, para quem não se importa de caminhar um pouco. Parte das antigas alas também foi reconstruída e conta parte da história dos presos, com destaque para os mais ilustres. Uma das alas foi deixada como foi encontrada para dar uma visão do que era no passado.


    5) Glaciar Martial

    É um centro de esqui no inverno, o mais próximo da cidade, cerca de 7 Km. No verão, você sobe de teleférico e tem uma vista linda da cidade, do Canal de Beagle e da Ilha Navarino, no Chile. Quando não há neve no caminho, é possível seguir por uma trilha que leva até o Glaciar.

    Nós fomos brindados com neve em nossa visita, apesar do verão. Estávamos no teleférico e ela começou a cair. Para brasileiros, não acostumados com isso, foi um show. Tivemos a oportunidade de caminhar na neve e sentir o quão gelada ela pode ser, ainda mais com o ventinho do pólo sul.

    Além disso, você pode:
    - Caminhar pela cidade, pela beira-mar e encontrar a plaquinha onde diz "Ushuaia - Fim do Mundo".
    - Visitar o Museu Territorial, que possui vários artigos aborígenes.
    - Existe um passeio que não gostei muito, até os lagos Fagnano e Escondido. Os lugares, especialmente o Lago Escondido são bonitos, mas o Lago Fagnano fica a 100Km da cidade, então, o tempo pode ser melhor aproveitado. A visão mais bonita do Lago Escondido para fotos é a da estrada, antes de descer uma pequena trilha (de uns 20 minutos) até o lago.


    O que comprar
    Ushuaia é zona de livre comércio, então se encontra marcas de todo o mundo por preços razoáveis. Lembro que compramos tênis e camisetas esportivas lá. No mais, tudo é mais caro que no restante da Argentina, devido, obviamente à distância. Digamos que ocorre ali mais ou menos o que ocorre no norte do Brasil: distâncias maiores, obstáculos maiores para chegar, preços mais caros.

    Não sou exatamente uma consumista nata. Dificilmente passo muito tempo em lojas quando viajo, mas encontrei duas coisas que são bem difíceis de se encontrar em Porto Alegre: camisetas térmicas e meias de lã. Essas camisetas térmicas custavam em torno de R$ 19 na época e me ajudam bastante como roupa de baixo nos dias mais frios.

    Compramos também alfajores e doce de leite argentino.


    Curiosidades

    • Quando você olha a imagem do aeroporto no Google Earth fica com medo de cair na água, mas na realidade o aeroporto internacional tem uma pista bem comprida, com cerca de 3 Km. O avião para e ainda sobra muita pista pela frente. Dizem que esse tamanho de pista foi precaução. No aeroporto anterior, vários aviões caíram na água.
    • Apesar das placas onde se diz "Ushuaia - Fim do Mundo" ou "Capital do Fim do Mundo", ainda existe uma localidade mais austral, Puerto Williams, no Chile. No entanto, essa teve origem numa base militar e não deve ter mais do que 2 mil habitantes.
    • Ushuaia oferece várias opções de cursos de espanhol para quem deseja realizar intercâmbio lá. Apesar da distância pareceu ser bem interessante.
    • Ushuaia também é ponto de partida para expedições até a Antártida, que são bastante caras.

    sexta-feira, 9 de outubro de 2009

    O que fazer em 2 dias em: El Calafate

    A ideia desse assunto veio quando constatei que na grande maioria das minhas viagens eu passei de dois a três dias em determinada cidade. O fato é que dois dias podem não ser muito, mas, com disposição e organização, creio ser possível aproveitar intensamente a estadia em um lugar. O primeiro lugar escolhido para essas dicas é El Calafate, na Patagônia Argentina.


    Localização
    A cidade fica na Patagônia Argentina, dista mais ou menos 700Km de Ushuaia, sobre a margem do Lago Argentino. É um lugar pequeno, com cerca de 20 mil habitantes e uma falta absoluta de mulheres (segundo os guias locais). O clima é frio, seco e ventoso. A cidade virou ponto turístico porque é a mais próxima do Glaciar Perito Moreno, um dos maiores (senão o maior) do mundo.

    Sobre a cidade
    O nome da cidade tem origem em uma frutinha típica da região, colhida dos arbustos que crescem em todos os lugares por ali. A frutinha lembra o blueberry, mas não sei dizer se é exatamente a mesma coisa.
    A cidade é pequena. Tem uma longa avenida principal, onde fica praticamente tudo o que você precisa: hotéis, restaurantes, lojas, agências de turismo, locadoras de carros. (Quase) Impossível se perder.


    Onde ficar
    A rede hoteleira é boa, chegando à cidade você verá hotéis por todos os lados. Nós ficamos no Sierra Nevada Hotel, um lugar aconchegante, com vista para o lago, acomodações muito boas, limpas, sempre com um cheirinho agradável e com internet disponível de graça aos hóspedes.

    Quando ir
    Aconselho o verão. Os dias são longos, anoitece próximo das 22h e é possível desfrutar dos passeios nos glaciares, a principal atração. Durante o dia, apesar do vento é possível usar manga curta (a média de temperatura em janeiro é de 18,2C). À noite esfria bastante.

    O que fazer em 2 dias:

    1) A grande atração é o Glaciar Perito Moreno: fica a cerca de 80Km de El Calafate, dentro do Parque Nacional de Los Glaciares, chega-se por estrada asfaltada. Caso você viaje até El Calafate sem que seja através de pacote fechado, o melhor é contratar um passeio em uma das várias agências de turismo da cidade. Ou alugar um carro. O Glaciar é lindo e para quem não gosta de caminhar não há problema. Você desce do ônibus, faz uma trilha rapidinha por caminho totalmente demarcado e lá está ele: uma visão rara e grandiosa. Em tempos de aquecimento global, talvez o melhor seja visitar esse tipo de atração enquanto ainda é possível vê-la, muito embora os comentários sejam de que este glaciar específico não está diminuindo.


    2) Trekking no Gelo: No Parque, é possível fazer pelo menos dois passeios diferentes. Um passeio de barco, que chega pertinho do Glaciar ou uma caminhada no gelo sobre o glaciar.
    Optamos pela caminhada, que dura cerca de 1 hora. Você coloca grampões e segue com um grupo e um guia caminhando sobre o glaciar e ouvindo a história. Não é possível caminhar sem guia, porque é preciso saber onde pisar ou a queda pode ser bem feia.

    3) Saborear o sorvete patagônico: muito bom
    4) Comprar geleia de calafate em uma das inúmeras lojinhas de artesanato local
    5) Visitar o Museu Regional de Calafate: ele não fica na rua principal, mas é fácil de ser encontrado, basta perguntar no hotel. A visita dura cerca de 1 hora e é possível conhecer um pouco mais sobre a história da região além de ver material arqueológico.
    6) Caminhar até o fim da cidade (não é uma caminhada tão longa assim) e sentir-se perdido no fim do mundo (a sensação de deserto te dá uma real visão de fim do mundo, maior do que a que você sentirá em Ushuaia).
    7) Sentar ao sol à beira do Lago Argentino e sentir o ventinho que deve vir do pólo sul batendo no rosto.


    8) Para quem for ao Perito Moreno e ainda sentir vontade de ver outros glaciares, pode utilizar o segundo dia para um passeio de dia completo a outros glaciares. É um passeio de barco que passa pelos Glaciares Upsala e Spegazzinni. O passeio também pode ser contratado em uma agência de viagens local.

    quinta-feira, 24 de setembro de 2009

    Censuraram a vovozinha

    O Brasil é visto aos olhos do mundo como um país liberal. Mas esse mesmo país no qual as mulheres desfilam pelas praias com seus biquinis minúsculos e no qual adolescentes de 12 anos "ficam" ou "se pegam" em festinhas de garagem, rejeita um comercial de TV em que uma avó sugere que a neta (adulta) faça sexo. O comercial em questão é das sandálias Havaianas e, honestamente, da forma como o diálogo foi colocado não parece nem um pouco ofensivo.

    O enredo polêmico é o seguinte: Ao verem o ator Cauã Reymond em um restaurante, o diálogo entre avó e neta se desenrola mais ou menos assim:

    Avó - Você tinha que arrumar um rapaz assim.
    Neta - Não sei, casar com artista deve ser chato.
    Avó - Mas quem falou em casamento? Estou falando em sexo.

    Abaixo o vídeo: 


    Lógico que a dita rejeição do público pode ser uma jogada de marketing. O comercial continua disponível no YouTube e a própria atriz que interpreta a avó avisa, em novo comercial, que ele foi retirado devido às críticas, mas que continua disponivel na internet. Até porque, modernamente falando, ele é totalmente possível. Para quem ainda não sabe, acabou-se a era das vovozinhas que ficavam em casa tricotando e cuidando de netos. Graças a Deus, hoje as avós fazem ginástica, viajam, navegam na internet, namoram, tem o direito de achar garotões bonitos e, principalmente, conseguem conversar com suas netas sobre quase qualquer assunto. Em um país que está envelhecendo, inserir o idoso na sociedade e entender que ele pode apreciar o mesmo que um jovem não é nem uma questão de respeito ao próximo. É uma necessidade do mercado de consumo.

    O que posso dizer apenas é que para um país que se considera super-democrático e que assegura a liberdade de expressão no capítulo dos direitos fundamentais da Constituição, essa suposta rejeição do público e a abertura de um processo no Conar (conselho que regulamenta a publicidade) contra o anúncio é no minimo intrigante. Será que somos assim tão hipócritas?

    quinta-feira, 17 de setembro de 2009

    Sobre não saber o que se quer

    Existe um texto que circula na Internet, chamado "Wear Sunscreen" que teve tradução do Pedro Bial há uns 3 ou 4 anos e virou febre na época de Natal daquele ano. Eu sempre preferi o original em inglês. O texto foi uma coluna publicada no Chicago Tribune em 1997 e, mais tarde, foi transformado em música. A lógica do texto é trazer uma série de conselhos para a vida, como se fosse um discurso de formatura para quem está está saindo da escola e entrando na vida. Gosto do texto inteiro, mas uma das partes que particularmente me chama a atenção é o trecho abaixo.

    Don't feel guilty if you don't know what you want to do with your life. The most interesting people I know didn't know at 22 what they wanted to do with their lives, some of the most interesting 40 year olds I know still don't.

    Numa tradução não literal (de uma não especialista em inglês), seria algo como "não se sinta culpado se você não sabe o que quer de sua vida. As pessoas mais interessantes que eu conheci não sabiam aos 22 anos o que queriam. Algumas das pessoas mais interessantes que eu conheci ainda não sabem aos 40".

    Quanto mais envelheço, e principalmente nessa época do ano em que inscrições para o vestibular estão abertas, mais acredito ser cruel um adolescente de 17 anos ter que escolher a profissão que quer para o resto da vida, sem nunca ter trabalhado e sem ter experiência nenhuma do mundo prático.

    Há coisas que você vai fazer por anos até que um dia você acorda e percebe que não nasceu para fazer aquilo. Eu, por exemplo, não sei viver sem prazos. Realmente me sinto perdida sem eles, é como se estivesse navegando sem saber onde vou chegar. Então, em qualquer atividade onde eu não tenha metas e datas bem definidas me perco. Talvez seja uma das razões pelas quais me adaptei tão facilmente à advocacia. O advogado convive diariamente com metas e prazos, "sem choro, nem vela". Perdeu, azar o do seu pobre cliente. Só que eu não me conhecia suficientemente aos 16 anos, quando tive que escolher uma profissão para saber disso. Com 16 anos, eu sabia (e posso reafirmar porque mantenho meu diário da época) apenas:

    • que eu odiava hospitais, então não podia ser médica, enfermeira, bioquímica ou dentista;
    • que eu não podia ser professora (o que excluiu todos os cursos na área do magistério), porque ia ganhar muito pouco e aí não poderia viajar;
    • que eu não queria ser advogada porque era muito tímida e advogados precisam falar;
    • que eu não podia ser jornalista porque era muito tímida e jornalistas precisam falar;
    • que eu não podia fazer nada na área comercial porque não vendia nem rifa;
    • que eu não poderia ser juíza porque não seria capaz de decidir sobre a vida das pessoas;
    • que eu escrevia bem;
    • que eu ia bem na escola em todas as matérias, exceto educação artística;
    • que eu era muito descoordenada em qualquer esporte para cursar educação física;
    • que eu queria fazer um curso de 4 anos, pra poder me formar jovem e comprar um carro;

    Então, falando sério, que capacidade tinha eu para decidir que curso fazer? Eu cheguei a fazer um psicotécnico e o resultado foi "é, realmente você está indecisa". Tenho consciência de que nem todos os adolescentes são como eu era, mas são muito poucos aqueles que escolhem uma profissão para a vida inteira aos 17 anos. Então, se eu pudesse deixar um legado para a humanidade (embora eu não esteja tão velha assim pra pensar que seja meu único legado) eu diria para não escolher uma profissão ao terminar o 2º grau. Trabalhe, faça inglês e vá cuidar de crianças por um ano no exterior ou se tiver que escolher, escolha qualquer coisa, mas não tenha medo de trocar com 2 anos cursados. Aliás, não tenha medo de mudar nunca, se for para fazer algo que gosta. Para algumas pessoas, a ficha vai cair com 20 anos. Para outros vai cair só depois dos 30, 40, 50. Mas talvez as pessoas mais fascinantes sejam mesmo aquelas que não sabem o que querem.

    sábado, 12 de setembro de 2009

    Chuva que não acaba mais

    Chove há 5 (cinco) dias praticamente sem parar não só em Porto Alegre, mas em todo o estado do RS. Claro que isso faz com que a maioria das pessoas esteja de péssimo humor. Mas se serve como alento, nem Porto Alegre, nem nenhuma cidade gaúcha estão entre as mais chuvosas do mundo. Minha lista não é científica, mas talvez a quantidade de dias de chuva dessas cidades possa nos fazer pensar que somos felizes.

    1) Lloró, pequena cidade da Colômbia, é provavelmente a cidade mais chuvosa do mundo, em quantidade de precipitação (a média é de 13.300 mm por ano). Tutunendo, cidade que localiza-se no mesmo departamento tem uma média de 280 dias de chuva por ano.

    2) Bergen, na Noruega, é uma cidade linda, mas com uma média de 250 dias de chuva por ano também é tida como a mais chuvosa da Europa.

    3) Seattle (EUA) é conhecida como uma cidade em que chove muito. Na realidade, não chove muito em quantidade, tanto que a cidade não consta de estudo que listou as 10 cidades mais chuvosas dos Eua. A questão é que Seattle apresenta nada mais, nada menos, que uma média de 226 dias nublados ou chuvosos por ano. O recorde em dias consecutivos de chuva da cidade é de 33, em 1953.

    4) Vancouver (Canadá) é bastante próxima a Seattle, também fica na costa do pacífico, junto ao litoral. A cidade tem fama de chuvosa, mas possui uma média de apenas 166 dias de chuva anuais. O problema é que entre novembro e março, não é incomum que haja 20 dias consecutivos com alguma quantidade de chuva. Constatei isso pessoalmente quando fiz intercâmbio lá há alguns anos. Em praticamente todos os dias ao menos garoava. E se havia um dia de sol, no dia seguinte você tinha uma certeza: iria chover.

    5) Cherrapunji (Índia), é detentora de dois recordes em matéria de chuva: a maior quantidade de chuva em um único ano (22.987 mm em1861) e a maior quantidade de chuva em um único mês (9.299,96 mm em julho de  1861). Os recordes são antigos, mas pelo que se sabe a cidade continua chuvosa. Outra cidade indiana, Mawsynram, disputa com Cherrapunji o título de mais chuvosa da Ásia.

    6) Ketchikan, Alasca (EUA). Se você ficou impressionado com os 33 dias de chuva consecutivos de Seattle, ainda não viu nada. Em Ketchikan há um recorde 101 dias consecutivos de chuva, também em 1953. Para quem nunca ouviu falar da cidade, é a quinta mais populosa do Alasca (7.368 habitantes em 2007) e a cidade mais ao sul do estado americano. Acho que não é difícil entender porque tem pouco mais de 7 mil habitantes.

    7) Calçoene, no Amapá, município na região do Oiapoque, com 7 mil habitantes e com uma precipitação média anual de 4.165 milímetros é a cidade mais chuvosa no Brasil. Segundo estudo da Embrapa, entre janeiro e junho, são registrados mais de 25 dias de chuva por mês.

    Enfim, depois disso estou bem mais animada com meus 5 dias de chuva!

    segunda-feira, 7 de setembro de 2009

    Caminhar, caminhar e caminhar


    O mapa da caminhada


    A primavera chegando
    A bifurcação

    Partimos com nossos amigos do Grupo de Caminhadas Moreira (GCM) saindo da Casa do Alecrim, em Canela, com o objetivo de alcançar o Rio Santa Cruz (de onde veríamos a face norte do Vale da Ferradura), em um trajeto denominado Passo Valentim-Rio Santa Cruz.

    Chegar na Casa do Alecrim é a parte fácil. Basta pegar a estrada que leva ao parque do Caracol e seguir por ela, mesmo quando o asfalto termina. A Casa está a esquerda de quem vai, bem em frente à Capela Santa Cecília. Foi ali que deixamos os carros.

    Juntamos mochilas, lanches e máquinas fotográficas e partimos, seguindo a estrada que inicia em frente à capela (ponto A do mapa). O caminho escolhido não é o tradicional. Portanto, se você decidir fazer o mesmo, esqueça a placa indicativa do Vale que existe em frente à Casa do Alecrim. Siga a estrada que inicia na capela. Se quiser o caminho fácil, esqueça tudo o que vai ler e siga as indicações das placas.

    Após cerca de 6 Km, você verá uma ponte, que acompanha um córrego à esquerda. Impossível chegar de carro até ali, só caminhando mesmo. Atravessamos a ponte e seguimos até o final dessa estradinha. Ali, viramos à esquerda e continuamos. Se seguíssemos reto, dali a uns 9 Km chegaríamos ao Vale da Ferradura. Caminhada para bravos, principalmente se considerarmos que ainda havia o retorno! Mas seria o caminho mais fácil e a vista, dizem, recompensa.

    Por isso mesmo, optamos por seguir a indicação de um morador do local. Após caminhar mais ou menos 6 Km, passamos por uma casa com uma pequena igreja ao lado (identificada por uma cruz a frente). Mais uns 400m e chegamos a uma bifurcação à direita, bem em frente a uma casa verde. Seguimos por ali, sempre reto. Passamos por duas cercas e chegamos a um ponto mais úmido, onde a estradinha se transformava em trilha mesmo. Segundo as indicações, se seguíssemos por ali mais um pouco chegaríamos ao rio pelo alto, de onde veríamos uma cascata. É possível descer, porém, não é uma descida fácil, segundo os moradores. Dado o avançado da hora, decidimos retornar antes de alcançar esse pedaço. Acabamos caminhando uns 20Km no total. Com muita alegria chegamos novamente à Casa do Alecrim, onde nos esperava um café com bolo e biscoitos. Destaque para o chá de sabor cítrico que é o segredo da proprietária. Adorei.

    Da caminhada duas lições:
    - Existe uma entrada, pouco antes de São Fracisco de Paula (na estrada entre Canela e São Chico) que nos levaria mais ou menos ao ponto
    - Dificilmente se consegue chegar nesses pontos mais desconhecidos sem informação dos moradores locais (no final da caminhada, nossos amigos conseguiram essas informações, mas isso já no retorno). Só pelos mapas da internet não foi possível chegar.

    A esse ponto, você pode pensar que o passeio foi uma indiada. DE MODO ALGUM. Pra quem pertence a um grupo de caminhadas e adora isso, o importante é caminhar com os amigos, ouvir o som dos pássaros, dos córregos, (tá, bom ajudamos a alimentar mosquitos também), sair do barulho da cidade, ter o contato com a natureza, desestressar e encontrar gratas surpresas. Enfim, caminhar é isso, então cumprimos nosso objetivo e voltamos com baterias recarregadas. Da próxima vez chegamos lá!