terça-feira, 6 de novembro de 2012

1 ano e 8 meses

Esse mês houve um baita aumento no número de palavrinhas que o guri fala. Ele também passou a repetir mais o que a gente fala. E para qualquer coisa agora é "esse é mamãe" ou "esse é papai" ou "esse é nono" ou ainda o "esse titio". Ou seja, qualquer, mas qualquer objeto mesmo tem que pertencer a alguém.

Por essa razão, torna-se tarefa difícil ficar descalça na sala de casa. Daqui a pouco lá vem ele, carregando meu sapato e dizendo "esse mamãe". Mas carros, só podem pertencer ao papai ou ao nono. Pra ele, mamãe não tem carro, só sapato, brinco e relógio.

Aliás, deve ser já o efeito da testosterona o fascínio que um carro exerce sobre ele. É capaz de ficar horas sentado no banco dianteiro mexendo na direção, no câmbio, no rádio e nos piscas. Fica realizado girando a direção e dizendo "brummmmm". E não é fácil enganá-lo pra tirá-lo de lá, não. Se eu digo, vamos voltar pra pegar a chave do carro, quando ele chega em casa procura a chave até encontrar e me dá pra voltar pra garagem.

Desisti de fazê-lo dormir a noite inteira em sua cama. Azar, quando crescer ele aprende. Podem me crucificar todas as educadoras de crianças, mas eu não podia mais aguentar o olhar dos vizinhos de cima e de baixo no dia seguinte com o choro a 1h da manhã. O de cima, sequer me cumprimenta (ele sempre foi chato mesmo) e o de baixo olha pro guri com jeito de "vou te esfolar criança". Depois dizem que mulher sozinha é que tem mau humor. Pra desmentir mais esse mito, meus dois vizinhos são homens de meia idade e moram sozinhos.

Por sinal, dias atrás o vizinho de baixo me veio com um conselho "que a criança chora porque vai dormir muito cedo". Na realidade, com o horário de verão, o guri vai dormir lá pelas 21h30min, o que não é exatamente cedo pra uma criança de 1 ano e 8 meses. Mesmo indo dormir mais tarde, tem um determinado horário na madrugada que ele acorda. Volta a dormir de novo, mas inevitavelmente acorda e se agita. Lógico que fiquei com vontade de perguntar "por um acaso você tem filhos?", mas apenas dei uma risadinha e suspirei.

Aliás, a idade está me deixando sem paciência pra dar explicações. Pense o que quiser e entre com uma medida cautelar contra mim quem se sentir incomodado. Pelo menos não vou ter custo com advogado.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Passeio no Pampa Safari

 Um passeio que pode ser bem interessante para crianças na região metropolitana de Porto Alegre é o Pampa Safari, em Gravataí. O parque tem uma área de 320 hectares, com mais de 2.000 exemplares de animais. Esses animais são observados "in natura", ou seja, não ficam em jaulas. Por esse motivo, o caminho é percorrido no carro, não é possível descer. Em algumas ocasiões você pode ter que parar para esperar que uma ema desocupe a estrada.

Existem zebras, camelos, hipopótamos, cervos, flamingos, emas, avestruzes, capivaras, antílopes, lhamas, macacos-prego, búfalos, cisnes e pavões.

O custo da entrada do parque é por veículo, ou seja, não importa quantas pessoas estão dentro do automóvel, o custo será o mesmo. Há um custo diferenciado para micro-ônibus.

Depois que o "safari" termina, é possível estacionar o carro e visitar o chamado museu ao ar livre, com locomotivas e trens antigos, bondes que circulavam em Porto Alegre e tanques de guerra. Também há uma pracinha, uma mini-fazendinha e alguns jardins, um deles com uma enorme estátua de Buda e outro com uma de dinossauro.

Quando menina, visitei o parque e fiquei um pouco desapontada apenas com o estado em que se encontra. As locomotivas e bondes estão se deteriorando, velhos e enferrujados. A infra-estrutura da lancheria também é um pouco precária. Há apenas biscoitos e salgadinhos prontos, embora se possa pedir que seja feito um cachorro-quente ou uma torrada. Creio ser mais agradável e divertido para as crianças programar um piquenique (há umas poucas mesas próximas à pracinha) do que esperar pela lanchonete.

De qualquer modo, as crianças se divertem vendo os bichos e com o playground da pracinha. Como eles vivem muito fechados em apartamentos, pelo menos podem aprender a reconhecer determinados bichos e que esses não têm botão de liga e desliga. Mesmo o meu pequenino, que tem 1 ano e meio, gostou bastante do "bambi" que ele chama de "bei". Juntando a criançada num piquenique, então, dá pra passar uma tarde divertida e com custo baixo.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Ugun

Com 1 ano e 7 meses, o fascínio do meu bebê voltou-se quase que exclusivamente para o objeto que ele chama de "ugun". Trata-se da máquina de lavar roupa. O guri é louco por ela, se deixar fica horas olhando-a lavar, enxaguar e centrifugar. Se está desligada, ele quer pegar a roupa e colocar lá dentro, porque, segundo seu raciocínio, assim, ela voltará a funcionar.

Agora ele consegue não apenas subir, mas descer a escada, segurado pela mão. Está começando a atinar também que pode subir a escada com os dois pés. Até então, ele dava um passo, colocava o pé no mesmo degrau e só então subia o outro.

Estamos tentando fazer com que aprenda a pilotar um triciclo, mas ele não tem paciência pra ficar muito tempo sentado nele. Prefere empurrar. Prefere, na verdade, qualquer brincadeira que envolva rua e corrida. E está aprendendo a chutar a bola. Pega suas duas bolas e se encaminha pra porta quando quer sair.

Não percebi grande evolução silábica no mês. Uma meia dúzia de palavras novas apenas. Algumas ele fala uma vez e depois nunca mais, como "pota" (porta). A pediatra diz que nos meninos isso é assim mesmo.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

1 ano e meio

É inacreditável como o tempo voa quando você tem uma criança pra cuidar. Parece que foi ontem que eu cheguei em casa com um bebezinho de 49cm. Hoje esse bebezinho é um bebezão com quase o dobro desse tamanho.

Nos últimos dois meses, os dentes se multiplicaram. Há dois meses, ele tinha apenas 6 dentes. Agora já são 11. Já apontaram 3 dos 4 pré-molares, o que faz com que as mordidas estejam cada vez mais perigosas. Qualquer hora, um dedo meu será arrancado.

No último mês, adquiriu a habilidade de subir escadas quase sozinho. Basta segurá-lo por uma das mãos agora e ele praticamente vai. O resultado é a resistência em utilizar o elevador. Um dos comportamentos indesejados que tem se intensificado, aliás, é a chamada birra. Não adianta mais apenas fingir que estou indo embora. Quando ele quer ficar em determinado lugar, muitas vezes grita e se joga no chão, o que é meio caminho para o castigo. Não tenho muita paciência pra esse tipo de comportamento. Havendo possibilidade, quando isso acontece ele vai pra casa e fica sentado, pensando no que fez. E incrivelmente ele fica sentado.

Por outro lado, ele é uma criança super carinhosa, que chega, abraça a gente, faz carinho, pula nas nossas pernas. E na escolinha dizem que é "super educado" e come sozinho sem fazer sujeira. Difícil de acreditar. Em casa ele até come sozinho, mas em regra, dou uma colher na sua mão, ele fica remexendo a comida, mas come mesmo quando eu lhe dou com a minha colher. Talvez até comesse sozinho, porém me falta paciência para esperar por enquanto.

Andei lendo em sites que espera-se que a criança aos 18 meses possua um vocabulário de cerca de 50 palavras e seja capaz de juntar duas palavras, como "quero colo". Meu filho ainda não tem essa habilidade frasal. Diz apenas uma palavra para expressar o que quer. Ultimamente a palavra preferida tem sido "bua" (rua).

Contei as palavras que diz e não consegui somar as 50 também. Creio que fale umas 30, contando com os sons ininteligíveis, como "adita" que parece se referir a canetinha (hidrocor), que ele adora, e "dish" (lixo). Talvez não fale porque não lhe interessa, uma vez que entende praticamente tudo e tem boa memória. No supermercado, é capaz de encontrar cenouras, batatas e bananas quando eu peço para me mostrar, dizendo "aí" ou "ali". Dias atrás, eu estava guardando a roupa limpa (minha, dele e da casa) e pedi para que segurasse uma toalha de rosto. Para minha surpresa, ele pegou a toalha e levou para o banheiro, colocando-a no armário no exato lugar em que eu guardo as toalhas de rosto.

A sabedoria popular diz que meninos são mais enjoados pra falar que meninas. Estou começando a achar que é verdade, entretanto, por via das dúvidas, vou questionar a pediatra sobre isso na próxima consulta.

domingo, 16 de setembro de 2012

Desfecho

Espero que esse post encerre o assunto que iniciei aqui e depois continuei aqui.

O fato é que, não conformada com as duas opiniões anteriores, marquei com uma terceira médica mastologista, essa bastante conhecida e conceituada. Fui atendida inicialmente por seu assistente que já me adiantou que eles creem que "a melhor cirurgia é aquela que não necessita ser feita".

De cara, senti mais confiança. Graças aos céus havia encontrado alguém que entendia que uma cirurgia só deveria ser feita em casos imprescindíveis. Foi solicitado novo exame, com um radiologista que trabalha no mesmo serviço que essa médica.

Então, durante o exame, a revelação: nada foi encontrado. O nódulo havia simplesmente desaparecido. Há tempos que eu já não o sentia, mas como no último exame a radiologista havia dito que ele continuava lá, não questionei o diagnóstico.

Qual o mistério? Não se sabe. O radiologista que me examinou por último disse que um nódulo categorizado como IV-b não desaparece espontaneamente, então, ele acredita que houve um erro de categorização no primeiro exame. Mas IV-b ou não, ele sumiu.

Não quero aqui que pensem que devemos duvidar de todos os diagnósticos médicos, porém, no meu caso, a dúvida e a minha resistência em operar algo que havia sido biopsiado como benigno acabou me livrando de uma cirurgia, de uma anestesia e de todas as suas possíveis implicações. Então, a lição que fica é a de não aceitar o primeiro diagnóstico, pesquisar e encontrar alguém com que você realmente se sinta confortável.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Aprendendo a usar o peniquinho

Talvez ainda seja muito cedo para tirar as fraldas de uma criança de 1 ano e meio, mas o meu gurizinho começou a dizer "cocô" quando fazia o número 2. Então, achei que poderia orientá-lo a ir pro peniquinho antes de fazer isso.

No início foi muito difícil. Ele odiou o peniquinho, não queria sentar nele de jeito algum. Nem a musiquinha ajudou.

Então, deixamos lá num canto e sempre perguntávamos antes do banho se ele queria usá-lo (pra ele o líquido e o sólido são a mesma coisa: cocô).

Depois de mais ou menos uma semana, ele pediu para sentar no vaso de gente grande. Seguramos ele lá e ele começou a pelo menos fazer o xixi antes do banho lá. Depois disso, começou a fazer nos dois lugares: no vaso e no penico. Ultimamente tem anunciado quando faz o xixi na fralda e se perguntamos se quer fazer no peniquinho, ele faz força e o xixi vem. Claro que a maioria do xixi ainda fica na fralda, mas ele já está adquirindo a consciência de que existe um lugar pra fazer aquilo.

Também já vínhamos fazendo o seguinte depois do cocô: eu tirava a fralda e o levava comigo até o banheiro para que ele me visse despejar o número 2 no vaso sanitário e dar a descarga. Esse procedimento exerce, por incrível que pareça, fascínio numa criança de 1 ano.

Então, hoje, pela primeira vez, consegui com que fizesse o número 2 no peniquinho. Ele ficou muito faceiro com isso.

Não pretendo tirar a fralda ainda, vou esperar mais para o verão, mas se ele já consegue entender o que deve usar, creio que não será tão difícil.

domingo, 19 de agosto de 2012

1 ano e 5 meses

Impressionante como ao longo do último mês, meu filhote fez vários avanços silábicos. Claro, ele só fala aquilo que lhe interessa, mas é bonitinho de vê-lo se comunicando.

Aprendeu a dizer "esse" para o objeto que está escolhendo. Também diz "aqui" ou "ali" para mostrar onde está determinada coisa ou pessoa. Já fala direitinho "papai" e "mamãe". Também diz "mãe" e atira objetos no chão apenas para dizer "caiu".

Ele tem palavras (embora não corretas) para mostrar o que quer: "adi" significa "abre", "muma" significa "arruma", "ninina" é "menina" e "au" seguido de um abano é "tchau".

"Din don" é o balanço da pracinha. Ele ama ir pra pracinha. Pega a chave, corre pra porta e diz "din don". Não sei como ele aprendeu, mas sobe sozinho no escorregador. Quando chega lá em cima, senta direitinho. O único problema é escorregar propriamente. Ele ainda se desequilibra pra escorregar e a gente tem que ficar de olho.

Também aprendeu a dizer "cocô" quando enxerga sua fralda suja. Aliás, quando faz cocô, ele chega perto da gente e anuncia. O próximo passo é fazê-lo dizer isso antes de sujar a fralda.

Não sei se com todas as crianças é assim, mas o espertinho testa cada vez mais seus limites. Se antes ele parava quando a gente dizia "não", agora ele sabe que é "não", mas faz mesmo assim, encarando. Obviamente que ele aprendeu o significado da palavra castigo. Não tem sido muito eficiente deixá-lo sentado num cantinho, como as psicólogas orientam, já que ele é muito inquieto. Mas colocá-lo no quarto e fechar a porta por 1 minuto, tem ajudado bastante. Ele volta bem comportado.

Essa coisa do castigo, aliás, tem-me feito passar por situações embaraçosas na rua. Nós o ameaçávamos dizendo que se fazia algo errado era "pá". Pois agora, na rua ou no supermercado, quando eu olho bem séria, ele imita o "pá" batendo na perninha. As pessoas devem pensar que o coitado é espancado em casa.

Ele está naquela idade em que faz escândalos, esperneando quando contrariado. Hoje mesmo, na rua fez dessas. Quando faz isso, não cedo para ele ficar quieto. Eu o retiro do lugar onde está falando baixo, mas bem sério. Não sei se é o melhor remédio, mas sempre odiei criança birrenta e prefiro os olhares de reprovação do que filho mal-educado.

A questão toda é que o mau humor e sua birra são na maioria das vezes em casa. Na pracinha, ele brinca direitinho, não tira brinquedo das outras crianças, fica ao lado, esperando a sua vez. Sabe repartir os brinquedos. Quando quer brincar com algo, ele dá uma coisa sua em troca. O problema é que ele simplesmente não gosta de voltar pra casa, como se o lugar em que mora fosse o consultório do dentista.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Honrarias olímpicas

Seguindo o exemplo do post de 2008, fecho aqui o balanço de Londres com os vencedores nas categorias do blog:

Medalha "já não vi esse filme antes?": para seleção masculina de futebol - sem comentários adicionais.

Medalha "já não vi esse filme antes? - parte 2": para Fabiana Murer e o vento que não a deixou passar de 4,55m.

Medalha "eu continuo sendo o cara": para Usain Bolt que parece não ter percebido o tal vento e quebrou todos os recordes olímpicos  das provas em que participou.

Medalha "eu não sou mais o cara": para César Cielo que dominou a prova dos 50m da natação nos últimos quatro anos e deixou pra perder justo na olimpíada.

Medalha "a injustiçada da olimpíada": para a pobre esgrimista coreana Shin A. Lam que perdeu uma luta em que faltava um segundo para o fim (houve 3 reinícios, que levam mais do que 1s e o cronômetro permaneceu travado) e ficou sentada na pista por mais de 40 minutos, aos prantos.

Medalha "escolhendo adversário": para a seleção feminina da Noruega de handball que se fez de morta, classificando-se em 4o na chave e derrotou o Brasil, que tinha sido 1o nas quartas de final quando este chegou a estar a frente por diferença de 6 gols.

Medalha "a gente veio pra semifinal": pra delegação de natação brasileira que parou quase inteira nas semifinais.

Medalha "o chorão da olimpíada": para o dominicano Félix Sanchez, de 37 anos que ganhou os 400m com barreira e chorou desconsoladamente no pódio

Medalha "cena marcante": para a troca de número de identificação entre Kirani James e Oscar Pistorius (o atleta amputado, que corre com próteses) na semifinal dos 400m rasos. Nesse caso, o vencedor

Medalha "a persistência é a alma do negócio": Pra seleção de basquete da Lituânia (já falei deles aqui em 2008), a única seleção que conseguiu fazer alguma frente pro basquete dos EUA, por algum tempo.

Medalha "sem pudor": pra atleta tcheca flagrada tirando a calcinha em pleno estádio olímpico.

Medalha "se fazendo de morto", para os quartos colocados que saíram campeões ao final: feminino do Brasil no vôlei, handball feminino da Noruega, Arthur Zanetti (que tinha sido quarto na classificatória).

Medalha "batendo na trave" (alguns de novo): pros brasileiros Thiago Pereira, Bruno Fratus, Diogo Silva, Thiago Camilo, Maria Suelen e Marilson dos Santos. Todos ficaram em quarto ou quinto.

A frase mais cliché: "A ficha não caiu..." - dita por todos os brasileiros que ganharam uma medalha.

Segunda frase mais cliché: "Não sei o que aconteceu." - dita por quase todos os brasileiros que perderam.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Pitaco olímpico

Tenho bem mais interesse por esporte olímpico do que de futebol, então, apesar de não ser especialista, sinto-me habilitada para dar meus pitacos aqui de quatro em quatro anos.

Quem costuma acompanhar Olimpíada sabe que sempre se falou no baixo número de medalhas trazidas pelos atletas brasileiros relacionando tal fato à falta de investimento no esporte olímpico e à falta de infra-estrutura de treinamento.

Creio que esse mito foi definitivamente derrubado. Nunca se investiu tanto em esporte no país como no último ciclo olímpico, os sites de notícias não param de anunciar. O problema é que não basta só dinheiro. É necessário dinheiro bem empregado. Como somos campeões da modalidade de mau uso do dinheiro público, por que seria diferente no esporte? Nesse ano, foi montada uma superestrutura para os atletas em Londres. A pergunta é: de que adianta superestrutura dias antes dos jogos?

Iniciativas como bolsa-atleta são interessantes, mas o maior volume de dinheiro deveria ser investido mesmo em educação. E quando falo em educação, falo em escolas com infra-estrutura decente e não onde faltam até mesmo vidros e portas. Escolas que tenham computadores, mas também tenham quadras esportivas e ofereçam esportes como atividades extraclasse aos alunos. Aliás, que ofereçam outras atividades pra quem também não gosta de esporte, como música. Isso sim, traria a transformação social que se almeja, porque colocaria foco na cabeça de crianças e adolescentes que hoje estudam em um turno e no outro ficam por aí. E desse volume de gente é que uns poucos se sobressairiam e aí, sim, teriam apoio pra fazer disso uma profissão.

Mas isso é sonho.

A realidade é que tivemos bons e maus exemplos nesses últimos jogos. Não vou falar aqui de atleta que amarela, porque em toda seleção há atletas que falham. O nosso problema é ter poucos atletas bons o bastante pra ganhar medalha. Se o volume fosse maior, a falha de um ou de um time, não teria tanto peso.

Talvez seja cedo para dizer, mas me parece que o boxe está fazendo bom uso do investimento. Saltamos de nenhuma representatividade para 2 medalhas e outras tantas quartas de final. O judô parece ter feito uma preparação adequada e também teve resultados bem mais significativos, principalmente no feminino, do que em outros jogos.

Já não se pode dizer o mesmo da natação. Creio que o único nome novo com representatividade surgido nos últimos quatro anos (apesar de não ganhar medalha) foi Bruno Fratus. Quase a totalidade da delegação piorou seus tempos pessoais nessa olimpíada. Isso só pode significar uma coisa: preparação mal feita, afinal a maioria dos atletas costumam melhorar marcas pessoais nos jogos. Se quase uma delegação inteira piorou é porque algo está errado.

Ginástica é um caso a parte. Existe uma richa na confederação da categoria formada pelos atuais dirigentes, que defendem que o monopólio do esporte permaneça com determinados clubes (como o flamengo) e os antigos, que defendiam a manutenção de uma seleção permanente. Quando houve a mudança de dirigentes, os técnicos estrangeiros foram embora, o que pode explicar a questão da ausência de renovação na seleção feminina. Aliás, achei muito legal a medalha de ouro não ter saído de um desses clubes de peso (lembrem-se que os irmãos Hypólito e Jade Barbosa são atletas do flamengo) e sim de um atleta que há bem pouco tempo só recebia apoio da prefeitura de sua cidade. Mostrou que o atleta pode ser vencedor, apesar da sua confederação. Antes da competição iniciar quem entende de esporte sabia que se alguém tinha alguma chance na ginástica era o Zanetti e não o Hypólito.

Lembro que uma vez Oleg, o ucraniano que treinava a seleção feminina de ginástica, ter dito que não se fazia uma seleção de ginástica com 5 meninas boas, já que as lesões no esporte são muito comuns. Países como a China tinham 100 em condições, de modo que uma ginasta poderia ser substituída às vésperas da competição sem grande prejuízo. Talvez seja uma lição que a gente tenha que aprender em vários esportes.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Ah, os médicos...

Desconfio que em breve os médicos de Porto Alegre alertarão suas secretárias para que não me deixem agendar consultas com eles, mas enquanto isso não acontece, continuo com minha campanha pela humanização da medicina que iniciei no post A angústia da espera.  Poderia até dizer que esta é uma parte 2 daquela explanação.

O fato é que, passados 6 meses daquele post, finalmente fui consultar outro mastologista para pedir uma segunda opinião sobre operar ou não o nódulo (supostamente benigno) que tenho no seio. Desta vez escolhi uma mulher, acreditando que ela valorizaria mais o pedaço do meu seio que querem arrancar.

Ela foi simpática, atenciosa, etc, mas disse exatamente essas palavras: "não tenho a menor dúvida de que tem que operar". Pior: elogiou o ser antipático que me atendeu em janeiro, dizendo que eu deveria fazer a cirurgia com ele, porque ele é ótimo. Super ética, não me quis como paciente, me mandou de volta pro bossal!

Juro que estou começando a acreditar que eu deva ter um karma de outra vida com o bossal!

O problema dos médicos (e tenho uma irmã médica) é justamente acreditar que basta o cara ser tecnicamente bom pra ser um bom médico, o que, do ponto de vista do paciente, é uma inverdade. Do nosso ponto de vista, pro cara ser bom, ele tem que ser um pouco mais que isso. Valorizo atitudes como atenção, saber ouvir e demonstrar um mínimo de interesse pelo meu conforto e bem estar. Médico interessado em operar na sexta-feira de tarde, pra me deixar dormir no hospital, porque ele tem mais o que fazer do que esperar 3 horas lá pra me dar alta, não tem a menor chance comigo... Pessoas que retiram tumores saem do hospital no mesmo dia, por que eu, que vou tirar um pedacinho de nada, tenho que dormir lá?

Quem não gosta de gente, tem que fazer faculdade de ciências da computação, não medicina (ah, mas aí o cara não vai ter o "status").

Então, se algum doutor estiver lendo isso, aprenda. Eu vou continuar procurando um mastologista de confiança, porque está bem difícil.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

16 meses

Não sei se existe uma idade em que as crianças passam a entender as coisas, mas posso dizer que com 1 ano e 4 meses, meu gurizinho já entende pra caramba o que a gente diz. O vocabulário dele continua pequeno, mas entende tudo. Sabe quando vai passear, quando vai tomar banho, que tem que colocar babeiro pra comer, que tem que levar o prato pra pia depois de comer, enxerga o que há na mamadeira... sabe quando é xingado e o que fez de errado pra ser tratado daquela maneira.

Já sabe que precisa esperar o "homenzinho verde" aparecer pra atravessar a rua, que deve dar a mão para atravessar a rua, que chaves abrem portas e portões e que certas coisas devem ser colocadas no lixo (mas não a mamadeira dele).

Meu guri sabe mostrar seu nariz, seu umbigo, sua cabeça, sua língua e sua orelha. Mostra também a mão e o pé. Quando digo "vamos escovar os dentinhos", corre para o banheiro e espera a pasta de dente.

Já sabe mandar beijo, mas só quando ele está a fim. Não gosta de trocar fraldas, mas gosta de colocar o casaco, porque faz isso antes de ir para a rua.

Sabe o que é "cacaca" e insiste em colocar na boca mesmo assim.

E o mais bonitinho de tudo: sabe rodopiar e sambar.

domingo, 24 de junho de 2012

15 meses

Achei que quando o menino completasse 1 ano e 3 meses seu repertório de palavrinhas estaria maior, mas que nada. A única adição de palavra no mês foi o "cacaca". Para qualquer coisa agora ele diz "cacaca" antes de levar à boca. Qualquer coisa mesmo: terra, inseto, papel, seu próprio sapato, o controle remoto da TV, nada escapa.

O que estou gostando nessa fase é que os livros de histórias estão começando a chamar a sua atenção. Ele tem um livro de bichinhos de fazenda, adora folhear o livro e fazer os barulhinhos dos bichos. Minha mãe também guardou alguns livros de histórias do nosso tempo de infância que ele adora folhear.

Muito mais do que falar, seu interesse atual consiste em: subir e descer do sofá, ligar e desligar a TV sem parar, trocar de canal sem parar. Quando desliga a TV, gesticula com os bracinhos e fala "bou", de "acabou".

O que continuo não gostando é de acordar no meio da noite (logo eu, que acho que a noite foi feita para se dormir). Pois de uns tempos pra cá, o menino resolveu acordar no meio da noite e ficar acordado, se remexendo na cama. Chega a levar 2 horas para dormir novamente. Lógico que tentamos deixá-lo no próprio berço, mas aí ele fica em pé por horas. E como tenho medo que ele se jogue do berço, acabo ficando acordada também. O mais engraçado dessa história é que ele não tem dificuldade para dormir às 9h da noite, é muito tranquilo. Mas perde o sono de madrugada e aí não tem jeito.

A única coisa que faz com que ele durma uma noite completa é Hixizine (um antialérgico que dá sono). A pediatra disse que eu poderia usar por 10 dias. Foram dias melhores, mas tive que parar e aí o inferno voltou. Meu marido acha que ele é mal-educado e indisciplinado por minha causa, mas não me considero uma mãe permissiva, pelo contrário passo quase o dia inteiro xingando o guri. Deve, sim, ser castigo divino porque nunca tive a menor paciência com meninos hiperativos. Aliás, estou convencida de que mesmo com pais não-permissivos, algumas crianças são difíceis mesmo.

Ao que tudo indica o guri não vai ser daqueles que deixa a casa desorganizada. Ele adquiriu um novo hábito que é o de levar a mamadeira para a pia quando termina. Também já sabe colocar embalagens vazias no lixo. E o mais engraçado de tudo: ele pega o papel higiênico e passa no meio das pernas (por cima da roupa) como se estivesse se limpando.

Com 1 ano e três meses, foi necessário fazer o reforço das vacinas Pentavalente e Pneumo. Ele nunca tinha feito escândalo pra tomar a picada, mas dessa vez, fiquei envergonhada. Entrou na sala de vacinas e já começou a chorar. Será que ele lembra da última vez? Impossível.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Mau momento

Dias atrás me deparei com um texto que expressa muito bem o que aconteceu com minha família recentemente. Foi escrito por Cláudia Laitano, para a Zero Hora e publicado em 07.04.2012. Chama-se "Cair do Cavalo". Em resumo, o que ela comenta é que todo mundo um dia cai do cavalo (alguns literalmente).

Meu pai submeteu-se a uma cirurgia de grande porte semana passada. As primeiras 48 horas seriam determinantes pro sucesso. A cirurgia foi super bem sucedida, as primeiras 48 horas foram tranquilas e ele já contava com a alta da UTI no dia seguinte. Todos nós contávamos. Cheguei em casa na noite de quinta-feira feliz e aliviada. Então, na última noite de UTI, sofreu um infarto que o colocou numa situação bem mais complicada.

Agora estamos todos aqui, tentando assimilar o que aconteceu, rezando e tentando tocar a vida. Claro que como toda a desgraça vem acompanhada de desgraças menores, estamos tendo outros pequenos problemas pra resolver. E a gente fica o tempo todo pensando que o dia de amanhã vai ser melhor.

Segundo o texto que citei acima (que peço a licença para transcrever), "para Montaigne, a vida é aquilo que acontece quando estamos fazendo outros planos, e nossa atenção tem que estar o tempo todo sendo reorientada para onde ela deveria estar: aqui e agora. Cair do cavalo pode ser inevitável, mas prestar atenção na paisagem é o que faz o passeio valer a pena".

O problema numa hora dessas é tentar tirar alguma coisa de positivo sem pensar em futuro. Porque a gente passa a maior parte do tempo pensando que amanhã vai ser melhor. Aliás, ao longo dos últimos anos, tenho sempre pensado que tudo vai melhorar. Meu filho passava noites chorando enquanto bebê? Até ele completar um ano passa. Ele já está com um ano e continua a berrar. Então, penso que quando ficar um pouco mais velho passa. O trabalho está ruim? Vou passar num concurso melhor. E aí se vão mais de 3 anos no mesmo trabalho ruim e sem a menor perspectiva de um novo concurso.

Nesse tempo, se eu não prestar bem a atenção, talvez eu não perceba como é bom dormir com meu filho ao meu lado na cama e talvez esqueça que este mesmo trabalho ruim me dá a chance de ficar mais tempo com ele e também de desenvolver outros projetos, que podem não render nada financeiramente, mas que são importantes pra que me sinta útil na sociedade.

Então, por mais difícil que a situação se apresente, não dá pra pensar em ser feliz amanhã. A vida tem que seguir o seu curso e se a gente não encontrar uma forma de ser feliz com o que tem, talvez não seja feliz nunca.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

A escolinha e o bebê de 1 ano

Uma questão sempre polêmica é o quando colocar um bebê na escolinha. Tenho uma opinião pessoal que não é embasada em nenhum artigo científico. Também não sou psicóloga, nem pedagoga, nem estudiosa do tema. Minha opinião é baseada unicamente na minha experiência como mãe.

Se eu tivesse a opção de não colocar meu filho na escola antes dos 2 anos, não colocaria. Meu bebê começou a ir com 1 ano, pela necessidade. Mas não vi grandes benefícios pra ele desde que entrou.Os benefícios são pra nós, já que a escola fica próxima de casa e não perdemos muito tempo.

Primeiro: dizem que crianças que vão para a escolinha aprendem a dormir sozinhas. Meu guri vai apenas meio turno, então, essa parte ficou prejudicada, pois ele dorme antes de ir. Também dizem que se tornam mais independentes. O que notei foi exatamente o contrário: ele ficou muito mais grudado em mim, desde que começou a ir pra lá.

Mas o que de pior aconteceu foram as doenças: em três meses de escolinha, ele pegou duas gastroenterites, uma amigdalite, um resfriado atrás do outro e ainda uma tosse, que não deixava nem ele, nem nós dormirmos direito à noite. Tivemos uma semana de trégua e novo resfriado com tosse. Quando esse resfriado parecia controlado, febre de quase 39 C.

Comecei a ficar preocupada com esse monte de doenças, mas, então, uma colega, que tem a filha com 11 meses me disse ontem que decidiu tirá-la da escolinha por enquanto. Fazia dois meses que a menina tinha uma gripe que não sarava. Quer dizer, parece que escolinha e esse nosso clima de sobreviventes (e olha que o clima nem tem estado tão ruim assim) não combinam.

Pra completar, ele nem sempre come a comida da escolinha, o que nos obriga a sempre ter uma janta extra em casa. Aliás, a janta, nas escolinhas, é servida antes das 17h, então, mesmo que jante, ele vai ter que jantar novamente em casa depois.

O que eu vi de beneficio até agora: apenas o convívio social com outras crianças. Creio que ele aprendeu a se defender delas, mas ainda não gosta de brincar com elas. Na verdade, ele não se interessa muito por brincar com crianças da sua idade. Gosta é de olhar os grandes correndo na pracinha.

Na apresentação do dia das mães estava esperando que ele dançasse, como faz aqui em casa. Mas que nada: ficou assustado com aquele monte de gente e só queria colo.

Também acho bobagem fazê-los fazerem trabalhinhos nessa idade ou "portfólio", como sei que algumas escolas montam. Eles ainda não tem concentração suficiente pra isso, já foi uma briga fazê-lo parar quieto 1 minuto pra colocar a mãozinha na tinta num cartão para as avós.

Enfim, se tivesse outra opção, nesse exato momento, daria um tempo na escolinha.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Diário de mãe: 14 meses

Antes de completar 14 meses, aconteceu o que talvez tenha sido o momento mais emocionante desde o nascimento do meu filho. Ele olhou bem nos meus olhos e chamou: mamã. Depois disso, passou a fazer isso com frequência. Quando me vê, diz o mamã e também fala o papá ou babá para o pai. É lindo ver que aquele serzinho que era tão pequenino agora já corre por aí e fala palavras com significado. Li em algum lugar que com 1 ano e 3 meses, 75% das crianças fala mamá, papá e mais três palavras. O meu já fala "gol" quando atira uma bola, o "não, não" sacudindo os dedinhos e o "nenê", para fotos de crianças.

 Recentemente, ele descobriu "A Galinha Pintadinha". Realmente é um santo remédio, como dizem. Ele fica vidrado no computador assistindo e dançando por uns bons minutos. Já faz até o gesto dos dedinhos quando eles se saúdam na música e dá voltinha.

A fase atual é a fase das travessuras. Ele já fez algumas nos últimos tempos:
1) Virou um balde cheio de água na área de serviço e me "ajudou" a secar, espalhando tudo para os dois lados, com as mãozinhas.
2) Virou um saco de arroz na cozinha, enquanto eu cozinhava (e também ajudou a juntar espalhando tudo pro lado).
3) Todos os dias puxa o rolo de papel higiênico, tira pedacinhos e me traz.
4) Todos os dias leva a balança (de pesar) para algum lugar e sobe para ficar mais alto e alcançar o objeto de desejo.

O pequeno também já cumpre algumas ordens. Ele tem a mania de bater na gente e puxar o cabelo. Pois quando digo, "na fulana é só carinho", ele pára de bater e passa a mãozinha delicadamente pelo rosto da pessoa. Também já traz alguns objetos quando peço e já se encaminha pro banheiro, quando falamos que é hora do banho. Também sacode a cabeça afirmativamente quando pergunto se ele quer papá (comida).

Apesar de ser uma fase em que a gente tem que ficar todo o tempo de olho neles (haja energia), talvez estejamos vivendo o melhor momento desde que ele nasceu. Ele faz uma descoberta nova a cada dia e a gente vibra muito com isso. É uma fase boa também porque ele já tem um horário fixo de soninho durante o dia e dorme quase 2 horas, o que nos dá algum descanso.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

13 meses

Fiquei impressionada em como o entendimento do guri aumentou depois que completou 1 aninho. Ele ainda não fala muita coisa, mas já diz "nenê", quando vê uma criança, "gol", quando lança uma bola e "vrrrrrrrrr", quando empurra seus carrinhos. Também fala "papa" quando me vê preparando sua comida e a campeã de todas as palavras: "não, não", sacudindo o dedinho indicador. Só que entende quase tudo o que a gente diz, desde que não esteja bravo ou com sono.

Dias desses nos deu novo susto. Virou-se no trocador no momento em que estava sendo vestido, após o banho e não fui rápida o bastante para segurar: caiu e bateu de testa no chão. Acho que nunca o vi chorar tanto e tão gritado, pobrezinho. Depois, foi ficando sonolento e decidi levá-lo a uma emergência em um hospital. Poderia ter ficado só observando em casa, mas fiquei com medo, principalmente, por causa do sono dele. O guri teve que fazer a primeira tomografia da vida dele. Provavelmente não se lembrará, porque apagou antes dela, mas ficamos todos mais tranquilos. Já posso chamá-lo de "cabeça-dura" agora. Não quebrou nada, graças a Deus!

Na atual fase, ele está muito interessado por brinquedos de rosquear e encaixar. Tem um interesse especial por chaves, uma vez que parece compreender que estas abrem portas.

Anda muito briguento para dormir durante o dia. Não quer de jeito nenhum. O que tenho feito é deixá-lo acordado pela manhã, dar o almoço em torno das 11h30min e depois deixá-lo dormir tomando o suco. Se dorme bem nesse horário, depois vai bem até às 21h. Se não dorme, acaba ficando com sono no fim da tarde, o que é péssimo, porque atrapalha o horário de ir para a cama à noite.

Aliás, na noite passada, pela primeira vez (acredite se quiser), consegui fazê-lo passar a noite inteira sem mamar. Jantou às 17h e, novamente, às 19h30min, além de tomar 240ml de leite antes de deitar. Sempre invejei mães que dizem o filho dormir a noite inteira desde os 3 meses. O meu até estava dormindo bem, mas virava bicho, se não tinha leite ali pela 1h da manhã. Espero que de agora em diante, eu consiga finalmente eliminar essa mamadeira do início da madrugada.

Depois de um mês frequentando a escolinha, não posso dizer que houve uma grande evolução ou regressão no comportamento dele. É fato, que agora pega muito mais "ites". Em pouco mais de um mês foram 3 (gastroenterite, otite, amigdalite), isso sem contar um resfriado. Mas, falando de evoluções, acho que apenas aprendeu a se defender de outras crianças (antes ele era bem paspalho). O lado ruim, é que aprendeu a tirar brinquedos dos outros também, o que não achei uma boa. Ah, e agora sabe dar voltinha dançando. Uma graça de ver!

domingo, 18 de março de 2012

O primeiro aniversário

Com mais ou menos 11 meses e meio, podemos dizer que meu filhote começou a caminhar pra valer. Poderíamos ter apressado o processo com um andador, mas, além de pediatras e ortopedistas acharem perigoso, cheguei a conclusão de que realmente você corta uma fase se usar o andador. Explico: antes de começar a caminhar, o guri aprendeu a levantar, sentar, apoiar-se, equilibrar-se. Quando finalmente caminhou, ele já sabia o mais importante: como cair sentado. Tanto, que nunca caiu "de boca" no chão. Tenho a impressão que crianças habituadas ao andador perdem a noção do perigo. Sabem caminhar, mas falta coordenação motora para que não ocorram acidentes. Percebo hoje, que o guri já aprendeu a caminhar sabendo se virar para voltar, sabendo quando tem que dar uma paradinha para recuperar o equilíbrio e também o que considero mais difícil, acocorar e levantar sem apoio.

Pouco antes do primeiro aniversário, teve que tomar antibiótico pela primeira vez devido a uma otite. Minha tese de que o leite materno o protegia deve estar certa, porque isso aconteceu logo após o desmame definitivo. Aliás, fui assustada por pessoas que diziam que o desmame era difícil para bebês maiores, mas foi muito fácil. Fui introduzindo a mamadeira aos poucos e foi ele quem largou o peito e não eu quem o desmamou. Simplesmente um dia não quis mais saber, provavelmente porque o leite já era escasso mesmo e não matava a fome.

Ele começou a frequentar a escolinha também. Adaptou-se super bem, interagiu com as outras crianças e no terceiro dia já havia descoberto como abrir o portão que o mantém na sala de aula. No quarto dia, aprendeu a escalar o portão. Ele deixou, aliás, de ser o paspalho na frente das outras crianças. Antes, qualquer uma tirava um brinquedo dele. Agora é ele quem tira o brinquedo dos outros. Mas ele gosta de crianças e, principalmente, imita as maiorzinhas.

Coisa mais bonitinha é vê-lo brincando na pracinha. As meninas maiores, de 3 ou 4 anos, todas querem brincar e cuidar dele. Já os meninos maiorzinhos não o deixam se aproximar dos brinquedos. Pra ver como o homem é territorialista desde cedo, ao passo que a mulher é maternal. Ele não está nem aí se tem permissão ou não, o negócio é caminhar e mexer no máximo de coisas possíveis... Mas é fato que prefere as crianças maiores do que ele do que as menores.

Optamos por fazer um bolinho familiar no primeiro aniversário. Seria legal uma festa grande, num lugar com esses brinquedos de crianças, mas achamos que ele ficaria muito cansado. Fica pra quando estiver maiorzinho. Na festa simples, em casa mesmo, ele já estava cansado na hora do bolo. Não bateu palmas no parabéns, não assoprou a velinha, mas pelo menos não chorou, nem meteu a mão no bolo, o que é um progresso.

Andei ficando preocupada com o pouco interesse dele por comida. Tem sido uma briga para fazê-lo almoçar, tanto que tem engordado super pouco. Prefere leite, fruta, pão e suco. E danoninho. Como a pediatra liberou
alimentação de adulto pra ele, resolvi deixá-lo comer. Não preciso dizer que ele amou. Pra completar, ainda teve uma diarréia. Mas a médica acha que a inapetência pra comer deve significar vermes. Ele está tomando remédio desde segunda e parece que o apetite voltou.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Turismo em Itá - Santa Catarina (parte 2)

Na segunda parte do post, uma lista de coisas possíveis de serem feitas em Itá.


Visão panorâmica: Existe um passeio que pode ser feito a pé ou de carro que é até ao Mirante Caracol. Nesse mirante é possível ter uma vista linda do lago, da hidrelétrica e de uma das pontes que dividem Santa Catarina do Rio Grande do Sul. Partindo da entrada da cidade, caminha-se por algo entre 6 e 8Km, primeiro na estrada que leva até a hidrelétrica, depois por uma estrada de terra que chega até o morro. Peça indicações aos moradores locais, não é difícil de encontrar (embora seja difícil de explicar).

Hidrelétrica de Itá: A hidrelétrica foi inaugurada em 2000 e sua história confunde-se com a própria história da nova cidade de Itá. É possível visitá-la, mas a visita tem que ser agendada e é uma visita mais técnica. Se o objetivo for só apreciar a vista, um dos pontos bacanas é o Mirante do Caracol, listado acima. Outros pontos são na própria SC-485, estrada que chega até o município. Há um mirante bonitinho, com telhado e tudo.

Parque aquático: Se você não for se hospedar no Itá Thermas Resort, pode apenas frequentar o parque aquático ligado ao resort. São 18 piscinas, quadras esportivas e espaço para caminhada.

Praia? A prainha faz parte do Thermas Itá, mas creio que é aberta a visitantes. Foi projetada para quem quer tomar um banho no lago da usina, com faixa de areia, banheiros, bar, choupanas e trapiche. Você pode chegar até ela caminhando por uma estrada asfaltada ou de carro. O caminho é "intuitivo", não tem como se perder.

As torres da Igreja: Cartão postal da cidade, as torres da Igreja da antiga cidade de Itá são iluminadas à noite. Não é possível chegar exatamente na ilha das Torres (antes existia uma passarela, que foi cortada, devido ao vandalismo), mas é possível chegar bem próximo de carro ou então em um passeio de barco, feito sempre ao entardecer. De carro, basta entrar na estrada junto ao posto de gasolina Ipiranga (na entrada da cidade) e seguir as indicações.

Passeio de barco: um dos passeios mais legais é de barco pela represa da hidrelétrica. O passeio é no final de tarde, com direito a pôr-do-sol e chega pertinho das torres da igreja, emolduradas pela iluminação noturna.

Museu: Localiza-se no centro da cidade nova e é composto de 2 casas que foram trazidas da cidade antiga, uma em estilo alemão e outra em estilo italiano. Tem objetos que contam um pouco da história do município. Achei interessante, você assiste também um vídeo contando toda a história da cidade e, principalmente, como foi conduzida a questão do desenvolvimento da usina, da mudança das pessoas, das construções e destruições.

Zoo: Não é um grande zoológico, mas possui uma boa coleção de 70 espécies de aves. Mais informações em http://www.itaecoaventura.com.br

Arborismo e Tirolesa: Pra quem gosta de se aventurar um pouquinho mais, no próprio Zoo há percurso de arborismo(percurso de aproximadamente 200 metros). A tirolesa tem o segundo maior percurso do País), com 1.628,50 metros de extensão. O interessante dela é que passa por praticamente a cidade inteira! Parte do centro da cidade de Itá, passando sobre o Zoobotânico, lateral do parque Termas Itá, parte do lago da Usina Hidrelétrica, até a rodovia que conduz a antiga cidade.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Turismo em Itá - Santa Catarina

Provavelmente você já ouviu falar da Usina de Itá. Mas provavelmente não ouviu falar da cidade de Itá como destino turístico. Pois saiba que o lugar é um exemplo clássico da série "renascidos das cinzas".

A antiga cidade de Itá era um povoado pacato de cerca de 3 mil habitantes, no sul do estado de Santa Catarina, divisa com o Rio Grande do Sul e próximo ao Rio Uruguai.

Foi quando decidiu-se construir uma hidrelétrica na região. Como uma hidrelétrica precisa de um lago, a cidade seria inundada. Obviamente que a população foi contra a ideia, pois perderiam suas casas, terras, memórias...

Aos poucos, porém, a coisa não se mostrou tão ruim assim. Uma nova cidade foi construída pelos idealizadores da hidrelétrica, com prefeitura, escola, parque, hospital. Quem tinha uma casa na rua principal da antiga cidade, poderia receber o equivalente na nova cidade. Se optasse por uma casa em um ponto mais afastado, poderia receber a diferença em dinheiro ou em benfeitorias na nova casa. As casas entregues foram todas de alvenaria.

Houve preocupação em preservar, inclusive, a memória da antiga cidade. Duas de suas antigas casas, uma com padrão italiano e outra alemão, foram movidas para a nova cidade e viraram museu. Na nova cidade, há, inclusive, uma réplica da antiga igreja.

A igreja, aliás, tem uma história à parte. Era para ter sido totalmente demolida, assim como foram as antigas construções. Mas tentaram, por duas vezes, e as torres permaneceram em pé. Então, viraram atração turística, como mostra a foto ao lado.

O que se percebe, após mais de uma década de todo esse episódio é que a cidade renasceu mesmo. Hoje é um destino turístico bom belas paisagens, ergueu um resort, sua população duplicou daquela época e possui um carnaval de rua que chega a reunir 50 mil pessoas.

Por tudo isso, achamos que seria um bom lugar para passar férias com nosso bebê. Nesse post e no próximo, algumas dicas do que vimos por lá.

Como chegar:
Itá fica a quase 500Km de Porto Alegre. Se fosse em linha reta, seria muito menos, mas ir pela estrada que passa por Aratiba (que não passaria por Concórdia) nos foi contraindicada. Se alguém, tiver uma opinião diferente, fique a vontade para manifestar-se.

Saímos de Porto Alegre pela BR-116. Depois disso, tomamos a BR-386, passando por Lajeado, Marques e Souza, Pouso Novo, São José do Herval, Soledade, Tio Hugo, para citar algumas cidades. Em Tio Hugo, optamos por seguir até Carazinho, mas poderíamos ter seguido pela RS-153 até Passo Fundo. Lá, continua-se pela RS-153, passando por Erechim, até a fronteira. Por sinal, que bela ponte divide o RS de SC!

Dali, seguimos pela mesma estrada até Concórdia (SC-461). Em Concórdia, nos perdemos. A sinalização não é nada clara, mas dar alguma referência, você pode seguir reto até o hospital da cidade. Então vire a direita, depois a esquerda e a esquerda novamente. Siga até uma rotatória. Nessa rotatória, na primeira (ou segunda) saída à direita, haverá uma placa indicando Seara e Chapecó. É essa a estrada que você deve tomar. Itá não aparece nas placas indicativas, no início da rodovia.

Onde ficar:
Se você procura o conforto de um lugar onde pode se hospedar, fazer as refeições, esquentar as papinhas do bebê, que ofereça segurança pra largar crianças por aí, o lugar é o Itá Thermas Resort. A bem da verdade se você quiser chegar no resort e passar lá uma semana, sem sair, é possível, pois eles oferecem uma agenda diárias de atividades tanto para crianças (a partir de 3 anos), adolescentes e adultos.

Claro que esse conforto todo tem um preço, mas se você considerar que tem todas as refeições incluídas, mais piscinas, caminhadas guiadas, hidroginástica, entre outras atividades, é barato. Afinal, você vai gastar praticamente só a diária e o que beber. Em fevereiro de 2012, nós gastamos pouco menos de R$ 200 diários por pessoa (sem contar o bebê). Mas os preços devem variar conforme a época do ano ou a procura.

Para opções de hospedagem: http://www.ita.sc.gov.br/turismo/item/Hospedagem/

No próximo post, veja o que fazer por lá.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Diário de mãe: 11 meses

Parece mentira, mas o guri está com quase um ano.

No último mês, nasceram os dois dentinhos de cima, quase juntos. Ele sofreu bastante até os dentes nascerem, mas passou a dormir melhor desde então. O problema passou a ser alimentá-lo. Ele pegou um resfriado há umas 3 semanas e não queria comer nada. Só queria suco, leite e fruta. Para dar comida, tínhamos que distrai-lo, colocando outra coisa na sua mão. Enquanto ele olhava o objeto, com as mãozinhas ocupadas, eu empurrava a comida.

Passou mais ou menos uma semana assim. Depois, aos pouquinhos, o apetite foi voltando. Aí, hoje, acordou com febrão. Ainda não sabemos o que é, mas estou antevendo novas noites sem sono e manha para comer.

Parei definitivamente de amamentar. Sempre me disseram que seria difícil, mas não foi. O leite foi diminuindo, já não conseguia satisfazê-lo. Eu fui substituindo, então, por mamadeira e agora é ele quem não quer mais o peito.

Mas a grande novidade chegou no dia 17 de fevereiro. Foi quando ele começou a dar passinhos, sem se segurar. Antes ele já havia se arriscado, mas nesse dia fez isso várias vezes. Agora ele dá entre 5 e 8 passinhos. Coisa mais bonitinha de se ver. Faz isso, via de regra, quando está com as mãos ocupadas ou quando enxerga logo a frente o lugar onde vai se apoiar.

É bonito de se observar, nessa fase, como as coisas parecem ganhar significado pra ele. Quando empurra carrinhos ou caminhões de brinquedo, ele já faz o tradicional "vrrrrrrrrrrrrummmmmmm". Ás vezes, repete o "não" de reprovação. Mas continua enfiando o dedo onde não deve. Ele também fala bastante o "mamã" agora. Só que a palavra não se refere somente a mim, mas a qualquer coisa que ele queira. Dá uma dor no coração quando ele chora dizendo o "mamã".

Dias atrás, ele cometeu a primeira travessura mais grave. Quebrou um saleiro no restaurante. Claro que pagamos o estrago, pois era o restaurante em que íamos seguidamente aos sábados com ele. As pessoas lá é que não gostaram muito, mesmo assim. Se antes eram todos sorrisos e brincadeiras com o guri, agora mal olham pra ele. Sei que tenho que educar meu filho, mas existe uma "big" diferença quando uma criança de 3 anos quebra um saleiro e quando uma de 11 meses faz isso. Essa última ainda não consegue entender o que pode ou não pegar e jogar no chão, então acidentes acontecem. Fiquei sem entender a intolerância.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Diário de mãe: 10 meses e meio

Estão todos aguardando ansiosamente o momento em que o gurizinho dará seus primeiros passos. Ele já consegue ficar em pé, sem apoio, por um bom tempo, mas não tem coragem de caminhar sem se segurar. Quando mostramos algo que está fora do seu alcance como incentivo, ele senta e vem engatinhando. Estou começando a achar que ele é preguiçoso. Quando o levo para caminhar lá fora, ele insiste em não querer caminhar.

O segundo dentinho já apontou e ele consegue morder até pedaços de pão agora. Só acho estranho o quanto os dentes dele demoram a crescer. O do mês passado ainda está pequenininho lá.

As brincadeiras dele estão começando a mudar de foco também. Se antes, ele só queria rolar tudo no chão como se fosse uma bola, agora, ele prefere encaixar peças em outras peças. Atira tudo dentro de caixas, para depois tirar. Já entende uma série de coisas também. Se digo "onde está o sapo?", ele me alcança um sapo de pelúcia. Quer colocar coisas na minha boca também. E já faz associações: não apenas sabe ligar e desligar o interruptor de luz, mas sabe que ele faz a luz acender ou apagar. O mesmo vale para o controle remoto do ar condicionado. E na última semana, parece ter percebido que o controle remoto da TV serve para mudar o canal.

A pediatra liberou todas as frutas, com exceção de abacaxi e morango. Então, ele começou a tomar suquinho de melancia ou de mamão. Adorou. Mas não gostou de manga, é a única fruta que ele refugou. Toma em forma de suco, mas misturado com laranja.

Outra mania não muito legal que ele está pegando é ir para nossa cama no meio da noite. Sei que não é recomendável e tal, mas entre isso e ficar embalando pela casa na madrugada, prefiro isso. Seria tão bom se ele aceitasse a chupeta e ficasse quietinho na cama dele até dormir novamente...

O pai já disse que se algum dia ele perguntar por que não tem irmão terá a resposta na ponta da língua: por que tu choravas todas as noites, mesmo depois de grande.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A angústia da espera

Não gosto de médicos. Acho que a maioria deles falha em deixar de tratar-nos como seres humanos únicos. Lógico que eu sei que sou apenas uma no meio de 6 bilhões de humanos, mas eu me considero importante (assim como você que me lê também deve se considerar), então, gostaria de ser tratada como uma pessoa pensante, que tem emoções e sentimentos.

Estou passando por uma situação que ilustra bem o quanto os médicos, em sua objetividade, se esquecem de que somos humanos e únicos. Descobri um nódulo na minha mama. Em consulta ao mastologista, inicialmente, disse não tratar-se de nada preocupante, mas pediu alguns exames. Infelizmente, a ecografia acusou realmente um nódulo classificado como IVb no sistema Birads. Isso significa "possibilidade moderada de ser câncer".

Claro que pesquisei bastante sobre o assunto em sites especializados, mas quando finalmente fui mostrar o exame ao médico, esse, não pareceu muito disposto a me tranquilizar.

Em termos percentuais, disse que havia 50% de chance de ser câncer, que eu teria que fazer uma biópsia, mas que essa biópsia seria apenas para ele decidir o tipo de cirurgia que faria, já que "tinha que tirar o nódulo". Isso tudo, enquanto atendia ao telefone celular e dizia para alguém que achava que "não conseguiria ir, pois ainda tinha que atender 3 pessoas".

Não sei qual o compromisso que ele tinha. Talvez fosse algo importante, como assistir à ecografia do primeiro filho. Mas eu era uma paciente angustiada com o resultado de um exame e que havia esperado dias pela consulta, isso sem contar os 50 minutos para ser atendida. Então, o mínimo que esperava era que ele me dissesse quais eram as possibilidades e alternativas, até para que eu me preparasse para o que estava por vir. Não consegui nada além do que já sabia da Internet.

Quando insisti um pouco mais, afirmando, inclusive, que estava assustada, ele apenas afirmou que "não era o momento de ter uma conversa sobre câncer", mas superficialmente falando, eu não tinha motivo para preocupações, pois, ainda que tivesse que fazer quimioterapia, era um nódulo pequeno. Tudo isso num tom de voz semelhante ao usado para prescrever um antibiótico.

Para marcar a tal biópsia, outra novela. Não adianta você ter plano de saúde, só para dali a 2 semanas. Enquanto isso, o pobre mortal fica à deriva, sem qualquer acompanhamento médico ou psicológico, fazendo mil elocubrações e sem conseguir levar a vida adiante.

Honestamente, doutores: sei que vocês trabalham muito e acham que ganham pouco por consulta, muito embora, ainda ganhem mais do que a maior parcela da população brasileira. Sei que a pessoa que está ali pode ser apenas "mais uma paciente" pra vocês. Só que essa pessoa pode ser a filha, a mãe, a avó, a melhor amiga ou o amor de alguém. E se fosse o seu, como você gostaria que fosse tratado?

Claro que não vou mencionar aqui o nome do médico, até porque não é meu objetivo denegrir ninguém. Porém, pra terminar, preciso fazer justiça a uma profissional que foge a essa regra: a pediatra do meu filho, Dra. Natacha Uchoa. Essa sim, médica disponível quase que 24h, preocupada, que trata cada paciente de forma especial, não tem pressa de despachar ninguém, não faz pouco caso de nenhuma reclamação e não deixa sem resposta nenhuma indagação. Quem dera o médico que consultei tivesse um pouquinho só da boa vontade que ela sempre demonstrou com o meu guri.

Atualizando em 06/02/2012: No final das contas não era nada sério. Mas as semanas de angústia vividas, não desejo pra ninguém. Ah, e o médico (aquele) ainda quer operar.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Enfrentando a free-way (BR 290) com um bebê

Quem é gaúcho sabe que quem trabalha nos meses de verão e vai para o nosso litoral nos finais de semana, sofre. Com um bebê, então, a viagem pode virar um pesadelo.

Parece óbvio, mas o segredo é evitar os horários de pico. Claro que isso nem sempre é possível, mas tentamos adequar os horários de viagem aos horários em que nosso bebê costuma dormir. Na primeira tentativa, não deu muito certo. Optamos por sair em torno das 22h que é o horário em que já está dormindo e é o primeiro sono da noite, ou seja, o mais pesado. Ele dormiu a maior parte da viagem, mas pegamos tranqueira e quando o carro parava, ele "meio que acordava" e chorava. Então, quando finalmente chegamos, tivemos que retirá-lo do carro e, então, ele acordou pra valer. Foi bem difícil fazê-lo dormir novamente naquela noite. Acordou várias vezes e ficou com aquele sono leve, resmungando o restante da noite.

O que percebemos, então, é que temos que ir durante o dia, mas nos horários de soneca dele. Então, nos domingos, voltamos no horário da soneca da tarde e não vamos mais nas sextas, mas nos sábados, bem cedinho, pela manhã.

Enfim, cada bebê é um bebê e o que serve pra mim pode não servir pra você, porém, a melhor opção parece ser observar os horários de sono e tentar levá-lo em horários próximos a esses soninhos. No meu caso, ainda com a ressalva de que não pode ser o sono da noite, pois quando ele chega, fatalmente acorda.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Diário de mãe: chegamos aos 10 meses

O gurizinho completou 10 meses de vida. Inacreditável como o tempo passa rápido! Sinto que agora ele está cada vez mais menino e menos bebê e já bate aquela saudade de quando ele ficava quietinho, mamando no meu colo. Ele faz manha para ir para o colo agora apenas quando quer ir pegar coisas em algum lugar. Então, ele aponta para o objeto de desejo até alguém aproximá-lo o bastante para que consiga pegar. Quem normalmente faz isso, claro, são os avós. Pai e mãe ficam com o papel chato de colocar um mínimo de limite e fazê-lo entender que ele não vai poder ter tudo na vida.

Antes, ele chorava quando não havia nenhuma pessoa presente em seu campo de visão. Pois agora, ele aprendeu a ir atrás da pessoa, engatinhando. Também foge para a cozinha e fica espiando na porta, só com os olhinhos pra fora, esperando que alguém o siga. Se ninguém vai, ele volta, contrariado.

Passamos a virada do ano na praia e ele conseguiu ficar acordado até às 23h30min. Aí capotou. Não viu os fogos de ano novo e entrou 2012 enrolado em uma manta (estava friozinho) no meu colo. Foi pra ele meu primeiro beijo do ano, óbvio.

À propósito, não gostou muito do mar. Na primeira vez que foi, ficou de boca aberta, admirado, mas não chegou a ficar com medo. Na segunda vez, sentiu um misto de fascínio e medo. Ficava puxando a gente para que o levássemos caminhando até a beira, mas chegando lá queria colo e ficava agarradinho, com um certo temor. Não gostou da areia, nem quis engatinhar lá. E olha que o que ele mais gosta de fazer atualmente é sair por aí, livre, engatinhando.

O que o atraiu no litoral, na verdade, foram as casas dos avós. Casas com garagens grandes para ele engatinhar bastante, quintal e balanço. Ele engatinhou livre até ficar com os joelhos e pés de um gurizinho de rua. Viu cachorro, cavalo, galinha... uma série de coisas que pouco via na cidade. Só estranhou um pouco na hora de dormir. Acordou várias vezes durantes as noites e terminou dormindo conosco.

A única intercorrência do mês foi uma alergia estranha. Estranha, porque estou acostumada com bolhas pelo corpo. Mas na dele aparecia uma única bolha, que crescia até ficar enorme, com um vermelho em volta. Esse processo demorava mais ou menos 30 minutos. Então, a bolha sumia e aparecia em outro lugar. Dei antialérgico por 3 dias e tudo resolveu-se.

Pra terminar: o guri está virando "polenteiro". Ele não gosta muito de comida sólida, prefere aquelas papas com tudo misturado e amassadadas, mas estamos tentando introduzir a comida um pouco mais sólida e separada, ou seja, mais próxima da nossa, apesar do único dente. Ele não curtiu muito brócolis e arroz com lentilha, quando não misturados com outras coisas. Agora, polenta e purê de moranga, ele come e pede mais, quer dizer, não nega as origens.